Retomemos o tema deste post, consagrado a La Grotta di Trofonio, de Salieri.
Em ambiente de comemorações mozartianas, Christophe Rousset presta uma justa homenagem a Salieri - compositor maior, maldito pela ignorância - por via da interpretação da ópera La Grotta di Trofonio.
Esta leitura constitui, a meu ver, uma superior forma de reparação - no sentido psicanalítico do termo -, dado que enaltece a qualidade da composição de Salieri, servindo-a com elevação e aprumo, ao mesmo tempo que desconstrói inverdades históricas.
Estreada em ambiente clássico - finais do século XVIII, em 1785, para ser mais exacto -, esta composição lírica afirma-se como paradigma do equilíbrio e harmonia estética e musical.
Plenamente buffa, a ópera constitui uma parábola sobre a (in)constância humana, colocando a tónica no debate entre pensamento e emoção.
As personagens da trama, delineadas com graça e ironia, representam com inegável rigor dois tipos de carácter: o obsessivo (Ofelia e Artemidoro) e o hipomaníaco (Dori e Plistene).
A distribuição conta com figuras pouco conhecidas do firmamento lírico mais mediático.
Globalmente, o nível vocal é elevado e homogéneo, destacando-se o baixo buffo (coisa rara, nos dias que correm...) Carlo Lepore, na pele de Trofonio, pela ironia e graça transmitidas.
Em ambiente de comemorações mozartianas, Christophe Rousset presta uma justa homenagem a Salieri - compositor maior, maldito pela ignorância - por via da interpretação da ópera La Grotta di Trofonio.
Esta leitura constitui, a meu ver, uma superior forma de reparação - no sentido psicanalítico do termo -, dado que enaltece a qualidade da composição de Salieri, servindo-a com elevação e aprumo, ao mesmo tempo que desconstrói inverdades históricas.
Estreada em ambiente clássico - finais do século XVIII, em 1785, para ser mais exacto -, esta composição lírica afirma-se como paradigma do equilíbrio e harmonia estética e musical.
Plenamente buffa, a ópera constitui uma parábola sobre a (in)constância humana, colocando a tónica no debate entre pensamento e emoção.
As personagens da trama, delineadas com graça e ironia, representam com inegável rigor dois tipos de carácter: o obsessivo (Ofelia e Artemidoro) e o hipomaníaco (Dori e Plistene).
A distribuição conta com figuras pouco conhecidas do firmamento lírico mais mediático.
Globalmente, o nível vocal é elevado e homogéneo, destacando-se o baixo buffo (coisa rara, nos dias que correm...) Carlo Lepore, na pele de Trofonio, pela ironia e graça transmitidas.
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