domingo, 31 de dezembro de 2006

2006 em Revista

Em tempo de balanços musicais, eis o MEU Best Of 2006:

- registo sinfónico - Beethoven, 7ª Sinfonia; direcção de Carlos KLEIBER;



- registo operático (integral) - Wagner, Parsifal; direcção de Christian Thielemann;



- registo operático (excertos) - Wagner, Excerpts from "The Ring of the Nibelung"; direcção de Peter Schneider
ex equo com Mozart, Tutto Mozart!; direcção Charles Mackerras;



- registo operático (dvd) - Wagner, Tristan und Isolde; direcção Armin Jordan;



- registo operático (dvd - reedição) - Wagner, Der Fliegende Holländer; direcção Woldemar Nelsson.



Moral da escolha: em ano mozartiano, Wagner levou a melhor!


Quanto a espectáculos musicais, para o ano que ora finda, eis o MEU Best Of:

- concerto do ano - Cecilia Bartoli e Freiburger Barockorcheste, Fundação Calouste Gulbenkian, 11 de Fevereiro de 2006;

- recital do ano - Matthias Goërne , Fundação Calouste Gulbenkian, 31 de Outubro de 2006;

- récita lírica do ano - O Ouro do Reno, encenado por Graham Vick, Teatro Nacional de São Carlos, 28 de Maio de 2006.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

I Puritani, Met

Ao que parece, além da prestação de La Netrebko - que esta notícia resumo do seguinte modo: "(...) Ms. Netrebko was an unusually vulnerable Elvira. Bel Canto purists may find fault with her sometimes imprecise execution of coloratura runs and roulades. But I admired her way of treating florid passagework as organic extensions of an arching vocal line, not as a series of fast notes to be nailed with cool accuracy." -, nesta récita de I Puritani (Bellini), nada mais merece referência...


(Anna Netrebko, na pele de Elvira)

Cara e bela, em Fevereiro, depois de te ver ao vivo, falaremos ;-)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Netrebko, Diva? NIET!!!

A desmesuradamente fogosa Anna Netrebko - a cuja récita de I Puritani assistirei, dentro de mês e meio, no Met - revela a sua simplicidade genuína, neste artigo do The New York Times.



Lado a lado com Ben Heppner, Netrebko demonstra que o conceito de Diva(o?) só ganha com as recentes metamorfoses.

Entrementes, eis alguns dos seus futuros projectos: «Talking about roles she was considering for the future, Ms. Netrebko mentioned the so-called three queens of Donizetti: the soprano leads in the operas “Anna Bolena,” “Maria Stuarda” and “Roberto Devereux.”».

Quanto a uma hipotética Norma, reitero o NÃO da bela Anna...

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Presentes de Natal... Um Anel muito especial!!!

Comecei pelo de Solti; rapidamente passei pelo de Böhm.
Seguiu-se o de
Boulez; Furtwängler fora o derradeiro.

Enquanto aguardo pela edição completa do de Keilberth (Testament), eis que a minha mulher me presenteia com o de Von Karajan!!!


(DG 457 780-2 GOR 14 )

domingo, 24 de dezembro de 2006

007 e o (des)amor objectal: um ensaio psicanalítico



Assisti ontem com indisfarçável gozo a Casino Royal, que conta com Daniel Craig como protagonista. Sou um devoto da séria 007, desde tenra idade!
Não perco um! Conservo-os quase todos em dvd.

Apreciei muitíssimo o filme, que saudavelmente (em aparência...) escapa à habitual rigidez da série.

Pela primeira vez, este 007 não termina com a destruição absoluta do território do inimigo, facto a sublinhar! Acresce a isto o envolvimento amoroso - sublinho, amoroso - de James Bond com uma (invariavelmente) bela Bond Girl.

A primeira vez que tal ocorrera fora por ocasião da estreia de George Lazenby na pele do agente secreto britânico.
Vá-se lá saber por que razão, esse 007 enviúva, escassos minutos após o casamento... Vá-se lá saber por quê, o mesmo 007 perece, cedendo lugar a outro actor...
Não resistiu, nem ao amor, nem à perda do mesmo, arrisco considerar! Voilà!!!

Há razões que só a psicanálise esclarece!

Craig é um notável agente: segue a linha caracterial de Sean Connery, adornando a sua personagem com frieza, calculismo, (quase) absoluto controlo emocional e, last but not least, culpabilidade zero.

