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quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Disse-me um passarinho...
... que está para muito breve a chegada desta pérola wagneriana!
8 comentários:
Raul
disse...
Aproveito a boleia de Wagner para dizer que acabo de ver o Crepúsculo no São Carlos. Sinceramente, gostei, fiquei bem satisfeito. A encenação é toda aquela palhaçada que nós sabemos, mas o drama é preservado, o que é essencial. Como o canto foi bom e homogéneo, dominado pela Susan Bullock, embora um pouco estridente, pudemos dizer que valeu a pena. Eu acho que o encenador gosta de gozar com Wagner e com o pessoal.
Peter Seiffert é o melhor Tannhäuser gravado que eu conheço, sob a direcção de Barenboim (Teldec), um disco estranhamente subvalorizado. E também entra na fantástica Die Frau ohne Schatten japonesa de Sawalisch. É pena não gravar mais vezes.
Curiosa esta edição já que possuo um registo editado pela EMI há alguns anos com cenas de óperas de Wagner (Tannhauser, Lohengrin e Die Walkure) com o mesmo Seiffert e Julia Varady, dirigidos por Fischer-Dieskau que faz igualmente uma "perninha" como Wolfram.
acho que não foi palhaçada nenhuma a encenação de Graham Vick; foi até muito válida e concebeu uma autêntica revolução na concepção de espectáculo operático no S. Carlos: depois deste Ring que assisti na íntegra, já não consigo conceber a disposição física tradicional do São Carlos. Para mim a Plateia ficou muito bem no Palco e a acção lírico-dramática deveria, a partir de agora, ser mostrada naquela plataforma construída acima da tradicional Plateia. Resultou que nem um mimo! Nesse aspecto, foi uma autêntica revolução. Agora a encenação de Vick pecou por algumas incoerências e pecadilhos Euro-trash tradicional: … olha agora Siegfried é um ditador fascista… sim, sim, já sabemos… Olha a Waltraute sai agora a cavalo de Grane… mas isto não está no Libretto… e além disso parece que está a mandar o Táxi/cavalo para S. Bento… Ai porque a Brunnhilde é uma Taliban, que até vem com a bombinha pra explodir, feita antes pelas Nornas (também Talibans?? …) Dejá vu por essa Europa fora… ai a bomba afinal não explode??!!... boa pa todos nós!... :-) …Olha, a Tetralogia acaba agora com um dancing pair from a Ball Room… porque não uma criancinha com uma Planta, por. Ex.?? … Etc., Etc., Etc ... Elenco homogéneo, dominado pelos excelentes Stefan Vinke e Susan Bullock, a verdadeira vencedora e Rainha da da récita. Único senão, a Waltraute fraquíssima! De Júlia Oesch; a personagem e nós merecíamos muito mais. Saí de lá bastante contente por ter concluído a minha 1ª (e única??...) assistência ao vivo da Tetrologia wagneriana na sua íntegra. Bom espectáculo de teatro, sim Sr., de onde destaco como muito bom o SIEGFRIED, car le reste est bien terne… Espectáculo assistido a 24 de Outubro.
A encenação, para mim, continua a ser uma palhaçada e nem me preocupo com a possível coerência que o encenador, que pelas mesmas razões de Norma "Nominate non oso", queira dar. Só o drama me interessa e não gosto de me distrair com pormenores que considero idiotas, tais como a preparação do petardo, o homem-cavalo, o branco-preto Siegfried, as motorizadas, o par dançante dos salões de festas, etc. Simplesmente não me dou ao trabalho de esmiuçar aquilo que no fundo viro a cara. Fui lá ver Wagner e isolei episódio por episódio não tentando ligá-los. Da única forma como consegui ver, gostei. Foi a terceira vez que vi O Crepúsculo dos Deuses. As outras vezes foram em 1976 e 1983. Em 1976 a Brunilde foi Birgit Nillson e local foi o mesmo onde vi esta encenação que continuo a achar uma palhaçada. Mas gostos não se discutem e não vou de forma nenhuma discutí-los. Raul
Acrescentando: Outra coisa que achei inaceitável. Todos nós sabemos que a Imolação da Brunilde é a ária mais dífícil do reportório lírico. Não é que quando a solista ao finalizar tem de de dar o máximo do seu volume, o homem-cavalo fazia macaquices que só contribuiam para distrair o público e desfocalizá-lo da cantora!!! Não achei a Waltraute nada má, pois o timbre era homogéneo, suficientemente escuro e bem timbrado. É engraçado que já o Expresso desta semana resolveu dizer que a Waltraute era má e não disse porquê. Raul
Para mim também a encenação foi uma palhaçada com a gravante de ser uma palhaçada que pode ter alguma coisa a ver com o Reino Unido mas que com Portugal, realidade fisica, historica, geografica, artistica, cultural, social acho que não tem nada a ver. O encenador é competente e profissional mas não percebo o que é que fico a ganhar com o seu comentário à ópera. Detestei a incongruencia os Alunos de Apolo. Destaco também que assisti a várias recitas em diferentes lugares e que não achei a acústica nada gratificante. Ou pecava por defeito de volume ou então os naipes não apereciam misturados. Achei tudo muito pouco satisfatório.
