sábado, 17 de janeiro de 2009

Elektra (ainda...)

Augusto M. Seabra, no site da Fundação Calouste Gulbenkian, faz uma revisão das suas Elektra (R. Strauss) disponíveis no mercado, tanto em cd, como em dvd.

Eis a minha lista de Elektra indispensáveis, por ordem de aquisição (sem outro critério):


Link
(DG - Sinopoli, DECCA - Solti, EMI - Sawallisch)


(DG - Böhm, Arthaus dvd - Abbado, GALA / KOCH - Kraus)


(DG dvd - Böhm, DG dvd - Levine, TELDEC - Barenboim)


Caso o leitor pretenda uma amostra mais restrita – para uma ilha deserta ou similar -, recomendo Sinopoli (pela clareza da leitura), Solti (pela densidade orquestral e pela protagonista do século, Nilsson) e Böhm (dvd, por tudo, tudo, tudo: protagonistas, orquestra, direcção e encenação). A talho de foice, diga-se que as interpretações de Sawallisch e Abbado (dvd) dispõem da Crisótemis absoluta, Cheryl Studer.

Resumindo e baralhando, Böhm eternizou Elektra (num mix áudio - vídeo, como aqui tive ocasião de referir):


(DG 073 4095)

A escolha não é assim tão difícil, caro leitor! Faça como eu: coleccione-as todas ;-)

10 comentários:

Anónimo disse...

EM CD TENHO AS DE Sinopoli E Sawallisch E EM VIDEO E DVD TENHO AS DE Abbado E Böhm. ACHO MUITO DIFICIL ESCOLHER UMA.O CERTO É QUE NINGUÉM SAI INCÓLUME DEPOIS DE OUVI-LAS.

EWALDO

Anónimo disse...

Eu estudei bastante em termos literários o mito dos Atridas e o papel desta personagem, tendo no último ano do meu curso feito para o semestre de Tragédia Grega um estudo mais profundo da Electra de Sófocles, fonte do libreto de Hugo von Hofmannsthal. Enfim "familiarizei-me" com a filha mais velha de Clitemnestra. Quando vi a Elektra pela primeira vez em 1977 (Danila Mastilovic, Regine Resnik, Teresa Kubiak, Franz Ferdinand Neutwig) no São Carlos foi "um choque", pela positiva: sensorialmente entendia o mundo da Tragédia Grega. Mais tarde em 86, visitando a Grécia, fui "religiosamente" a Micenas, sempre pensando em Agamemnon, o ausente sempre presente, clitemnestra, Elektra, Orestes e Crisotemis. Depois vieram as gravações. Sobre estas queria, se me permitem, dar a minha opinião.
Dos DVDs expostos neste blogue o pior é versão Sawallisch, onde a uma fantástica Studer se opoem uma Fassebinder muito limitada e a Marton vocalmente com a voz em cacos. A versão do Met com a Nillson é "obrigatória", pois a maior Elektra de sempre tem uma presença de palco esmagadora, embora ainda em forma mas já não é a voz da versão do Solti. A presença da Rysanek é fabulosa o final de ópera, Deus meu, que maravilha!
Nos CDs é lógico que a referência absoluta é a versão Solti, uma entre as grandes gravações do século. Agora - e talvez seja o real motivo deste meu comentário -há uma gravação que "esmaga": a versão do excepcional maestro Dimitri Mitropoulus com a Elektra mais obsecada que conheço, a especialista no papel Inge Borkh, acompanhada de um grande elenco de que se destaca a bela LIsa della Cazza. Ouçam os acordes iniciais, sem paralelo noutra versão, e a "viagem" começa. Este CD faz parte daqueles que levo para a ilha deserta.
Para terminar, confesso que não sou um incondicional da Varnay-Elektra da versão Karajan e o dvd da Ryzanek deve estar em qualquer estante de um straussiano.

Hugo Santos disse...

