terça-feira, 23 de maio de 2006

11/09 & Oliver Stone: (mais) Vinhetas Clínicas - a Ansiedade de Castração

Anos volvidos sobre o "trauma", O. Stone revê a situação traumática, quiçá em busca de uma outra verdade.



Oliver Stone procura sempre reviver o trauma original - qual analisando -, a ele volvendo por via fílmica.
Fê-lo (magistralmente - vide Platoon) a propósito do Vietname; fá-lo agora a propósito do 11 de Setembro.

Diria que esta recherche de Stone é partilhada por muitos ocidentais, que se questionam sobre o significado e repercussões da aparatosa destruição das Torres Gémeas.

Dissoluto Punito - cada vez mais atento ao latente - reflecte, reflecte...



Os trágicos acontecimentos ocorridos a 11 de Setembro de 2001 - particularmente no tocante à absoluta destruição do World Trade Center -, além de darem conta da vulnerabilidade estado-unidense (nos antípodas da omnipotência, sentimento que até à dita data reinou, sobretudo), a meu ver, decorrem de uma ansiedade tipicamente neurótica, na acepção psicanalítica: a ansiedade de castração.

De facto, não creio existirem símbolos mais afins com o poder fálico do que o World Trade Center, bem como a super-estrutura armada Pentágono!

Obviamente refiro-me à expressão fálica em termos simbólicos, dado que ambos os edifícios constituem duas expressões de poder absoluto: financeiro - no caso das torres - e militar - no caso do Pentágono.

Em minha opinião, o que se pretendeu com os atentados ocorridos a 11/09 nada teve que ver com um desejo de aniquilamento ou de erradicação maciça!
Antes se procurou lesar uma parte do mundo, isto é, castrá-la, tão profundamente quanto possível.

Resta dizer que, no que ao desenvolvimento psíquico diz respeito, a ansiedade de castração é organizadora, não apenas por confrontar o individuo com os seus limites e fragilidades, como por estabelecer alguns dos interditos fundamentais (nomeadamente os que decorrem da regra fundamental da interdição do incesto)...

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