8 comentários:
Aproveito a boleia de Wagner para dizer que acabo de ver o Crepúsculo no São Carlos. Sinceramente, gostei, fiquei bem satisfeito. A encenação é toda aquela palhaçada que nós sabemos, mas o drama é preservado, o que é essencial. Como o canto foi bom e homogéneo, dominado pela Susan Bullock, embora um pouco estridente, pudemos dizer que valeu a pena. Eu acho que o encenador gosta de gozar com Wagner e com o pessoal.
João,
Só hoje é que reparei, mas o Tito Gobbi nasceu em 1913.
Um abraço
Peter Seiffert é o melhor Tannhäuser gravado que eu conheço, sob a direcção de Barenboim (Teldec), um disco estranhamente subvalorizado. E também entra na fantástica Die Frau ohne Schatten japonesa de Sawalisch. É pena não gravar mais vezes.
Curiosa esta edição já que possuo um registo editado pela EMI há alguns anos com cenas de óperas de Wagner (Tannhauser, Lohengrin e Die Walkure) com o mesmo Seiffert e Julia Varady, dirigidos por Fischer-Dieskau que faz igualmente uma "perninha" como Wolfram.
acho que não foi palhaçada nenhuma a encenação de Graham Vick; foi até muito válida e concebeu uma autêntica revolução na concepção de espectáculo operático no S. Carlos: depois deste Ring que assisti na íntegra, já não consigo conceber a disposição física tradicional do São Carlos. Para mim a Plateia ficou muito bem no Palco e a acção lírico-dramática deveria, a partir de agora, ser mostrada naquela plataforma construída acima da tradicional Plateia. Resultou que nem um mimo! Nesse aspecto, foi uma autêntica revolução.
Agora a encenação de Vick pecou por algumas incoerências e pecadilhos Euro-trash tradicional:
… olha agora Siegfried é um ditador fascista… sim, sim, já sabemos…
Olha a Waltraute sai agora a cavalo de Grane… mas isto não está no Libretto… e além disso parece que está a mandar o Táxi/cavalo para S. Bento…
Ai porque a Brunnhilde é uma Taliban, que até vem com a bombinha pra explodir, feita antes pelas Nornas (também Talibans?? …) Dejá vu por essa Europa fora… ai a bomba afinal não explode??!!... boa pa todos nós!... :-)
…Olha, a Tetralogia acaba agora com um dancing pair from a Ball Room… porque não uma criancinha com uma Planta, por. Ex.?? …
Etc., Etc., Etc ...
Elenco homogéneo, dominado pelos excelentes Stefan Vinke e Susan Bullock, a verdadeira vencedora e Rainha da da récita. Único senão, a Waltraute fraquíssima! De Júlia Oesch; a personagem e nós merecíamos muito mais.
Saí de lá bastante contente por ter concluído a minha 1ª (e única??...) assistência ao vivo da Tetrologia wagneriana na sua íntegra. Bom espectáculo de teatro, sim Sr., de onde destaco como muito bom o SIEGFRIED, car le reste est bien terne…
Espectáculo assistido a 24 de Outubro.
A encenação, para mim, continua a ser uma palhaçada e nem me preocupo com a possível coerência que o encenador, que pelas mesmas razões de Norma "Nominate non oso", queira dar. Só o drama me interessa e não gosto de me distrair com pormenores que considero idiotas, tais como a preparação do petardo, o homem-cavalo, o branco-preto Siegfried, as motorizadas, o par dançante dos salões de festas, etc. Simplesmente não me dou ao trabalho de esmiuçar aquilo que no fundo viro a cara. Fui lá ver Wagner e isolei episódio por episódio não tentando ligá-los. Da única forma como consegui ver, gostei. Foi a terceira vez que vi O Crepúsculo dos Deuses. As outras vezes foram em 1976 e 1983. Em 1976 a Brunilde foi Birgit Nillson e local foi o mesmo onde vi esta encenação que continuo a achar uma palhaçada. Mas gostos não se discutem e não vou de forma nenhuma discutí-los.
Raul
Acrescentando:
Outra coisa que achei inaceitável. Todos nós sabemos que a Imolação da Brunilde é a ária mais dífícil do reportório lírico. Não é que quando a solista ao finalizar tem de de dar o máximo do seu volume, o homem-cavalo fazia macaquices que só contribuiam para distrair o público e desfocalizá-lo da cantora!!! Não achei a Waltraute nada má, pois o timbre era homogéneo, suficientemente escuro e bem timbrado. É engraçado que já o Expresso desta semana resolveu dizer que a Waltraute era má e não disse porquê.
Raul
Para mim também a encenação foi uma palhaçada com a gravante de ser uma palhaçada que pode ter alguma coisa a ver com o Reino Unido mas que com Portugal, realidade fisica, historica, geografica, artistica, cultural, social acho que não tem nada a ver. O encenador é competente e profissional mas não percebo o que é que fico a ganhar com o seu comentário à ópera. Detestei a incongruencia os Alunos de Apolo.
Destaco também que assisti a várias recitas em diferentes lugares e que não achei a acústica nada gratificante. Ou pecava por defeito de volume ou então os naipes não apereciam misturados.
Achei tudo muito pouco satisfatório.
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