Caro Gus, eu acompanhei a récita através da Internet. Em termos gerais, tudo muito mediano. A Mattila, não obstante o soberbo aveludado do registo médio/médio-agudo, revelou dificuldades nos agudos, algo gritados. Terminou o "Vissi d'arte" em dificuldade. Em termos dramáticos, esteve num plano razoável, embora longe dos paradigmas. Por vezes, parecia não saber muito bem o que estava a cantar. Há que maturar o papel. A direcção de Levine também não ajudou muito, tendo sido algo arrastada e pouco empolgante.
Raul, o papel de Scarpia foi interpretado por George Gadnidze. A orgia foi exactamente no início do segundo acto.
Uma referência final à encenação de Luc Bondy com direito a grande pateada por parte do público.
Caro Hugo, Essa mítica palavra, "pateada"... fiquei curioso para saber há quantos anos não há uma tal cristalização dessa palavra no TNSC! Virá ela atestada no Eça de Queirós?! :)
hugo, é uma pena que assim tenha sido, dado que as expectativas eram bastante altas. Vamos deixa-la habituar-se ao papel. Lembro-me que aqui há uns anos, ainda eu nem conhecia a cantora em questão, se fez muita expectativa em torno da Tosca da Gheorghiu e depois essas expectativas saíram algo goradas aquando da interpretação ao vivo. eu não sei porque não vi mas ela vai voltar a cantar esse papel ainda este ano em Berlim. pode ser que com o tempo tenha melhorado e o mesmo (espero eu) aconteça com a Mattila.
Atenção Gus on Earth: Houve uma grande pateada ainda este ano no TNSC, pelos meses de Março/ Abril, por causa da péssima SALOME da Sra. Karoline Gruber. Eu que o diga, que a pateei forte e feio! ;-) … e se o ultra conservador público do Met acha que Luc Bondy é muitíssimo Avant-garde para eles, então devíamos-lhes mandar a tal Sra. Karoline Gruber a mais a sua asquerosa SALOME para eles saberem o que era bom para a tosse… :-D :-D ;-)) See you soon. LG
Voltei a ouvir todos os excertos disponíveis na net com muita atenção e basicamente confirmei o que já pensava. O Alvarez parece-me menos interessante a cantar o Cavaradossi do que a cantar o Rodolfo ou o Duque do Rigoletto. É digno mas não entusiasma. Parece que a voz perde algum brilho e capacidade dinâmica com o esforço de papel tão exigente. A Matilla atrapalha-se bastante com os agudos e não parece estar bem dentro do papel o que sem dúvida melhorará com o passar do tempo porque é cantora aplicada, inteligente e trabalhadora como há poucas no entanto não me parece que o seu timbre seja adequado ao papel. Falta-lhe sensualidade. Uma Tosca tal como uma Aida pede um timbre belo e sensual o que não é humanamente possível à Matilla. O timbre é fresco mas bastante árido e a voz "não se expande" nas melodias do Puccini, à falta de melhor descrição. As partituras de Janacek e Tchaikovsky valorizam mais a voz da Matilla do que o Puccini e o Verdi.
Há muitos anos, não sei quantos...talvez 20, 25, assisti a uma pateada no S.Carlos, mas já não me lembro a propósito do quê. O que me lembro bem é de um pormenor bastante cómico. Com a pateada levantou-se um tal pó da alcatifa que algumas pessoas começaram a tossir. Incrível, não é ? Raul
9 comentários:
João,
Quem é o Scarpia? A orgiazita só pode ser no início do segundo acto, não?
Raul
Calculo que a Karita Mattila tenha sido soberba, não?
Caro Gus, eu acompanhei a récita através da Internet. Em termos gerais, tudo muito mediano. A Mattila, não obstante o soberbo aveludado do registo médio/médio-agudo, revelou dificuldades nos agudos, algo gritados. Terminou o "Vissi d'arte" em dificuldade. Em termos dramáticos, esteve num plano razoável, embora longe dos paradigmas. Por vezes, parecia não saber muito bem o que estava a cantar. Há que maturar o papel. A direcção de Levine também não ajudou muito, tendo sido algo arrastada e pouco empolgante.
Raul, o papel de Scarpia foi interpretado por George Gadnidze. A orgia foi exactamente no início do segundo acto.
Uma referência final à encenação de Luc Bondy com direito a grande pateada por parte do público.
Caro Hugo,
Essa mítica palavra, "pateada"... fiquei curioso para saber há quantos anos não há uma tal cristalização dessa palavra no TNSC! Virá ela atestada no Eça de Queirós?! :)
hugo,
é uma pena que assim tenha sido, dado que as expectativas eram bastante altas. Vamos deixa-la habituar-se ao papel. Lembro-me que aqui há uns anos, ainda eu nem conhecia a cantora em questão, se fez muita expectativa em torno da Tosca da Gheorghiu e depois essas expectativas saíram algo goradas aquando da interpretação ao vivo. eu não sei porque não vi mas ela vai voltar a cantar esse papel ainda este ano em Berlim. pode ser que com o tempo tenha melhorado e o mesmo (espero eu) aconteça com a Mattila.
Atenção Gus on Earth:
Houve uma grande pateada ainda este ano no TNSC, pelos meses de Março/ Abril, por causa da péssima SALOME da Sra. Karoline Gruber. Eu que o diga, que a pateei forte e feio! ;-)
… e se o ultra conservador público do Met acha que Luc Bondy é muitíssimo Avant-garde para eles, então devíamos-lhes mandar a tal Sra. Karoline Gruber a mais a sua asquerosa SALOME para eles saberem o que era bom para a tosse… :-D :-D ;-))
See you soon.
LG
Pelo que houvi na net é exactamente como o Hugo Santos escreve. Talvez melhore com o passar do tempo.
Voltei a ouvir todos os excertos disponíveis na net com muita atenção e basicamente confirmei o que já pensava.
O Alvarez parece-me menos interessante a cantar o Cavaradossi do que a cantar o Rodolfo ou o Duque do Rigoletto. É digno mas não entusiasma. Parece que a voz perde algum brilho e capacidade dinâmica com o esforço de papel tão exigente.
A Matilla atrapalha-se bastante com os agudos e não parece estar bem dentro do papel o que sem dúvida melhorará com o passar do tempo porque é cantora aplicada, inteligente e trabalhadora como há poucas no entanto não me parece que o seu timbre seja adequado ao papel. Falta-lhe sensualidade. Uma Tosca tal como uma Aida pede um timbre belo e sensual o que não é humanamente possível à Matilla. O timbre é fresco mas bastante árido e a voz "não se expande" nas melodias do Puccini, à falta de melhor descrição. As partituras de Janacek e Tchaikovsky valorizam mais a voz da Matilla do que o Puccini e o Verdi.
Há muitos anos, não sei quantos...talvez 20, 25, assisti a uma pateada no S.Carlos, mas já não me lembro a propósito do quê. O que me lembro bem é de um pormenor bastante cómico. Com a pateada levantou-se um tal pó da alcatifa que algumas pessoas começaram a tossir. Incrível, não é ?
Raul
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