Para que conste, a anunciada interpretação de As Quatro Últimas Canções, de Richard Strauss, por Renée Fleming, corresponde a uma revisitação deste repertório por parte da soprano norte-americana.
Pouco tendo que ver com Schwarzkopf, Fleming reaborda o ciclo, em estúdio, desta feita em plena maturidade - à semelhança da dita Senhora Alemã, que visitou a obra no início e final da carreira.
Tanto quanto sei, Schwarzkopf e Fleming foram as únicas intérpretes a cometer semelhante proeza, até à data.
Esta magistral obra, a meu ver, nunca deve ser ousada antes do primeiro vislumbre do final da vida – que imagino ocorrer pelos cinco decénios de vida...
A primeira leitura de Schwarzkopf enferma de uma evidente falta de melancolia. Já a segunda – que não tem paralelo em toda a discografia – transpira serenidade, poesia e uma tristeza de interminável beleza.
Honestamente, espero que a reprise de Fleming siga o trilho da de Elisabeth Schwarzkopf, posto que a primeira incursão daquela - que adquiri em Paris, depois de um dia de trabalho para esquecer -, pouco mais me despertou além de aborrecimento: o vibrato em excesso e uma desabitação teatral gritante, em territórios desta envergadura lírica, não se toleram!
Ver-se-á, em breve...
6 comentários:
Concordo a 1000%. As quatro ultimas canções é uma obra que pela sua intensidade requer uma determinada experiência de vida e diria eu pelo menos o vislumbrar do fim, mas talvez isso seja já demasiado romantismo da minha parte.
As quatro últimas canções são mesmo as últimas de R.Strauss, há uma voltar atrás, à sua inspiração romântica, uma despedida. Os poemas de Hesse e Eichendorff ajudam. Para as cantar bem é preciso ter experiência na vida e na voz e, para mim, um je ne sais quoi a que eu chamo "voz alemã" - Schwarzkopff, Janowitz, Varady...
A minha favorita continua a ser a Lisa della Casa. Fresca, despretensiosa, sensual, ironica.
J. Ildefonso.
Concordo, com o anónimo, meu caro dissoluto: Lisa della Casa,a quem mestre Strauss dizia
- Um dia, a menina ainda vira a Arabella! ;-)
Dissoluto,publiquei-as no cantinho de onde lhe escrevo, com ela, com uma recensão crítica!
abraço.
O que é que publicaste querida Clara? E não disseste nada ao Joãozinho.
João Brahms
Meu caro Brahms,
Pelas suas barbas: já lhe disse q a nossa intimidade não pode ser dada a lume, nos blogs! ai,ai!
a crítica de q falava, pode encontar aqui:
http://pqpbach.opensadorselvagem.org/richard-strauss-1864-1949-vier-letze-lieder-four-last-songs-arabella-ariadne-auf-naxos-capriccio-lisa-della-casa-karl-bohm-e-rudolf-moralt/
A sua,
clara Schumann
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