À semelhança dos outros actores, sob um fundo de omnipotência narcísica (magistralmente ilustrada pelo título You Only Live Twice, por exemplo), Bond não prescinde dos seus prolongamentos falo-narcísicos: um carro potente, uma arma grande, poderosa e de indiscutível eficácia, um caparro impressionante e a eterna companhia da solidão!



Como sempre, James Bond basta-se a si próprio, apenas recorrendo a pontuais envolvimentos sexuais, obrigatoriamente descartáveis - que nada têm de objectais, muito menos genitais, tal como Freud os concebeu (isto é, correspondendo a uma relação heterossexual, madura, estável e com afecto, sobretudo).

A problemática de 007 é de teor narcísico, polvilhada por traços caracteriais (afins com a psicopatia).

Homem mal amado, cedo se refugiou num amor especular, por super-compensação. Ama-se e investe-se num movimento obsessivamente narcísico: cultiva uma couraça quase inviolável, representada por um corpo atlético e por uma mente fria, avessa à emoção, escrava do controlo.

Pergunto-me que tempo lhe restará para se dedicar aos demais?!
Um caparro daquele calibre não se constrói num ápice, exigindo longas horas diárias de dedicação.

Contrariamente ao que o leitor possa pensar, James Bond não ama por feitio, mas antes por defeito: odeia a mulher, permanente representante da mãe abandónica, que feriu de modo indelével o seu mais tenro narcisismo; assim, gere o seu sadismo, num movimento perpétuo e repetitivo, escravo da vingança.
Fornica com partes de mulher, sendo incapaz de as amar. Sabe lá ele o que isso é!

Qual Don Giovanni, compulsivamente, anseia por engrandecer o seu catálogo de conquistas.

Mas não é tudo!

Noutro quadrante, Bond conta com a submissão à mãe idealizada, intocável, assexuada e limpa: a Rainha.

Deste modo, deparamos com um modelo de mulher clivada - repartindo-se entre a odiosa-abandónica e a idealizada-intocável -, claramente decorrente de uma mãe / mulher primitiva, ausente, profundamente desamante e, por essa via, maltratante.

Virar-se para si foi a solução encontrada: "Já que não fui amado, amar-me-ei, mais do que qualquer outra coisa! Cultivarei um amor inigualável pelo meu reflexo, uma imagem perfeita! Contarei, apenas e só, comigo! Bastar-me-ei, prescindindo dos demais!".

O que é notável no 007 de Daniel Craig é a tentativa da mudança, no encalço da saúde!

Pela segunda vez, na sua longa existência, Bond apaixona-se, ousando entregar-se ao amor de uma mulher! Coisa rara e notável! Cede ao apelo do amor objectal, pelo outro.

Mas... a coisa não vinga (e ainda há quem questione a validade da formulação freudiana de compulsão à repetição!!!).

O problema é que James não pode amar, não sabe amar, porque nunca foi amado por ninguém.

A primeira vez que ousou experimentar o amor por Theresa (vide On Your Majesty Secret Service, 1969), mataram-na! O deslocamento da sua própria agressividade / ódio para o inimigo assassino é por demais evidente...

Desta feita, a mulher a quem James se entrega amorosamente é uma traidora, representante da mãe arcaica, persecutória e destrutiva.

Eis, pois, o velho 007 em acção: por regressão, vítima da repetição, reassume a sua autarcia e omnipotência, sob a eterna capa da frieza implacável.

O que é impressionante é o crescente poder do feminino - materno, na mente do agente secreto!

Como se não bastasse a carga fantasmática que envolve a sua relação com um feminino destrutivo, primitivo, eis que M vira mulher e Monneypenny homem: um desdobramento do par sádico / masoquista - submisso, que persegue James.

Lamentavelmente, Bond continua a sofrer de desamor; eternamente (até ver...).

domingo, 17 de dezembro de 2006

Führer Kleiber e a 7ª Maravilha do Mundo

Não sendo eu, nem conhecedor, nem grande apreciador de música sinfónica, pergunto-me se alguma vez a 7ª de Beethoven foi interpretada com tamanha comoção, devoção, entrega e mestria?!

Kleiber - o meu mestre na música sinfónica (todos os meus mestres se chamam Carlos!) -, nesta leitura, dilacera-me a alma, revolve-me as entranhas!

Imperial, grandioso, magnânimo, Carlos Kleiber arrebata e seduz o mais empedernido e resistente coração, propondo-nos a conquista do universo. Da absoluta exaltação, transitamos para o mais impressionante lirismo, poético, imenso, imenso...


