domingo, 13 de janeiro de 2008

Pelléas et Mélisande ossia Édipo revisitado

A peça Pelléas et Mélisande, de Maurice Maeterlinck, tem sido, como refere este artigo, fonte de inspiração para diversos autores, sendo a opera homónima de Debussy a mais célebre adaptação musical – lírica, no caso – do drama original.

«The play's inspiration was in part autobiographical. Born in Ghent, Maeterlinck spent many of his formative years in the family home at nearby Oostacke, surrounded by a windswept landscape of canals and mist. As a young adult, he shared a mistress with his own father, and the idea of a three-way relationship between a woman and two related men of differing ages eventually found its way into the play. Oostacke was transformed into the imaginary, watery kingdom of Allemonde, where Pelléas forms a catastrophic erotic attachment to Mélisande, the supposedly childlike wife of his jealous, much older half-brother Golaud.»

Pela parte que me toca, a justificação de tanto interesse radica na revisitação – ou actualização – da trama edipiana, que Freud celebrizou, sob a formulação de Complexo de Édipo.

A situação edípica – ou triangular, como se preferir – constitui um incontornável marco no desenvolvimento psicossexual: lança o sujeito no encalço da exogamia, permite a elaboração da ambivalência – a possibilidade de, face à mesma figura, se experimentar amor e ódio -, determina as identificações secundárias – a identidade de género -, estabelece a organização do Super-Eu – o juiz interno, que fixa interditos, nomeadamente a interdição do incesto, além de instituir a culpabilidade -, entre muitas outras questões.

2 comentários:

Paulo disse...

João, tenho um carinho especial pela versão de Boulez, com Alison Hagley e Neill Archer.

Il Dissoluto Punito disse...

Paulo,

Tenho esse interpretação, em dvd, mas ainda não tive ocasião de a ver em detalha :-(
Um abraço para ti