OPERA E DEMAIS INTERESSES nasceu há quase um ano.
Nos últimos tempos, tenho-me dedicado à critica (Dio! Quanta pretensão a minha!!!) de obras que me têm tocado, de modo digno de referência; voici o meu «critério editorial»: reflicto, apenas e só, no que me agrada - no computo geral -, olvidando o que me não envolve.
Nesta minha delirante actividade, o mor das vezes, pauto-me por critérios perfeitamente subjectivos, dada a minha nula formação musical, diga-se em abono da verdade...
Neste sentido, optei por propor um best of do ano que ora finda; ei-lo:
I - RECITAIS
Destacaria, d´abord, dois ciclos de canto, que me entusiasmaram sobremaneira: SIEBEN FRÜHE LIEDER (Berg), na leitura de Abbado e Fleming, sobretudo pela segurança e beleza da linha melódica de Renée Fleming, e SONGS & DANCES OF DEATH (Mussorgsky, na orquestração de Chostakovich - 1962 -, sublinho!), que o magistral Hvorostovsky interpreta, sob um arrepiante manto de necrofilia.
Evidenciaria, também, a interpretação de Mullova (tão bela quanto virtuosa e profunda, nas diversas leituras que tem realizado) dos 5 CONCERTOS PARA VIOLINO (Vivaldi), que marcaram o seu debute na louvável ONYX, «anti-major» absoluta...
Ainda no barroco, sem surpresa, palmas e mais palmas (não sem reticências!) para OPERA PROIBITA, onde a inigualável Bartoli prossegue a sua notável cruzada em favor da reabilitação do repertório (injustamente) esquecido.
Termino o capítulo dos «CD´s Singles», com duas pérolas absolutas da interpretação de Wagner, que não cessa de me fascinar: Stemme, nos WESENDONCK LIEDER e Kerl.
Juntem-nos, e teremos um primeiro acto d´A Valquíria à l´ancienne... Se Terfel for envolvido na trama, a dita A Valquíria passará a referência suma!
Escrevam o que vos digo e verão!
II - INTEGRAIS DE ÓPERA
Wagner (sempre, sempre, sempre...), embora algo privado de coloração emocional, poesia e metafísica, pelas demasiadamente disciplinadas e contidas mãos de Pappano, brilha luminosamente com Domingo e Stemme, em TRISTAN UND ISOLDE, ou o ocaso dos integrais em estúdio...
A CARMEN (Bizet, faut-il le mentionner!?) de La Berganza e Abbado, recentemente reabilitada, é digna de menção, pela sensualidade e lascívia que veicula, sem grande dissimulação...
Retorno ao barroco, rendendo-me diante de PARIDE ED ELENA (Gluck), cujo rigor (de McCreesh) e lirismo (de Kozena, sobretudo) me embalaram...
III - DVD´s
BILLY BUDD (Britten), afirma-se pela perversão conceptual e cénica (e por Van Allan, que aqui é divino!); a soberana ELEKTRA (Strauss) reabilitada (haja Deus!), (re)afirma-se pelo deslumbramento da encenação, pelo vigor de Rysanek... e pela catedrática leitura de Böhm.
Depois... Wagner (sempre, sempre, sempre, sempre...), em DER FLIEGENDE HOLLÄNDER, com um Simon Estes arrebatador, numa fascinante encenação, que realça o carácter tenebrso, insano e sombrio da ópera, e DIE MEISTERSINGER VON NÜRNBERG, imensamente lúdica, apesar do convencionalismo da mise-en-scène, brilha e destaca-se pela tripla masculina: Allen, Heppner (ainda que maquilhado em demasia...) e, sobretudo, Morris, cuja madura e sólida interpretação do sábio Sachs (uma das melhores que conheço!) tornam absolutamente inexplicável o ostracismo a que a lírica europeia tem votado o barítono americano!
ET bien, por aqui se fica este blogger, não sem antes desejar a todos um FELIZ ANO DE 2006, pleno de alegrias, saúde... e música, pois claro!
Agora, dita a «compulsão à repetição» freudiana que regresse à Odisseia...
Nos últimos tempos, tenho-me dedicado à critica (Dio! Quanta pretensão a minha!!!) de obras que me têm tocado, de modo digno de referência; voici o meu «critério editorial»: reflicto, apenas e só, no que me agrada - no computo geral -, olvidando o que me não envolve.
