terça-feira, 3 de junho de 2008

Da interpretação psicanalítica

Caros leitores,

Nunca, mas nunca, um post gerou tão prolixa reacção! O postal consagrado à MINHA INTERPRETAÇÃO dos desejos (latentes) em Tosca redundou em 23 comentários (nem mais nem menos), maioritariamente contestando a leitura que proponho...

Aprendi com os meus mestres uma grande lição: a verdadeira interpretação psicanalítica - a que produz transformação - é a que gera contestação e reacções calorosas de oposição... Quando a coisa é consensual, ou desencadeia a concordância do sujeito, algo escapou ao analista...


Nota: uma vez mais, sublinho que a minha interpretação dos ditos desejos não se baseia em factos / conteúdo manifesto (o libreto), mas antes no que há de latente no texto, ossia não no que se encontra, objectivamente escrito, mas no que se intui!

SERÁ POSSÍVEL QUE SE ADVOGUE UMA LEITURA ÚNICA, ESTRITAMENTE FACTUAL, DE UM QUALQUER TEXTO???

Por exemplo, não será o móbil da intriga nutrida por Iago o seu amor por Otelo? O que dizer dos azares de Butterfly? E... qual será a essência do ódio skin por negros e gays? Será a luta pelos oprimidos e indefesos o verdadeiro motor de uma certa esquerda, reivindicativa e moralista? Por que desmaia a ingénua Amina, de A Sonâmbula , ossia excita-a Elvino ou...?
And so on!

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro J,

Aos 23 comentários podes juntar aquele que não cheguei a escrever. Apreciei a tua leitura.

Il Dissoluto Punito disse...

Caro Cop,

Vais sempre a tempo de dizer de tua justiça ;-)