Hoje, sábado, pelas 16.00 h, vamos assistir à estreia desta ópera de Handel.
Dá dita ópera, nada sei ! Muito menos dos interpretes...
Ainda que a curiosidade seja grande, a ameaça de uma gripe está a comprometer a minha capacidade de fruição... Ver-se-á...
Pode ser que descubra um bálsamo para as minhas maleitas...
Na actual conjuntura política e cultural - ou devo dizer político-cultural, ou ainda desavergonhadamente acultural e, isso sim, polítqueira -, não deixa de ser assinalável a circunstância de esta ópera versar sobre um monárca português, que deixou obra feita !
Numa altura de desgoverno absoluto, onde a cultura anda ao sabor de caprichos de alguns, de jogadas políticas de outros e da ignorância de muitos, quem se trama é o povo ! Seria o cúmulo do absurdo se a temporada fosse, como chegou a dizer-se, encerrada em finais de Março !
Por muito que aprecie o trabalho de Pinamonre, não crei ter sido inocente esta jogada... Mas, quem sabe, ficaremos todos - público - a lucrar com esta estratégia, que, no essencial, consistiu em dizer " O rei vai nu" !
Que a presente produção de Dionísio inspire dirigentes !
Continuo a bater-me por uma opinião muito minha: a ópera não tem que ser um espectáculo de elites ! Porque razão, em itália, as crianças aprendem, desde tenra idade, a marcha triunfal da Aida ? Porque razão, em Viena, ouvimos os miúdos trautearem valsas de Strauss ? Em França, várias vezes ouvi - da boca de leigos, como eu - referências às grandes interpretes da Carmen - Berganza, Baltsa, Migenes, etc !
Dir-me-ão que as óperas em questão são populares... pois é, conseguiram esse feito, como diz Sérgio Azevedo !
Sou suspeito para falar do Don Giovanni, que é - em meu entender - a mãe da criação operática-clássica... Haverá ópera mais popular do que esta ??? Cheguei a ver crianças, absolutamente radiantes, na assistência de uma récita desta ópera-prima.
E o que me dizem de A Flauta Mágica ? Não são só as arias da Rainha da Noite que são populares !
Também vos digo que teria dificuldade em levar um filho meu, de tenra idade, ao São Carlos, para assistir a uma récita de o Grande Macabro, que muito aprecio, hoje em dia.
Enfim, esperemos que os próximos responsáveis pela cultura tenham outra visão e respeito por todos nós, que amamos a cultura e a criaçao artística.
Já agora, repararam que as mais famosas récitas do nosso Teatro Nacional de São Carlos tiveram lugar no tempo do outro senhor ? Com tudo o que o regime tinha de odioso - e não era pouco -, em matéria de ópera, não havia grandes razões de queixa !
Só para que conste, voto, convictamente, à esquerda !
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