Ouvi o "Sacrificium" que é uma magnífica edição com toda aquela informação sobre os castrati, especialmente o glossário. O conteúdo desperta-me mais a curiosidade intectual do que o prazer dos sentidos, embora algumas árias já "caminhem" para uma certa individualidade. Todas aquelas coloraturas parecem ter qualquer coisa de "mecânico", sem emoção; é um sentir muito afastado do meu "sentir", é o Barroco no que tem de mais característicos, um puro exercício artístico, o cultivo exagerado da ornamentação, como o foi na Poesia. Daí a necessidade de se voltar novamente ao equilíbrio Clássico, Haydn e, especialmente, Gluck. É, por isso, que sempre andei afastado da arte vocal operática de Haendel. Prefiro ouvir o violino barroco, de que gosto muito, a ouvir as coloraturas dos que hoje "revivem" a arte dos castrati. A voz dos "castrati"? Só posso imaginar, mas aos olhos de hoje, penso que não gostaria. A Bartoli? Perfeita, no seu campo, com o mérito de trazer a público de hoje uma arte e uma "crueldade" que no passado foi prática aos serviço da música. A voz tem momentos de glória total e outros, que parece mais a "investigadora" produzindo resultados. Às vezes tenho em relação à Bartoli um sentimento de que "o rei vai nu", mas são apenas tentações. Raul
5 comentários:
Eu percebo a relação com os castrati, mas parece-me que é "Muti dixit".
Raul
E a Bartoli redixit ;-)
Já percebi. Burrice minha.
Raul
Ouvi o "Sacrificium" que é uma magnífica edição com toda aquela informação sobre os castrati, especialmente o glossário. O conteúdo desperta-me mais a curiosidade intectual do que o prazer dos sentidos, embora algumas árias já "caminhem" para uma certa individualidade. Todas aquelas coloraturas parecem ter qualquer coisa de "mecânico", sem emoção; é um sentir muito afastado do meu "sentir", é o Barroco no que tem de mais característicos, um puro exercício artístico, o cultivo exagerado da ornamentação, como o foi na Poesia.
Daí a necessidade de se voltar novamente ao equilíbrio Clássico, Haydn e, especialmente, Gluck. É, por isso, que sempre andei afastado da arte vocal operática de Haendel. Prefiro ouvir o violino barroco, de que gosto muito, a ouvir as coloraturas dos que hoje "revivem" a arte dos castrati. A voz dos "castrati"? Só posso imaginar, mas aos olhos de hoje, penso que não gostaria. A Bartoli? Perfeita, no seu campo, com o mérito de trazer a público de hoje uma arte e uma "crueldade" que no passado foi prática aos serviço da música. A voz tem momentos de glória total e outros, que parece mais a "investigadora" produzindo resultados. Às vezes tenho em relação à Bartoli um sentimento de que "o rei vai nu", mas são apenas tentações.
Raul
Percebo o que o Raúl diz e apesar de gostar de alguns dos seus discos mais recentes guardo como momento máximo a sua Clemencia de Tito de juventude.
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