Da crítica de Jorge Calado à (magnífica) Elektra, (in Expresso, 24/01/2009), apreciei e retive duas passagens.
Advirto que, à parte as pretensões aristocráticas do mencionado senhor - meras expressões de uma snobeira torpe -, habitualmente leio as suas críticas, que respeito e admiro.
A primeira, fruto da snobeira narcísica do dito senhor - que teima em menosprezar o público (invariavelmente “estúpido e inculto”) -, reza assim: “É um luxo ter um tenor como Johan Botha no AEgisth. Foi pena o público não ter percebido que ele era, de longe, o melhor e mais bem equipado cantor em cena.”
O público, senhor Calado, essa vil categoria de ignorantes em que as iminências pardas criticas, verdadeiras luminárias da razão, não se revêem, não é estúpido nem ignorante!
Botha é um bom cantor de nível internacional, que já tive ocasião de ver em cena, hélas, em duas interpretações pouco acima do sofrível – Pollione (Norma) e Otello, da ópera homónima de Verdi. Rezam as crónicas que, por exemplo, como Walter (Os Mestres Cantores) e Florestan (Fidelio), o nivel da mediocridade não foi ultrapassado pelo tenor... A figura – que em ópera conta muito – atraiçoa o senhor, incessantemente, o que não ajuda, é certo...
Certamente que as críticas às descritas interpretações – realizadas por plebeus incultos e deslumbrados – enfermam de consistência e substrato erudito.
Prosaicamente, acho que Botha teve, na Elektra que aqui me trouxe, uma prestação de bom nível, embora muito longe do brilho de Polaski, Plowright e Foster. Mas, afinal de contas, quem sou eu?!
Quanto à segunda tirada magistral da crítica de Calado, aqui vai: “O que impediu uma grande noite de ópera foi a direcção quadrada, arrastada e pouco transparente (embora o final fosse bem conseguido).”
Se me permite, Calado-Mor, tiradas deste calibre, a menos que provenham de uma criatura terrena e sem cultura musical (como eu), carecem de fundamentação, sob pena de se tornarem estéreis ilustrações de uma critica, não redonda, mas obtusa!
Já agora, de críticos de pacotilha - Pedro Boléo - e gralhas brasonadas - Jorge Calado - está a imprensa lusa cheia...
Advirto que, à parte as pretensões aristocráticas do mencionado senhor - meras expressões de uma snobeira torpe -, habitualmente leio as suas críticas, que respeito e admiro.
A primeira, fruto da snobeira narcísica do dito senhor - que teima em menosprezar o público (invariavelmente “estúpido e inculto”) -, reza assim: “É um luxo ter um tenor como Johan Botha no AEgisth. Foi pena o público não ter percebido que ele era, de longe, o melhor e mais bem equipado cantor em cena.”
O público, senhor Calado, essa vil categoria de ignorantes em que as iminências pardas criticas, verdadeiras luminárias da razão, não se revêem, não é estúpido nem ignorante!
Botha é um bom cantor de nível internacional, que já tive ocasião de ver em cena, hélas, em duas interpretações pouco acima do sofrível – Pollione (Norma) e Otello, da ópera homónima de Verdi. Rezam as crónicas que, por exemplo, como Walter (Os Mestres Cantores) e Florestan (Fidelio), o nivel da mediocridade não foi ultrapassado pelo tenor... A figura – que em ópera conta muito – atraiçoa o senhor, incessantemente, o que não ajuda, é certo...
Certamente que as críticas às descritas interpretações – realizadas por plebeus incultos e deslumbrados – enfermam de consistência e substrato erudito.
Prosaicamente, acho que Botha teve, na Elektra que aqui me trouxe, uma prestação de bom nível, embora muito longe do brilho de Polaski, Plowright e Foster. Mas, afinal de contas, quem sou eu?!
Quanto à segunda tirada magistral da crítica de Calado, aqui vai: “O que impediu uma grande noite de ópera foi a direcção quadrada, arrastada e pouco transparente (embora o final fosse bem conseguido).”
Se me permite, Calado-Mor, tiradas deste calibre, a menos que provenham de uma criatura terrena e sem cultura musical (como eu), carecem de fundamentação, sob pena de se tornarem estéreis ilustrações de uma critica, não redonda, mas obtusa!
Já agora, de críticos de pacotilha - Pedro Boléo - e gralhas brasonadas - Jorge Calado - está a imprensa lusa cheia...
31 comentários:
Quem somos nós, João?
Botha esteve bem, mas não me parece que seja um cantor estrondoso como Calado o descreve (ainda não li a crítica dele, apenas este excerto).
Assisti a uma récita de "Don Carlo" com Botha no papel titular, em Viena (Dezembro passado), e ele não me encantou. Aliás, todo o elenco estava longe de ser o que se espera num teatro como a Staatsoper de Viena. Mediano e rotineiro, no São Carlos dos tempos modernos seria um luxo, mas para Viena achei pouco.
O modo como Pedro Boléo arrasa Polaski também está ao nível do escandaloso. Isto penso eu, que faço apenas parte do público.