(ORFEO C 700 051 B)

IMPRESCINDÍVEL!!!

Últimas Aquisições



quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

A Flauta de Branagh

Esta notícia dá conta do primeiro projecto lírico de K. Branagh.
Há uns tempos, já se havia mencionado este trabalho, neste mesmo espaço.

Ver-se-á...

L´AFFAIRE ALAGNA

O caso Alagna não é tão original quanto se pensa!
Em 1958, a meio de uma récita de Norma, a Callas decidiu abandonar o palco, alegando uma indisposição. Fez escândalo e seguiu-se o declínio.



Desta feita, o frágil narcisismo de Alagna - que não tolerou uma crítica - cedeu à birra: depois de apupado, após Celeste Aïda - ária que marca a sua entrada em cena -, abandona a récita. Inqualificável.

O mais interessante é a evolução psicológica do episódio: a paranóia instala-se, justificando Alagna o seu gesto com base na teoria da conspiração: "Le chanteur nous disait hier «comprendre la décision de Lissner», mais se demande s'il n'est pas la victime collatérale d'une machination contre le superintendant. Il explique : «Dès mon arrivée au théâtre dimanche, deux hommes m'ont menacé à l'entrée des artistes. Dans ma loge, j'ai entendu ma doublure qui échauffait sa voix, et j'ai appris qu'une deuxième était en route pour la Scala. Dans les coulisses, j'ai eu le sentiment que tout le monde m'évitait.»"

O resto da notícia apenas ilustra um episódio absolutamente lamentável.

Mas, caro e fiel leitor, recordo que uma andorinha não faz a primavera: Alagna é uma grande, grande intérprete!

sábado, 9 de dezembro de 2006

Aida abre a temporada em Milão

A Era Lissner no alla Scala segue triunfal!

A temporada milanesa abriu a 7 de Dezembro, como é tradição, com uma nova produção de Aïda, a cargo de Zeffirelli.

Embora Aïda esteja longe de constituir uma página incontornável da lírica - verdiana ou outra, note-se! -, tem uma carga simbólica tremenda em Itália. Recentemente, uma amiga romana confessou-me conhecer melhor a Marcha Triunfal do que o hino italiano...
E está tudo dito! Dito isto, não admira a escolha desta ópera para iniciar a saison.

Já no que toca ao encenador, a coisa pia mais fininho! Considero o trabalho de Franco Zeffirelli tão hiper - realista quanto piroso, tão grandioso quanto megalómano! Que o Met não passe sem ele, não admira... O mesmo não se poderá dizer dos italianos, cujo sentido estético é bem mais elevado.

Quanto ao elenco, adivinha-se um notável Radamés, a cargo de Alagna, que parece transitar para o registo spinto, depois de uma extraordinária carreira de tenor lírico - Werther, Rodolfo, Fausto, Mario Cavaradossi, etc.
Escrevam o que vos digo: aos 50 anos ainda vai dar cartas como Otello! É esperar para ver.

Já a Aïda de Urmana me faz hesitar... A intérprete lituana - cujas Kundry (Met 1999) e Judith (Châtelet 1999) me inebriaram - ainda não se definiu, quanto ao registo dominante da sua voz, saltitando entre mezzo e soprano.


(cena de Aïda, Teatro alla Scala - 7 de Dezembro de 2006 -, com Roberto Alagna e Violeta Urmana)

Enfim, divagações de quem não pode estar presente. A verdade é bem esta...

(Ainda) o Idomeneu de Berlin...

Do ponto de vista simbólico / metafórico, o intuito de suprimir a já famosa encenação de Idomeneu, de Mozart, que a Deutsche Oper de Berlin montara - onde figura, entre outros, Maomé decapitado - constitui um eloquente exemplo do poder da ansiedade de castração, tal como Freud a descreveu!
Prosaicamente será auto-censura, psicanaliticamente, será angústia de castração.

Pois pasme-se! A história não terminou aqui...
Esta notícia do EL Pais dá conta do desaparecimento das cabeças, que constituíam um dos pilares da encenação!!!

"Desaparecieron del almacén de la Deutsche Oper de Berlín, que repondrá la obra el 18 y 29 de diciembre, los cuatro polémicos objetos de atrezo que se usan en el montaje: las cabezas cortadas de Mahoma, Buda, Jesucristo y Poseidón."

