sexta-feira, 26 de novembro de 2010

News so, so...




Contrariamente ao entusiasmo de muitos melómanos, não creio que, nem o Boccanegra de Domingo, nem a Floria Tosca de Mattila, constituam interpretações de referência. Contudo, aqui estão os testemunhos das prestações dos dois monstros, cujo visionamento tirará a prova dos 9.

12 comentários:

Raul disse...

O Simão Boccanegra pelo Domingo nunca fará parte da minha videoteca. O timbre por maior esforço que faça é sempre de tenor e isso não me interessa, por maior respeito que tenha pelo egrégio (!) tenor.

Gus On Earth disse...

Estou a ver que os britânicos se apressaram a fazer sair o Simão Bocanegra com o Domingo... Não cheguei a ir ver, pois conseguir bilhetes tornou-se impossível e eu recuso-me a estar uma hora em frente ao ecrã do computador para comprar um bilhete para a ópera.
Gosto muito da Mattila, mas na Tosca? Vou querer espreitar a ver que tal é!

MR. LG, el MIster disse...

Dissoluto,
Desse BOCCANEGRA de Domingo/Pappano/Covent Garden refiro que, indubitavelmente, tenho curiosidade em o visionar pelo Divo Tenor, mas…
Com a Amélia Grimaldi/Maria de Marina Poplavskaya, NUNCA!
vi-a e escutei-a no DVD OTELLO de Salzburgo 2008 com Antonenko (que também não me deixou assim uma grande recordação :-/ ) e dirigidos por Muti e a impressão deixada, para mim, não foi nada positiva:
Graves inexistentes caindo facilmente na voz de peito cavernosa, embora esta se revele ainda jovem. Agudos mal colocados que resvalavam logo para o grito estridente. Só lhe notei uns médios sedutores à Milanov, e a Milanov não primava, no seu tempo at the Met, por uma voz com um timbre muito jovem. Para mim, muito pouco… :-(
Só de pensar que vou fazer uma viagenzona até à Gulbenkian em Dezembro só para ver tamanho traste na Elisabetta, dá-me voltas ao estômago e à carteira. :-( Agora quanto à TOSCA, espero abalançar-me ( comprar, perder-me mais uma vez… ;-) ) neste fim-de-semana, ao
Met Broadcast de 19 de Dezembro de 1978 recentemente editado pela Decca, com a Tosca de Shirley Verrett, o Cavaradossi de Luciano Pavarotti, o
Scarpia de Cornell MacNeil e o Sacristão de Fernando Corena; o Maestro será (era! … :-) ) James Conlon.
A coisa promete ;-))
Ah… e de passagem ao PARSIFAL (mais um… :-/ ;-D )
Falk Struckmann, Franz-Josef Selig, Wolfgang Bankl, Ain Anger , Waltraud Meier ,Placido Domingo, Vienna State Opera Chorus & Orchestra, Christian Thielemann, Deutsche Grammophon
A ver vamos, como dizia o outro…
Agora a seguir, lá pr´a Janeiro de 2011, tenho rezas prometidas a Nossa Senhora para não cair mais na tentação de comprar DVDs e CDs. É que… sabe… os cortes orçamentais :-( :-D :-D
LG

J. Ildefonso. disse...

A Matilla cancelou todas as recitas da Tosca e confirmou que não pensa voltar ao papel. Faz bem. É boa cantora e tem talento não há razão para insistir num papel que não se adequa à sua voz e temperamento. Já agora o Alvarez devia fazer o mesmo! Também a mim a Marina Poplavskaya não me convence.
Agudos mal apoiados, passagem de registo difícil, linha pouco homogénea... Acho que a Netrebko poderia com facilidade assumir os papeis desta cantora. Amélia Grimaldi, Desdemona, Elisabete, Margarida do Fausto...

Hugo Santos disse...

Caros João Indefonso e Mr.LG,

permitam-me secunda-los em absoluto relativamente a Marina Povlavskaya, cujo principal óbice que lhe constato é uma insistente constrição evidenciada na região de passagem no registo médio-agudo.

No que concerne à Tosca de Mattila, pela transmissão radiofónica que tive oportunidade de acompanhar com Alvarez e Gagnidze, julgo, em traços gerais, ser lícito afirmar que a interprete nunca se imbuiu verdadeiramente da personagem. Posteriormente, na mesma produção, Patricia Racette desenhou uma Tosca assaz mais interessante.

Mr. LG, el Mister disse...

Hugo Santos,
Bingo! ;-))
Sondra Radvanovsky tem tido excelentes referências nas suas aparições e … nada dela nas transmissões Líricas dos grandes Teatros mundiais. Faz-me pena que assim seja. Gostaria muito de a ouvir e ver para poder ajuizar melhor se ela é ou não é uma excelente Soprano Verdiana, como tem sido apregoado.
… o que já não acontece com a Sra. russa em questão, que, ultimamente, está em tudo o que é transmissão HD dos grandes palcos e respectivos DVDs, a mais uma Major (a EMI) a querer-nos tentar impingi-la como uma grande Soprano Verdiana. Cruzes, Credo! Longe de mim engolir tal Marketing do mais falso que há!
Bem… pelos vistos, a Sra. está muito bem colocada a nível dos lobbies de casting dos grandes Palcos della Lírica. :-\
Faz-me lembrar o caso de Cheryl Studer nos idos de 90 e muito recentemente Rolando Villázon… e os tristes resultados estão à vista. :-(
an advice, Herr Kaufmann: Be careful, very very careful with your choices. Senão… :-/
LG