Nós somos o alvo das interpretações. Depois há os críticos... if you see what I mean ;-)
A Victoria de Los Angeles disse que não lia críticas. Wagner criou o hiper-ridículo Beckmesser pensando num crítico e Jorge Calado é, para mim, muitas vezes insuportável, principalmente com as tiradas, as suas máximas. A que mais me "irritou" foi dizer que Haendel foi o maior compositor de ópera de todos os tempos. Ele é o deus da música, ou quê? Se calhar pensa que sim e nós, ínfimos humanos, sem o brilho do entendimento divino, somos uma cambada diletante de ignorantes.
Lapidar, caro João. É o que eu chamo por os pontos nos ii. O Botha é um bom cantor de nível internacional mas as suas interpretações são algo generalizadas. O seu Otello é um bom exemplo. Quanto as críticos, principalmente o Pedro Boléo (por coincidência, já não leio o Público com a regularidade de antes), é risível, para diser o mínimo.
O Anónimo das 17:15 sou eu. Também quero acrescentar que um papel da dimensão do de Aegistus não é para pôr o público aos berros, a não ser que se queira homenagear o cantor em sí. Mais uma caladice.
:) Ainda assim, prefiro as críticas do Jorge Calado às do Pedro Boléo.
Bom fim de semana, Moura Aveirense
Então, como estava à espera dos vossos REAIS!! (Toma lá, Calado!) comentários sobre a ELEKTRA, cá vão os meus… de um pobre ignorante que ouve música erudita há 27 anos… SÓ!!!...(Toma lá, Calado!)
Elektra, 15 de Janeiro de 2009, Fundação Calouste Gulbenkian-
BOM: As Sras. Donzelas, Servas, Confidente, Portadora do manto de Clitemnestra.
Deborah Polaski (Elektra) – Desculpem, estava à espera de muito mais, muitos escapes e deslizes vocais, e não me venham dizer porque era uma versão de concerto…
MUITO BOM:
Johan Botha (Egisto) – Têm toda a razão os comentários tecidos pelo nosso Dissoluto Punito!...
Stephanie Friede (Crisótemis) – Só não gostei da sua postura. É que este papel não é a Gretel na floresta, Susanna ou Cherubino no jardim do Conde de Almaviva, Berta a conspirar com Rosina n´O BARBEIRO…
EXCELENTE:
A Orquestra da Fundação sob a direcção de Lawrence Foster.
Jochen Schmeckenbecher (Orestes) – A VERDADEIRA REVELAÇÃO DA NOITE!!...Pessoal, povo da Ópera: HABEMUS ALBERICH! :-D
O PALMARÉS, O OSCAR, como queiram… :
Rosalind Plowright (Clitemnestra) – apesar de revelar a sua “Veteranice” deu-nos a potência vocal requerida para este papel, lembrando as nossas caras Sras. Pretéritas do passado. O único senão foi o de não ter revelado mais histerismo na encarnação da sua personagem… como o fez (para esconder alguma coisa?... :-? ) a Sra. Polaski.
Além disso PALMARÉS porque ELEKTRA TEM QUE SER UMA ÓPERA DE SENHORAS BEM CANTANTES!!... :-)
Quanto aos outros comentários aqui postados pelo nosso Dissoluto Punito, quero só tecer uma pequena (grande!) achega e uma singela (???) citação musical:
YYEEEEEEEEEESSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!! ;-)
ALL`ARRMII, AAALL`AAAAAAAAAAAAARRRRMIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!
(Il Trovatore, IIIºActo, Verdi – Off Cross!!!.... ;-) ;-D )
Se calhar é dar muita importância a estes "críticos" e tentar qualquer semelhança com Eduard Hanslick...brilhantemente caricaturado em Sixtus Beckmesser...
E nós não temos Wagner's para os caricaturar...e tão pouco eles se assemelham a Hanslick que produziu obra...
Grande Polaski!
Excelente noite de ópera,ainda que em versão de concerto...mas também para ver as actuais encenações de S.Carlos, antes ópera em versão de concerto...
Glória
Caro mr.LG,
Concordo consigo quanto à sua opinião sobre jochen Schmeckenbecher, sem dúvida muito bom e a revelação da noite.
Glória
João, tenho um bilhete a mais para a Norma de sábado, dia 31.
Com todo o gosto o ofereço.
Maria Helena
mr.LG,
Não leve a mal, pois gosto de fazer um pouco de humor. A sua escrita neste comentário da Elektra, e noutros também, está recheada de "atonalidades" como toda a música de Strauss. Confesso que "habemus Alberich" não percebo.
Eu não tenho bilhete para a Norma e talvez gostasse de ir... Será que a Maria Helena ainda tem esse bilhete disponível?
O anónimo das 11.08 sou eu, Raul.
caro Raul:
Lembra-se da eleição de Bento XVI como Papa? Todos os noticiários da altura só falavam da palavra em Latim: HABEMUS, o que quer dizer em Português corrente - TEMOS.
HABEMUS PAPA! - Temos Papa!
HABEMUS ALBERICH! - Temos Alberich! (personagem do DER RING, como sabe.