A ansiedade de castração é incontornável!

ps caso o leitor pretenda, aqui dissertei sobre outra implicação deste episódio berlinense

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Così, così...

Così Fan Tutte - Teatro Nacional de São Carlos, 5 de Dezembro de 2006

Mais para o menos do que para o mais, o Così de Mozart abre a temporada do Teatro Nacional de São Carlos sob o signo da mediocridade.

Tardias vão as comemorações dos 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart. A impressão que fica é que o imenso espólio mozartiano, ao longo deste famigerado ano de comemorações - em que foi sujeito a infindáveis explorações -, já pouco tem para oferecer, em matéria de produções líricas.

É bem verdade que a lírica mozartiana - ou a produção mozartiana, em geral -, pela genialidade que encerra, presta-se a intermináveis leituras. O problema reside, justamente, nas leituras e propostas...

A récita de Cosi Fan Tutte a que assisti, a 5 do corrente mês, traduziu, pois, com propriedade a decadência das citadas comemorações: ficámos com o refugo.

Da produção, destacaria os figurinos (Vera Marzot), pela melhor das razões - trajos à l´époque, requintados, concebidos com aprumo, bem ao jeito mozartiano: com o mesmo recorte, sublinhando o luxo e o recato, a contenção e a graça, o humor e a ternura.

A encenação de Mário Martone, do meu ponto de vista, não vinga. Centrar a lógica representativa na cama, além de demasiado óbvio e vulgar, é absolutamente antagónico ao espírito mozartiano! Mozart não rima com "pornografia" (sublinho as aspas!!!), caro senhor! Mozart é erótico, eloquente, apreciador da evocação, da secundarização! Não há nada de primária - a ler como antagónico à mais refinada simbolização - na trilogia Mozart / Da Ponte!!!

Se a este entendimento cénico se acrescentar uma cenografia rasca e feia, tosca e de mau gosto, temos tudo para que a coisa comece trôpega! Nem as luzes de Pasquale Mari - particularmente felizes no sublinhar do recato e do intimismo - salvam a coisa!

No capítulo da execução, a coisa não foi muito diferente...

Donato Renzetti dirigiu uma orquestra com óbvios laivos de amadorismo, onde as fífias nos brindaram com uma cadência lamentável - os sopros, sobretudo! Quanto à falta de sincronia entre intérpretes e orquestra, o melhor é nem falar: cada um por si, parecia o lema da coisa.

Vamos a intérpretes solistas: dois contra um, a favor dos homens.

Desde início, optei pelo primeiro elenco, nomeadamente pela presença de Laura Polverelli (Dorabella), cuja carreira internacional é digna de menção. Lixei-me, penso eu...

Infelizmente, no que à prestação vocal concerne, as três solistas femininas fizeram jus ao título da ópera: todas (quase) iguais, pela mediania.

O mor das vezes, a Prima Donna de Così Fan Tutte é Fiordiligi, a (mais) séria e recatada. Pois bem... Irina Lungu foi fantasmagórica na interpretação - ausente, quase diáfana... -, apesar de digna no canto, sem mais. A voz é adequada - solidamente lírica, evidentemente não muito grande (como se quer, aliás!) -, já a técnica, assim-assim - vocalizações inseguras, agudos gritados, sem grande segurança, legatto precário...

Polverelli (Dorabella) mais parecia um mezzo-verdiano do que uma intérprete mozartiana! De voz ampla e consideravelmente grande, revelou-se ineficaz na delicadeza e harmonia. Salvou-se pelo piquante da representação - adequado e convincente -, aqui e ali graciosa.

A Despina de Silvia Colombini teria sido fantástica, não fora a circunstância de se tratar de um papel lírico... De voz feia e técnica fraca, a intérprete - evidentemente inteligente e boa actriz - salvou-se pela graça: sabe o que é uma interpretação buffa (apesar de alguns exageros histriónicos - sobretudo na voz, que apenas serviram para disfarçar a sua fragilidade vocal, creio eu).

Quanto aos homens, à excepção de Bruno Pratico (Don Alfonso), outro galo cantou (e muito bem!!!).

Em minha opinião, a coroa de glória desta récita foi o admirável e elegante Ferrando, interpretado pelo tenor Salmir Pirgu. Um verdadeiro tenor mozartiano: disciplinadíssimo (as vocalizações foram de um rigor à la Kraus, à la Simoneau!), de agudos luminosos, voz bem aberta e clara, dicção graciosa, legatto admirável... Um verdadeiro regalo! Quando a estas qualidades vocais se junta um notável talento cénico - apaixonado, arrebatado e colérico qb - , temos homem!