Nesta minha delirante actividade, o mor das vezes, pauto-me por critérios perfeitamente subjectivos, dada a minha nula formação musical, diga-se em abono da verdade...
Neste sentido, optei por propor um best of do ano que ora finda; ei-lo:
I - RECITAIS
Destacaria, d´abord, dois ciclos de canto, que me entusiasmaram sobremaneira: SIEBEN FRÜHE LIEDER (Berg), na leitura de Abbado e Fleming, sobretudo pela segurança e beleza da linha melódica de Renée Fleming, e SONGS & DANCES OF DEATH (Mussorgsky, na orquestração de Chostakovich - 1962 -, sublinho!), que o magistral Hvorostovsky interpreta, sob um arrepiante manto de necrofilia.
Evidenciaria, também, a interpretação de Mullova (tão bela quanto virtuosa e profunda, nas diversas leituras que tem realizado) dos 5 CONCERTOS PARA VIOLINO (Vivaldi), que marcaram o seu debute na louvável ONYX, «anti-major» absoluta...
Ainda no barroco, sem surpresa, palmas e mais palmas (não sem reticências!) para OPERA PROIBITA, onde a inigualável Bartoli prossegue a sua notável cruzada em favor da reabilitação do repertório (injustamente) esquecido.
Termino o capítulo dos «CD´s Singles», com duas pérolas absolutas da interpretação de Wagner, que não cessa de me fascinar: Stemme, nos WESENDONCK LIEDER e Kerl.
Juntem-nos, e teremos um primeiro acto d´A Valquíria à l´ancienne... Se Terfel for envolvido na trama, a dita A Valquíria passará a referência suma!
Escrevam o que vos digo e verão!
II - INTEGRAIS DE ÓPERA
Wagner (sempre, sempre, sempre...), embora algo privado de coloração emocional, poesia e metafísica, pelas demasiadamente disciplinadas e contidas mãos de Pappano, brilha luminosamente com Domingo e Stemme, em TRISTAN UND ISOLDE, ou o ocaso dos integrais em estúdio...
A CARMEN (Bizet, faut-il le mentionner!?) de La Berganza e Abbado, recentemente reabilitada, é digna de menção, pela sensualidade e lascívia que veicula, sem grande dissimulação...
Retorno ao barroco, rendendo-me diante de PARIDE ED ELENA (Gluck), cujo rigor (de McCreesh) e lirismo (de Kozena, sobretudo) me embalaram...
III - DVD´s
BILLY BUDD (Britten), afirma-se pela perversão conceptual e cénica (e por Van Allan, que aqui é divino!); a soberana ELEKTRA (Strauss) reabilitada (haja Deus!), (re)afirma-se pelo deslumbramento da encenação, pelo vigor de Rysanek... e pela catedrática leitura de Böhm.
Depois... Wagner (sempre, sempre, sempre, sempre...), em DER FLIEGENDE HOLLÄNDER, com um Simon Estes arrebatador, numa fascinante encenação, que realça o carácter tenebrso, insano e sombrio da ópera, e DIE MEISTERSINGER VON NÜRNBERG, imensamente lúdica, apesar do convencionalismo da mise-en-scène, brilha e destaca-se pela tripla masculina: Allen, Heppner (ainda que maquilhado em demasia...) e, sobretudo, Morris, cuja madura e sólida interpretação do sábio Sachs (uma das melhores que conheço!) tornam absolutamente inexplicável o ostracismo a que a lírica europeia tem votado o barítono americano!
ET bien, por aqui se fica este blogger, não sem antes desejar a todos um FELIZ ANO DE 2006, pleno de alegrias, saúde... e música, pois claro!
Agora, dita a «compulsão à repetição» freudiana que regresse à Odisseia...
6 comentários:
Gostei da síntese. Como disse Nietzsche "Sem a Música, a vida seria um erro." P
Um muito feliz 2006, à medida dos seus melhores desejos.
Um bom ano de 2006 para o Blogue e seu autor!
Abraço.
Helena,
Concordo consigo, na integra. A propósito do citado filósofo, sabe que odiava Wagner? Parace que este lhes fêz das dele... (disse-me o meu analista - CAD! Keep it for you)
Paulo,
Obrigado pelos seus votos amáveis, que retribuo!
E que tal postar mais???
Apenas hoje visionei este blog e confesso que me apaixonei. Que tenha muitos anos de vida. Parabéns
Caro Leonel,
Volte sempre! Adoro cativar novos leitores!!!
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