Quanto ao resto... ADORO AS ATONALIDADES DE RICHARD STRAUSS!!
;-) ;-D
All the Best
Maria Helena,
O Paulo está interessado no seu bilhete para a Norma! O que fazer para obtê-lo?
Um abraço ;-)
João
Tenho que fazer um pequeno acto de contricção à minha colega de Blog Glória:
Glória, não pense que me esqueci de si. Muito obrigado pelo seu apoio.
Tudo de bom... ou, como costumo dizer: All the Best! ;-)
Mr. LG
Caro Dissoluto Punito:
Já fui ao EXPRESSO ONLINE e não consigo achar um link directo para a crítica à ELEKTRA feita pelo pretérito Senhor. HELP! ;-)
MR. LG,
Terá de ir à edição em papel, como eu fiz ;-)
Paulo, o bilhete é seu.
Combinamos às 19h45m junto do balcão onde se vendem os programas?
Concorda?
Se houver outro modo de lhe entregar o bilhete que lhe seja mais conveniente, diga!
Maria Helena
Maria Helena e Paulo,
Parece que temos encontro marcado para 31, à noite, não?
O Raul vem a esta récita?
Abraços a todos e hasta Norma ;-)
Obrigado, Maria Helena. Como calcula, fico-lhe muito grato.
Concordo plenamente quanto a hora e local.
Até lá.
e eu que tenho o bilhete aqui em casa e não o vou poder utilizar... que inveja!
;)
MR. LG,
Dear Sir :)
Ao falar-me de "habemus Papam" (e não "papa", pois a palavra tem de estar em acusativo, pois é complemento directo) e do contexto da eleicção papal, queria dizer-lhe que conheço a expressão desde muito jovem. Também queria acrescentar que tenho formação académica para ensinar latim, coisa que não faço.
O que eu não percebo é a relação entre a expressão "habemus Alberich", melhor "Alberichem", para estar correcto, com a Electra. Talvez seja uma das suas atonalidades.
All the best to you too :)
Caríssimo João,
É verdade, vamos encontrar-nos na Norma, não na floresta druídica, mas sim na magnífica Gulbenkian. Eu espero não passar pela vergonha de ter um ataque de sono, pois chego na véspera com uma diferença horária de oito horas.
Eu já nem me lembro onde se levanta o bilhete, pois comprei-o na internet e agora tenho um mail da FCG. Uma pergunta: a que horas começa a ópera ?
Outra coisa: sugere algum local de encontro ou será fácil encontrar-nos ? Será que o João Ildefonso irá?
Um abraço e ad Normam
Raul,
A récita começa às 20,00h.
Se quiser encontrar-se antes, ligue-me para o móvel ou contacte-me via e-mail, ok? Não sei se o João I vai...
Um abraço
João,
Óptimo! Eu telefono-lhe no dia da récita para nos encontrarmos.
Um abraço
Olá Raúl.
O João Ildefonso não vai porque está a trabalhar ás 3h30 da manhã.
Vou poder ir ver a Garanca no dia 6 de Feverero.
Já agora o Calado é um parvalhão. Seria de esperar que alguém da sua idade um pouco de ponderação mas não é o caso. Há muita gente a escrever cujas crónicas envelhecem mal.... mas no seu caso horas depois já estão ultrapassaas.
Ildefonsíssimo,
O que é isso da Garanca em Lisboa?
Gosto muito dela.
Um abraço
Querido Raúl
A elina Garanca canta dia 6 de Fevereiro na Gulbenkian e eu afortunadamente estou de folga. Talvez consiga também ver a Bernda Fink. Envio o link abaixo.
http://www.musica.gulbenkian.pt/cgi-bin/wnp_db_dynamic_record.pl?dn=db_musica_season_2008_2009_pt&sn=all&orn=54
Já comprei bilhete.
Caro Raul
(um bocado tarde, mas cá vai…)
Tem toda a razão:
HABEMUS PAPAM.Também fiquei com esta dúvida e corrigi-a junto de um colega meu.
Agora quanto ao HABEMUS ALBERICHEM… não sei…
ALBERICH não é um nome latino, é um nome germânico já bem antigo que já ninguém deve usar na Alemanha, e não sei se alguma vez foi usado como nome corrente para nomear pessoas.
Portanto não sei se esta correcção ALBERICHEM esteja aplicada correctamente e devidamente no e para o Latim.
O meu Latim é muito elementar, é daquilo que consigo ouvir nas Missas e Requiems de vários, diversos e gloriosos compositores, é baseado naquilo que muito rudimentarmente consigo ler e decifrar… e não sei se com a fonética correcta.
Resumindo e concluindo: nunca tive uma aula oficial de Latim, embora tenha um familiar especialista em Latim Medieval e uma familiar Professora da mesma gloriosa língua dos romanos... que bem longe de mim estiveram quando escrevi o Post a que se refere.
Desculpe-me lá, mais uma vez a “tardice” da minha resposta ao seu Post.
A publicar no seu prestigiado Blog, caro Dissoluto.
All the Best :-)
Mr. LG
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