quarta-feira, 25 de abril de 2007

Epítetos II - Tristan und Isolde

Na pré-história deste blog, a propósito d´A Mãe de Todas as Óperas (leia-se Don Giovanni), elaborei uma lista de interpretações discográficas da mesma, lista essa organizada por epítetos.

Desta feita, as considerações do Filipe - membro desta companhia de Ópera, recém-chegado - a respeito do Tristan (II, o melhor, infinitamente melhor, meu caro, é o I, o de 1952!!! Uiiiiii uiiiii!!!) de Herr Von Karajan, tentaram-me a repetir o exercício - necessariamente falível, subjectivo até ao âmago, está bem de ver -, outrora subordinado a Don Giovanni.

Dito isto, aqui vai...

O Mediano


O Live


O Monumental


O Laboratorial - Perfeito


O Show-Biz


O Laboratorial - Derradeiro


O Começo


O Orquestral


O Colosso


O Másculo


O Minimalista


O Crepúsculo - dos - Deuses


O Vanguardista


nota: desta lista apenas constam as interpretações que possuo - 13, à data deste exercício.

30 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dissoluto:
Das gravações que nos apresentou já adquiri o LIVE; o COMEÇO, o MÁSCULO, o MINIMALISTA e o CREPÚSCULO DOS DEUSES. Na minha opinião todos eles têm os seus pontos fortes (fortíssimos em alguns deles). Quanto ao primeiro, ele constitui o meu favorito: o elenco justifica a minha escolha, o local onde foi gravado e a verdade com que isso foi feito. o segundo, tem a aristocrática (e com direito a sê-lo) Flagstad, cuja beleza de timbre e potência do mesmo (conjugação, a meu ver -inexperiente que sou - rara no canto wagneriano) conferem à sua interpretação a verosimilhança necessária à personagem; o terceiro já fiz referência no seu post anterior; quanto ao quarto...ainda o estou a digerir. Considero que os dois protagonistas, ainda que muito bons, não estão no mesmo patamar que os das outras gravações que referi, ainda que, confesso, o aspecto minimalista da encenação me agrade (mesmo que se possa achar que não é totalmente eficaz). Em relação ao crepúsculo...o que dizer do trio VICKERS, NILSSON E BÖHM? Mesmo que o som e imagem não sejam os melhores, vale a pena, valeria sempre a pena...por mais velhos que fossem...
Não gostaria de deixar escapar duas das gravações que aponta: a de Furtwangler e a de Karajan. Julgo serem gravações fundamentais para a minha maturidade musical mas que, no entanto, ainda não tive a oportunidade de comprar...mais hei-de lá chegar.

Um abraço

Filipe

Anónimo disse...

Em CD tenho os dois da Flagstad e da Nilsson/Bohm e em laserdisc a Nilsson/Vickers, que foi a coisa mais cara que comprei em registos videos. Um dia comprarei a versão do Kleiber. Por coincidência ando numa fase de Tristão - quando já se ouviu tantas vezes as grandes peças musicais, espera-se por fases -, ouvindo-o todos os dias. Como se vê, ouço-os ou pela Flagstad ou pela Nilsson, as supremas Isoldas e wagnerianas, verdadeiras deusas não substituídas.
Raul

Anónimo disse...

Já agora, uma questão: porquê "Show-Biz", quando fala da gravação de Traubel e Melchior?
Uma vez quase a comprei, mas como não estava seguro da sua qualidade não a adquiri.

Filipe

Anónimo disse...

Concordo consigo Raul quando fala em fases. Também sou assim. Por acaso estou numa fase mais Straussiana, pelo que ando doido pela Elektra, nas três interpretações que possuo: Borhk/Mitropoulos (CD); Nilsson/Solti (CD) e Nilsson/Levine (DVD).

Anónimo disse...

Este último comentário foi meu...mais uma vez, esqueci-me de assinar.

Filipe

Aporias disse...

Obrigada João por nos dar - tão generosamente - informações preciosas, sobretudo para os não iniciados :)

Anónimo disse...

Filipe,
A minha Elektra durante anos foi a da Decca com a Nilsson. Comprei também há uns largos anos o laser da Nillson no Met, mas é lógico que a voz já não é a mesma, embora as interpretações Nilsson/Rysanek sejam avassaladores.
Há uns cinco anos comprei o Mitropolous/Borkh e tive a visão da Grécia Antiga, aquela que estudei na universidade: a minha licenciatura de origem é Clássicas e estudei permenorisadamente as Electras de Sófocles e Eurípedes e As Coéforas de Ésquilo. O tema dos Atridas (família de Agamemnon) tenho-o na pele e, por isso mesmo, há uns 20 anos fui à Grécia e a Micenas para sentir mais a tragédia. Hoffmanstal inspira-se em Sófocles a mais perfeita das três tragédias. Ouvir a versão do maestro grego faz-me reviver o que aprendi sobre esta tragédia.
Recentemente e por causa da Gramophone soube que o Covent Garden anda a editar representações memoráveis, entre elas uma Elektra de 1958 com cantores que nunca tinha ouvido, mas de que já lera. A direcção é desse excepcional maestro, Rudolf Kempe, e as interpretações são fabulosas. Estas são as minhas Elektras, ópera que adoro.
Em 1977 vi uma Elektra com Regine Resnik na Clitmnestra. Era também a encenadora. A voz já acusava a idade, mas a presença de palco era impressionante.
Raul

Anónimo disse...

