Em contra-ataque à opinião de Joe Queenan, a respeito da música clássica contemporânea, eis a resposta ferverosa de John Berry, director artístico da English National Opera:
«(...) Reaching out to wider audiences requires an innovative approach: it means pricing an event appropriately, and occasionally engaging artists from the multidisciplinary arts in order to create a "must-see" event. The recent ENO/Young Vic season was radical in its choice of material, including Olga Neuwirth's Lost Highway, and it sold out to a mainly new, young, enthusiastic audience. ENO's collaboration with Philip Glass and the Improbable theatre group on Satyagraha, at the Coliseum last year, attracted more than 21,000 people, including 78% first-time visitors. It recently finished a sell-out run at the Metropolitan Opera in New York.
Luckily, there are organisations in the UK that are prepared to take risks, confident that an audience exists with an appetite for something new. Artangel's Stifter's Dinge, an inspired work by Heiner Goebbels that featured five grand pianos gliding over a lagoon, was a hot ticket earlier this year. Meanwhile, Glyndebourne's new opera, Love and Other Demons, by the Hungarian composer Peter Eötvös, receives its world premiere this summer.
I believe the contemporary music audience is far bigger than the popular perception of it. These audiences are more intelligent than writers like Queenan would have us believe, and they insist on expressing themselves through blogs and other means on the internet (...)
I don't believe people go to hear contemporary work because they feel under some kind of intellectual pressure to do so, and I don't accept that a single bad experience alienates them for ever. Sadly for Joe Queenan, he appears to have missed out on some of the big - and hugely popular - contemporary music events in London in recent years. John Adams' Nixon in China at ENO attracted a very large audience, both at its London premiere and in a subsequent revival. The UK premiere of John Adams' Doctor Atomic, directed by the award-winning film director Penny Woolcock, will be staged by ENO in February 2009, and I am confident the Nixon audience will come back for more.
A great director and designer working in tandem with a composer, and a libretto that connects with today's audience, can result in something thrilling. There are many composers now emerging from a multimedia-savvy generation who are crossing genres and bringing together new languages of composition. We need to give these artists space to create new work, and find ways to fund and develop new compositions. Most importantly, we need to have faith in our audience, and give contemporary music a chance.»
«(...) Reaching out to wider audiences requires an innovative approach: it means pricing an event appropriately, and occasionally engaging artists from the multidisciplinary arts in order to create a "must-see" event. The recent ENO/Young Vic season was radical in its choice of material, including Olga Neuwirth's Lost Highway, and it sold out to a mainly new, young, enthusiastic audience. ENO's collaboration with Philip Glass and the Improbable theatre group on Satyagraha, at the Coliseum last year, attracted more than 21,000 people, including 78% first-time visitors. It recently finished a sell-out run at the Metropolitan Opera in New York.
Luckily, there are organisations in the UK that are prepared to take risks, confident that an audience exists with an appetite for something new. Artangel's Stifter's Dinge, an inspired work by Heiner Goebbels that featured five grand pianos gliding over a lagoon, was a hot ticket earlier this year. Meanwhile, Glyndebourne's new opera, Love and Other Demons, by the Hungarian composer Peter Eötvös, receives its world premiere this summer.
I believe the contemporary music audience is far bigger than the popular perception of it. These audiences are more intelligent than writers like Queenan would have us believe, and they insist on expressing themselves through blogs and other means on the internet (...)
I don't believe people go to hear contemporary work because they feel under some kind of intellectual pressure to do so, and I don't accept that a single bad experience alienates them for ever. Sadly for Joe Queenan, he appears to have missed out on some of the big - and hugely popular - contemporary music events in London in recent years. John Adams' Nixon in China at ENO attracted a very large audience, both at its London premiere and in a subsequent revival. The UK premiere of John Adams' Doctor Atomic, directed by the award-winning film director Penny Woolcock, will be staged by ENO in February 2009, and I am confident the Nixon audience will come back for more.
