sábado, 6 de setembro de 2008

Fleming & Strauss: (re) Vier Letzte Lieder



Para que conste, a anunciada interpretação de As Quatro Últimas Canções, de Richard Strauss, por Renée Fleming, corresponde a uma revisitação deste repertório por parte da soprano norte-americana.

Pouco tendo que ver com Schwarzkopf, Fleming reaborda o ciclo, em estúdio, desta feita em plena maturidade - à semelhança da dita Senhora Alemã, que visitou a obra no início e final da carreira.

Tanto quanto sei, Schwarzkopf e Fleming foram as únicas intérpretes a cometer semelhante proeza, até à data.

Esta magistral obra, a m
eu ver, nunca deve ser ousada antes do primeiro vislumbre do final da vida – que imagino ocorrer pelos cinco decénios de vida...

A primeira leitura de Schwarzkopf enferma de uma evidente falta de melancolia. Já a segunda – que não tem paralelo em toda a discografia – transpira serenidade, poesia e uma tristeza de interminável beleza.

Honestamente, espero que a reprise de Fleming siga o trilho da de Elisabeth Schwarzkopf, posto que a primeira incursão daquela - que adquiri em Paris, depois de um dia de trabalho para esquecer -, pouco mais me despertou além de aborrecimento: o vibrato em excesso e uma desabitação teatral gritante, em territórios desta envergadura lírica, não se toleram!

Ver-se-á, em breve...

6 comentários:

Fernando Vasconcelos disse...

Concordo a 1000%. As quatro ultimas canções é uma obra que pela sua intensidade requer uma determinada experiência de vida e diria eu pelo menos o vislumbrar do fim, mas talvez isso seja já demasiado romantismo da minha parte.

Dinha BS disse...

As quatro últimas canções são mesmo as últimas de R.Strauss, há uma voltar atrás, à sua inspiração romântica, uma despedida. Os poemas de Hesse e Eichendorff ajudam. Para as cantar bem é preciso ter experiência na vida e na voz e, para mim, um je ne sais quoi a que eu chamo "voz alemã" - Schwarzkopff, Janowitz, Varady...

Anónimo disse...

A minha favorita continua a ser a Lisa della Casa. Fresca, despretensiosa, sensual, ironica.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Concordo, com o anónimo, meu caro dissoluto: Lisa della Casa,a quem mestre Strauss dizia
- Um dia, a menina ainda vira a Arabella! ;-)

Dissoluto,publiquei-as no cantinho de onde lhe escrevo, com ela, com uma recensão crítica!

abraço.

Anónimo disse...

O que é que publicaste querida Clara? E não disseste nada ao Joãozinho.
João Brahms

Anónimo disse...

Meu caro Brahms,
Pelas suas barbas: já lhe disse q a nossa intimidade não pode ser dada a lume, nos blogs! ai,ai!

a crítica de q falava, pode encontar aqui:
http://pqpbach.opensadorselvagem.org/richard-strauss-1864-1949-vier-letze-lieder-four-last-songs-arabella-ariadne-auf-naxos-capriccio-lisa-della-casa-karl-bohm-e-rudolf-moralt/


A sua,
clara Schumann