J. Ildefonso. disse...

Não sei se se lembram mas a Sondra Radvanovsky esteve anunciada para o Trovador do Pinamonti em Lisboa mas cancelou e foi substituida. Pelo que tenho ouvido no youtube parece ter uma grande voz mas é bastante imperfeita no canto de agilidade.
Caro Mr Lg. lamento mas não concordo totalmente com os exemplos apresentados. A Studer cantava muito bem. Podia não ser muito individual nas suas interpretações mas tinha muita qualidade especialmente em Mozart, Strauss e o Wagner mais lirico. Infelizmente a ambição pessoal, ou dos agentes, ou da DG... levaram-na a cantar muito e reportórios completamente dispares arruinando em pouco tempo todo o potencial que exibia. Eu gostava muito da Studer e ela deu um recital no TNSC inesquecível especialmente no Malher.
O Villazon nunca vi ao vivo mas tenho alguns dvds e um excelente cd de arias francesas que recomendo vivamente. A historia do Villazon não é muito diferente com a diferença que a Studer tinha mais anos de estudo e experiência atrás de si antes de atingir o estrelato... por isso durou mais 2 ou 3 anos do que o Villazon!

Hugo Santos disse...

Caro João Ildefonso,

a Sondra Radvanovsky, interprete da qual sou confesso admirador, sempre se manteve fiel a um instrumento marcadamente lirico-spinto (com um determinado pendor para esta última tipologia), pelo que a agilidade não se perfilará como um dos principais requisitos no reportório que o soprano norte-americano vem cultivando. Não obstante, permita-me uma parcial discordância neste particular. Recordo-me que a sua assunção da Lucrezia Borgia exibiu uma linha de canto bastamente flexível e perfeitamente competente na negociação das "fioriture".

FanaticoUm disse...

Permitam-me concordar com a opinião sobre Marina Poplavskaya. Ouvi-a ao vivo já mais de uma vez (duas vezes no Don Carlo) e não lhe consigo reconhecer qualquer qualidade que justifique o pedestal em que a colocam. É só força bruta, sem emotividade vocal. Está, em tudo, a milhas de distância da Netrebko!
Ja Sondra Radvanovsky é diferente. Só a ouvi em transmissões radiofónicas e fiquei bem impressionado. Como todos sabem, ambas aparecerão nas transmissões do Met Live deste ano (Don Carlo e Trovador). Uma boa oportunidade para as apreciar.

Mr. Lg, el Mister disse...

J Ildefonso,
Também concordo plenamente consigo.
Referia-me à Studer e ao Villázon a longo prazo, não nos anos onde nos deliciaram com a sua melhor vocalidade.
Do que tenho visto recentemente de Villázon no YouTube, lá com as sua promoções do seu novo CD Viva México!, dá-me a sensação que nunca mais voltará ao frescor dos seus primeiros tempos. Conto-o como o melhor Don Carlo a que já pus a vista em cima, ao ver e escutar
Verdi - Don Carlo / Villazon, Roocroft, Urmana, Croft, Lloyd, Ryhanen, Giuseppini, Chailly, Amsterdam Opera (2005) – DVD Opus Arte.
Tenho também uma certa curiosidade pelo DVD da Virgin (este sim, nunca o apanhei :-( ) Elisir d´Amore com a nossa querida e tão comentada Netrebko, ambos numa récita da Wiener StaatsOper.
Quanto à Studer, entesouro-a como a melhor Chrysotemis que já vi e escutei em
Richard Strauss - Elektra / Abbado, Marton, Fassbaender, Vienna State Opera (1989)
E em
Wolfgang Sawallisch (Maestro), Chor und Symphoniecorchester des Bayerischen Rundfunks ,Eva Marton , Marjana Lipovseck ( O trio mararavilha final Eigthies e Nineties ;-)já o aqui disse tanta vez) ,Bernd Weikl, Hermann Winkler, EMI.
Dos melhores Wesendonck Lieder que já ouvi em
Strauss: Four Last Songs e Wagner:Tristan Prelúdio, Liebestod e Wesendonck Lieder
Giuseppe Sinopoli, Dresden Staatskapelle, DG.
É só.
Best regards, J Ildefonso.
LG

J. Ildefonso. disse...

Caro LG

Relativamente à Studer acrescento unicamente como prova incontestável do seu valor a Condessa na gravação em video infelizmente não passada a dvd.

Raul disse...

Vamos ao Youtube e colocamos essa maravilha que é a ária Tacea la notte al placido do Trovador. Esqueçamos a Price e a Callas na ária e também a Ponselle e a Milanov e ouçamos alguém mais recente. Escutemos então Sondra Radvanovsky (Paris, 2003)e gostamos de facto, mas nada que arrebate, embora cante bem a ária. A seguir ouçamos Aprile Milo nas termas de Caracala em 1991 a cantar a mesma ária e desde logo vemos a diferença. Aprile Milo é uma grande cantora verdiana, com a voz dramática por natureza acentuando as passagens mais expressivas com a cor própria, enquanto Sondra Radvanovsky não atinge esse nível, sendo um pouco monótona.