Apesar das admiráveis qualidades vocais de Simone Alberghini - timbre viril, técnica sólida - creio que compôs um Guglielmo algo circense...

O pior para o fim... Bruno Praticò, entre outras lamentáveis façanhas, conseguiu conspurcar um dos mais belos tercetos líricos que conheço - Soave sia il vento - tais não eram as fífias e entradas fora de tempo. De voz cansada e insegura, sem folgo, refugiou-se atrás de um recitativo admirável e gracioso (há que reconhecê-lo). Faltou-lhe a ironia... A figura, essa não ajudava em nada: apesar dos modos, o estilo era mais de taberneiro do que de aristocrata perverso.

Triste e desiludido, regressei ao meu canto, acompanhado dos Così de Karajan, de Solti (o último!!), de Busch (1936), de Gardiner...

Ben Heppner em entrevista

Nesta entrevista concedida ao Le Fígaro, a propósito da sua segunda apresentação na capital francesa, Ben Heppner abre a sua alma!

Admirável, pela humanidade, singeleza e humildade, nos antípodas da estrela - lírica, Heppner - que é o maior tenor wagneriano desde Vickers (seu conterrâneo e... mestre?) - revela detalhes da sua carreira,

Até aqui, nada de novo! O que é notável é a plena assunção da sua fragilidade humana, das suas limitações, dos contratempos...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Don Carlo no Met

Sem surpresa, o Rei Pape triunfou, abafando um infante Botha fracote!
Aqui há uns anos, em Paris, assisti a uma Norma - com Anderson no papel titular - onde Botha interpretava Pollione. . . Que desadequação!

Philippe Jordan, Armin Jordan e O Cavaleiro da Rosa

A propósito de uma reprise da mais célebre encenação de O Cavaleiro da Rosa a que Paris assistiu (importada de Salzburgo) - cuja première parisiense contou com Fleming, Graham, Bonney e Eschenbach (que sonho!!!) -, Philippe Jordan, filho do recentemente desaparecido Armin Jordan, nesta entrevista, fala do pai e da sua própria carreira de maestro, que começa a destacar-se.

Nicolas Joel à la tête de l'Opéra de Paris

Nesta notícia do Le Figaro há mais detalhes sobre a nova direcção da Opéra National de Paris.

sábado, 2 de dezembro de 2006

Disse-me um passarinho... Don Carlo, de Verdi

Há bem pouco tempo, neste blog, falou-se deste superlativo Don Carlo, gravado em 1954.

A louvável NAXOS reedita-o agora, a preços bem módicos, como é de seu timbre.

É esperar, paciente leitor! É esperar e roer as unhas até não poder mais!!!

Para abrir o apetite, eis o elenco desta pérola:


Filippo II (Philip), King of Spain - Boris Christoff (bass)
Don Carlo, Infante of Spain - Mario Filippeschi (tenor)
Rodrigo, Marquis of Posa - Tito Gobbi (baritone)
The Grand Inquisitor - Giulio Neri (bass)
A Monk - Plinio Clabassi (bass)
Elisabetta di Valois (Elizabeth) - Antonietta Stella (soprano)
Princess Eboli - Elena Nicolai (mezzo-soprano)
Tebaldo, page to Elisabetta - Loretta di Lelio (soprano)
Count of Lerma - Paolo Caroli (tenor)
A Royal Herald - Paolo Caroli (tenor)
A Voice from Heaven - Orietta Moscucci (soprano)

Orchestra and Chorus of the Opera House, Rome
(Giuseppe Conca, chorus master)
Gabriele Santini, conductor


(NAXOS HISTORICAL 8.111132-34)

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Festival de Salzburgo´07

O Festival de Salzburgo, que conta com um novo director - Jurgen Flimm -, centra a sua próxima edição em torno de uma certa Razão:

"(...) Mr. Flimm has selected a roster of operas that question reason, the very pillar of the Enlightenment that Mozart is thought to exemplify."


Dei uma longa vista de olhos pelo côté lírico do festival e... decepção é a palavra de ordem! Decepção pelo reportório, pelos elencos, pelas produções...

Boris Christoff

Eis a minha recentíssima aquisição: Christoff no seu repertório de eleição - Verdi, Boito, Borodin e Mussorgski (claro está!) além de Wagner e Rossini - no auge da sua pujança vocal - o registo contem extractos da década de 1950.