quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Verdi de Netrebko


Há anos que Anna Netrebko me excita. É linda, plutôt ronde, grande e transpira sensualidade... Em palco é tórrida, tórrida... No domínio lírico puro é absolutamente ímpar, animando as suas interpretações com doçura, candura e erupções libidinosas (Manon...)

À conta desta Senhora, o património da família G A já sofreu delapidações não negligenciáveis, com deslocações all over the globe... e mais não digo, por pudor.

A presente aposta da Senhora Netrebko - interpretar o Verdi Spinto - é, lamentavelmente, pouco relevante.

Vocalmente, este registo exibe enfermidades várias. A agilidade apresenta hesitações. Os graves são inseguros  e limitados. É certo que o tímbre escuro mantém o fascínio de sempre, além do corpo que a voz ganhou (essencial, para este tipo de repertório!), mas...

Depois, há o teatro... que peca pelo desinvestimento: Lady Macbeth (Macbeth) e Leonora (Il Trovatore) serão as heroínas mais vivamente recriadas, por oposição a Elena (I Vespri), Giovanna (Giovanna D'Arco) e Elisabetta (Don Carlo) - esta última, particularmente desabitada.

3,5 / 5 * * * * *