Ópera, ópera, ópera, ópera, cinema, música, delírios psicanalíticos, crítica, literatura, revistas de imprensa, Paris, New-York, Florença, sapatos, GIORGIO ARMANI, possidonices...
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Em degustação, ossia Férias - V
Estarrecido, estarrecido!
5 comentários:
Raul
disse...
Só um "não" nesta versão, mas muito importante: o Filipe de Ruggero Raimondi. O papel requer um baixo sonoro, quase profundo, tudo ao contrário deste grande Don Giovanni. O resto do elenco é ideal, mas para mim Don Carlo sem Filipe também ideal, não quero saber. Esta foi a razão por que não comprei esta versão. Esta ópera é aquela de que tenho mais versões e, sem margem de dúvida que ninguém se aproxima de Boris Cristoff ou de Nicolai Ghiaurov. O grande José van Dam tem uma interpretação superlativa, mas na versão francesa.
Concordo com o Raul. Destaco no entanto a Eboli da Verret e a Elisabete da Caballé na sua melhor fase e quicá no seu melhor papel Verdiano. Também o Domingo está muito bem e dá-nos um heroi, ou antes anti-heroi, cheio de frescura e espontaniedade. A direção é a conhecer também.
Eu aprecio o Filippo do Ruggero Raimondi. A sua voz de "basso cantante" enferma de alguma falta de ressonância nas profundezas do registo grave, tal como sucede com Nicola Rossi-Lemeni (mais com este último). Contudo, a nobreza do carácter está lá e o legato é impecável. Claro que, para um intérprete tão jovem aquando da gravação, afrontar um papel desta estatura numa época em que ainda pontificava Christoff e Ghiaurov encontrava-se na plenitude das suas faculdades vocais, não se afigura tarefa fácil. Na minha perspectiva, Raimondi não desmerece de todo.
Um (outro) óbice desta gravação é o Grande Inquisidor do Giovanni Foiani, baixo sólido na melhor tradição italiana com bons graves, igualdade em todos os registos e volume quanto baste. Alas, falta-lhe uma maior individualidade e a qualidade do instrumento de um Martti Talvela, Giulio Neri ou Jerome Hines. À data do registo, eu teria optado por um baixo italiano (Bonaldo Giaiotti) ou um germânico (Gottlob Frick). A cena do confronto entre o monarca e o inquisidor, não obstante de óptimo nível, não atinge os píncaros de Christoff/Neri ou Ghiaurov/Talvela, para mencionar somente gravações de estúdio.
5 comentários:
Só um "não" nesta versão, mas muito importante: o Filipe de Ruggero Raimondi. O papel requer um baixo sonoro, quase profundo, tudo ao contrário deste grande Don Giovanni. O resto do elenco é ideal, mas para mim Don Carlo sem Filipe também ideal, não quero saber. Esta foi a razão por que não comprei esta versão. Esta ópera é aquela de que tenho mais versões e, sem margem de dúvida que ninguém se aproxima de Boris Cristoff ou de Nicolai Ghiaurov. O grande José van Dam tem uma interpretação superlativa, mas na versão francesa.
Concordo com o Raul. Destaco no entanto a Eboli da Verret e a Elisabete da Caballé na sua melhor fase e quicá no seu melhor papel Verdiano. Também o Domingo está muito bem e dá-nos um heroi, ou antes anti-heroi, cheio de frescura e espontaniedade. A direção é a conhecer também.
Eu aprecio o Filippo do Ruggero Raimondi. A sua voz de "basso cantante" enferma de alguma falta de ressonância nas profundezas do registo grave, tal como sucede com Nicola Rossi-Lemeni (mais com este último). Contudo, a nobreza do carácter está lá e o legato é impecável. Claro que, para um intérprete tão jovem aquando da gravação, afrontar um papel desta estatura numa época em que ainda pontificava Christoff e Ghiaurov encontrava-se na plenitude das suas faculdades vocais, não se afigura tarefa fácil. Na minha perspectiva, Raimondi não desmerece de todo.
Um (outro) óbice desta gravação é o Grande Inquisidor do Giovanni Foiani, baixo sólido na melhor tradição italiana com bons graves, igualdade em todos os registos e volume quanto baste. Alas, falta-lhe uma maior individualidade e a qualidade do instrumento de um Martti Talvela, Giulio Neri ou Jerome Hines. À data do registo, eu teria optado por um baixo italiano (Bonaldo Giaiotti) ou um germânico (Gottlob Frick). A cena do confronto entre o monarca e o inquisidor, não obstante de óptimo nível, não atinge os píncaros de Christoff/Neri ou Ghiaurov/Talvela, para mencionar somente gravações de estúdio.
Concordo plenamente com vocês, J. Ildefonso e Hugo Santos.
Quanto a si, Dissoluto... tem toda a razão, tem toda a razão pra estar Estarrecido! :-))
LG
Mas o caro Hugo tocou na "mouche": os confrontos Cristoff-Neri e Ghiaurov-Talvella não só são imbatíveis como também grandes momentos da discografia.
Enviar um comentário