A great director and designer working in tandem with a composer, and a libretto that connects with today's audience, can result in something thrilling. There are many composers now emerging from a multimedia-savvy generation who are crossing genres and bringing together new languages of composition. We need to give these artists space to create new work, and find ways to fund and develop new compositions. Most importantly, we need to have faith in our audience, and give contemporary music a chance.»
10 comentários:
Eu tenho de confessar que tendo a concordar mais com Queenan do que com John Berry. Como já disse várias vezes admito que a culpa seja minha mas para sofrer ainda assim prefiro o dentista. Ok, estou a exagerar mas só um bocadinho :-)
Fernando,
A sua sinceridade irá gerar muitas reacções, imagino! Veremos ;-)
Estou certo que sim mas é assim que eu sinto, o que se há de fazer ? Então se juntasse uma história verídica do meu filho no museu Picasso em Barcelona aí caía a casa :-)
"I don't believe people go to hear contemporary work because they feel under some kind of intellectual pressure to do so, and I don't accept that a single bad experience alienates them for ever."
Nada de acordo.
Em certa medida existe essa pressão e eu acabo indo ou acabo comprando, pois, gostando eu tanto de música clássica, interrogo-me por que não conhecer a música do meu tempo. Depois encontro uma música desfasada do meu sentir, que não me causa nenhuma emoção, antes pelo contrário, traz-me enfado e irritação, por estar a fazer figura de parvo para mim próprio. Como me considero minimamente do meu tempo, pois guio, uso computador e ando de avião, por exemplo, claro que levará muito tempo para repita a experiência.
RAUL
Completamente de acordo, caro Raul.
Música clássica contemporânea? Henze, Sciarrino e Ligetti.... de momento não estou a ver mais nada que me atraia. Mas os que referi considero grandes como os antigos. O que não invalida, tal como os outros, que tenham ocasionais deslizes.
J. Ildefonso.
Fernando,
Por acaso, apreciei muito o Museu Picasso de Barcelona! Recordo-me que tinha o primo Picasso - Paloma etc.
O seu filho não gostou?
Bem vou contar-lhe a história que é verídica. Tem no entanto de me prometer que se por acaso alguém mais susceptível no que diz respeito a formas de arte digamos mais "modernas" se manifestar de forma mais "violenta" :-) brinco claro, não há de ser nada. O meu filho tinha na altura 5 anos e ele adorou a exposição, como verá. Como sabe a exposição está organizada aproximadamente de forma cronológica (ou estava na altura, já foi há 10 anos ...) bom e eu lá lhe fui explicando as várias fases da obra de Picasso, precisamente que Picasso tinha começado por uma pintura mais representativa, as fases das cores (que ele adorou porque entendeu ...). Chegamos ao fim da exposição e pergunta-me ele. Oh pai, só há uma coisa que eu não percebi. Porque é que o Picasso pintava cada vez pior? Está a ver que agora é que cai a casa :-)
Há uma anedota política do antes do 25 de Abril que nunca esqueci.
Vou escrever o mais resumidamente possível.
Grandes galerias de arte do mundo resolveram fazer uma grande exposição em Portugal e convidaram a mulher do Américo Tomás para a inaugurar.
Dia da inauguração e a senhora entrou acompanhada do responsável da exposição. Ao observar um quadro disse "Oh, vê-se logo que é um Velasquez", ao que outro respondeu "Desculpe senhora presidente, mas isto é um Greco. Depois face a outro quadro, a asneira mantave-se e assim por diante. Até que mais adiante parando extática, disse "Meu Deus, vê-se logo, não há a mínima dúvida, é um Picasso". Ao que o responsável, algo atrapalhado ripostou "Oh, desculpe senhora presidenta, mas isto é o espelho".
RAUL
Bom dia, eu estudo LETRAS na Universidade Federal de Lavras-MG e estou procurando por um autor contemporâneo chamando , não consigo achar referencia em lugar algum, se algúem souber pode me passar informações por favor?
muito obrigado..
eduardo.modulo@gmail.com
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