Caro Raul:

Também já ouvi falar dessas edições, embora ainda não as tenha encontrado à venda no nosso país. Quanto há referida Elektra, creio que seja este o link na Amazon.com que nos permite ouvir excertos da mesma:

http://www.amazon.com/Strauss-Elektra-Spoken-Word/dp/B000I8OIXO/ref=sr_1_2/102-0590103-1594545?ie=UTF8&s=music&qid=1177578362&sr=8-2

Entre outras gravações, julgo também existir a famosa Lucia di Lammermoor de 1959 com Joan Sutherland.

Filipe

Anónimo disse...

Caro Filipe,
Sim, já saíram cinco:
Elektra
Don Carlo (Cristoff, Gobbi, Vickers)
Otelo (Kubelik:Vinay
Tosca (Milanov,..)
Lucia (Sutherland,..)
De acordo com a crítica de John Steane na Gramophone o som da Lucia não foi aquele que ele se lembra de ter ouvido quando assistiu à récita em 59.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Filipe,

Não dispense a do Kleiber, que é a mais artificial, mas a mais cristalina!
Quanto à do Met, dirigida por Levine, além da mise-en-scène e de Heppner / Pape, não vale grande coisa... A Eglen é horrenda, nem mais, nem menos...

Il Dissoluto Punito disse...

Filipe,

Show-biz não é depreciativo! A Traubel tinha um toque de Brodway... Adquira-a, poie merece a pena!

Il Dissoluto Punito disse...

KB,

Ora essa ;-))) Volte sempre e intervenha!

Anónimo disse...

Eu só tenho uma, mas é "O Perfeito"! :)

Il Dissoluto Punito disse...

Carlos,

À excepção do mediano e do minimalista - dispensáveis -, só lhe faltam os outros TODOS! Pelo menos, começe pelo Live, Crepúsculo, Monumental, Colosso, Começo e Vanguardista... Coisa pouca ;-)))

Anónimo disse...

Vou seguir então o conselho de quem sabe!

Anónimo disse...

Gostaria só de deixar o registo da minha aquisição da gravação de Furtwangler, hoje, a qual me encontro a escutar neste preciso momento.

Filipe

Il Dissoluto Punito disse...

Filipe,

Se assim é, está a fazer-se história! Foi a minha segunda ;-) A primeira interpretação a ser escutada?
Bohm'68...

Anónimo disse...

A minha primeira interpretação foi a de 1966, Bayreuth: Nilsson/Windgassen/Bohm.

Filipe

Il Dissoluto Punito disse...

Filipe,

É dessa que falava... Em vez de 68, queria dizer 66!

Anónimo disse...

Realmente estranhei, mas como não conheço todas...=)))

Já estou na minha parte favorita: o dueto de amor...Brangäne está quase a ser testada (outra das minhas partes favoritas...ai ai ai).

Filipe

Anónimo disse...

Filipe,
PARABÉNS.
Tem em mãos uma das maiores gravações do século XX com a melhor cantora do mundo. Comprei essa gravação em Paris em 1988 e, por incrível que pareça, a do Bohm só há uns meses. A razão é porque possuo o videolaser da Nilsson há uns 13 anos.
Nessa gravação conhece os empréstimos da Schwarzkpf?
Raul

Anónimo disse...

Caro Raul:

Já ouvi umas quantas histórias acerca disso...mas aqui entre nós, a Flagstad está perdoada...não é só de notas agudas que é feita uma grande cantora...

Filipe

Anónimo disse...

Meu caro amigo do cavalo,
Não seria por duas notas que o mundo ficaria sem a sua Isolda em estúdio. Obrigado Schwarzkopf. Mas a Flagstad não gostou quando se soube disso e projecto da Valquíria com o Furtwangler gorou-se e o papel foi dado a Marta Modl, que é uma grande Brunilde, mas não é a Flagstad.
Raul

Anónimo disse...

Já me fez rir Raul. Vejo que também é um amante de etimologia.
Concordo consigo. Pena termos ficado sem a sua Brunilda. De qualquer forma, a gravação que refere tem andado a fugir de mim. Ainda não a consegui encontrar nos escaparates...=(

Il Dissoluto Punito disse...

Raul e Filipe,

A Valquíria, de Furt., já não existe no catálogo da EMI. Ainda a consegui encontrar em Paris. Mas, se não me engano, a NAXOS reeditou-a! Caso contrário, a minha poderá fazer algumas viagens ;-)

Anónimo disse...

Grazia mile, mas eu tenho a Valquíria do Furtwangler. O final do Primeiro Acto, depois de arrancada a espada, é incandescente, não encontrando, para mim, rival. E isso está nas cordas.
Raul

Anónimo disse...

Você é um mãos-largas caro Dissoluto...muito obrigado.

Filipe

Anónimo disse...

Preciso de um favor.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Que favor?

Anónimo disse...

João,
Só há uns meses comprei o Tristão do Bohm e foi numa cidade a que não volto tão cedo. Tenho-o ouvido e reparei que o CD1 está impossível de ouvir, cheio de ruídos. O João pode-me fazer para este CD o mesmo que me fez para a Traviata do S.Carlos e para o disco do Boris Cristoff?
Raul