Eu tenho pena que a gravação do Sawallisch tenha uma Elektra como a Marton que, apesar da voz, é parca em nuances dramáticas e adopta sempre o mesmo volume sonoro. É pena porque tudo o resto na gravação é absolutamente recomendável. O CD Nilsson/Resnik/Collier é a referência, embora o ideal incluiria a Crisotemis da Rysanek. O DVD com a Elektra desta última é o registo video a ter. A versão do MET tem algumas deficiências técnicas que a impedem de ser usufruida nas melhores condições. A Nilsson, mesmo longe da melhor forma, é um verdadeiro pilar no que à história da interpretação straussiana diz respeito. Só por isso já vale a pena. Quanto a registos ao vivo, recomendo os seguintes:

Wellitsch/MET 1949
Varnay/MET 1952
Borkh/Viena 1957
Borkh/Nova Iorque 1958
Nilsson/Viena 1965
Nilsson/MET 1966
Nilsson/RAI Roma 1971

A propósito, também possuo a Elektra da Danica Mastilovic (Gwynn Cornell, Eva Marton/MET 1978).

Anónimo disse...

Hugo,
Só duas questões:
Na versão do MET 49 penso que a Wellitsch será a Crisotemis e não a Electra. Terei razão?
Quando refere a versão Sawallisch está a referir-se ao CD e não ao DVD. Estou certo?

Anónimo disse...

Caro Raúl
Que eu saiba Sawallisch ainda NÂO nos deu uma ELEKTRA em dvd. Por isso o Sr. Hugo está a referir-se ao dvd de Bohm/ Rysanek... assim me dá a sensação...
Segundo me diz a Net a versão de concerto de New York1949 com a Varnay e Mitropoulos a dirigir, não tem Welitsch, mas sim Irene Jessner como Crisótemis.
Dou toda a razão ao nosso caro Dissoluto Punito pelas escolhas acertadas que fez quanto à discografia da ELEKTRA; que só não possuo a versão Kraus53 e a oficial de Barenboim (embora já a tenha escutado)e desejo muito ter a de Borkh/Mitropoulos Salzbourg58 com Della Casa. Mas os discos ORFEO têm, infelizmente, preços proibitivos... :-/ :-@
Uma cá das minhas sugestões, se me permitem uma certa crueza e humor... NEGRO!! : Querem morrer de ataque cardíaco em pleno ORGASMO MUSICAL?? :-D :-D
Ouçam de seguida o IIIº Acto de DIE WALKURE-KARAJAN-VARNAY ,RYSANEK-EMI GREAT RECORDINGS e o dvd ELEKTRA-BOHM-DG com as mesmas pretéritas senhoras; E depois do adeus de Sieglinde à Brunnhilde de Varnay em Bayreuth51 e do GRITO: "FREUN!!!..." VOMITADO!! por Rysanek à cara de Varnay ATIREM OS VOSSOS PUFS PELA JANELA FORA PARTINDO-A!!! PEGUEM NUMA CAÇADEIRA E ATIREM TIROS PRÓ AR!!! NUM MARTELO PNEUMÁTICO E DESFAÇAM A PAREDE DA VOSSA SALA!!! Vão ver o que é um ORGASMO MUSICAL!!
Brutal, man... UFF!!... RADICAL!! ;-))) ;-D
Sorry folks, that´s the way I feel...
All The Best...
Boa ELEKTRA na Gulbenkian, cá tou à Espera!... ;-)

Hugo Santos disse...

Raul, obrigado por me ter chamado a atenção pois acabei por fazer uma tremenda confusão. Associei a Ljuba Wellitsch à Elektra quando o deveria ter feito à Salome, logo, o registo que referi é desta última ópera. A versão dirigida pelo Sawallisch a que me refiro é em CD e não o DVD. Peço perdão por este "senior moment".

Anónimo disse...

Durante a Electra na FCG um passarão falou-me deste espaço. Aproveitei a noite para o ler ao som da minha Electra da Ilha Secreta Borkh/Mitropoulus/Viena 1957, diverti-me imenso, concordei, discordei, ri, sorri e gritei.
Parabéns ao anfitrião e colaboradores permanentes, agradeço-lhes as magnificas horas que passei na vossa companhia.

Miguel Maldonado

Il Dissoluto Punito disse...

Miguel,

Só esparamos que continue a vir cá mais vezes ;-)))
Os contributos são do melhor que há neste espaço!
Um abraço,

JGA

Anónimo disse...

Hugo,
Também eu me enganei. Quando queria referir uma Elektra em DVD pelo Sawalisch e que eu não fiz boas referências^à Marton e à Fassebinder, o maestro era o Abbado.

Anónimo disse...

Conheço a gravação da referida Valquiria do Karajan e posso atestar a superlativa qualidade.