domingo, 8 de agosto de 2010

Disse-me um passarinho...



... que a magnífica Ariadne auf Naxos que deslumbrou o Met, em 2003 (com Voigt e Dessay), irá ser comercializada, em breve!

18 comentários:

blogger disse...

Joao,
e a La Rondine da Gheorghiu tambem vai ser lançada em dvd!

Il Dissoluto Punito disse...

Blogger,

Good news :)))
A La Rondine dela, que aqui critiquei há uns anos, é deliciosa...

blogger disse...

pois é Dissoluto, pois é!

J. Ildefonso. disse...

Vimos a Voigt em Lisboa nos Troianos, lembram-se? Com o Chris Merrit.

Il Dissoluto Punito disse...

Eu vi-a noutra produção ;-), no met, com a Dessay, em 2001. Um regalo!!! Nesta última, revia-a na Senta, também no met. Há dez anos, vira-a, em Paris, também na Senta. Sou um Voigtiano convicto :D

Mr. LG, el Mister disse...

Lembro-me sim Sra. ,Caro J. Ildefonso.
Corria o ano de Sua Graça de 1997. Apanhei-a na minha habitual caça aos autógrafos após Récita. Debbie Voigt não é uma “habitual” e estereotipada soprano wagneriana, do tipo altarrona como o é La Marton e a Jeannine Altmeyer, a Sieglinde de Boulez/ Chéreau, e que aqui chegou a fazer Isolde e a Brunnhilde da Walkure no sagrado ano de 1989, uma récita da qual também fui espectador .
Pequenita, gorduchita, estilo Susan Bullock, apanhei La Voigt quando andava à procura de algo ou de alguém. Lá me assinou o Programa dessas Récitas de Les Troyens. Simpática e Smile American Style.
Disse-lhe que já tinha escutado na Rádio a sua Walkure Live from the Met (96) e nunca um “O hehrstes Wunder! Herrlichste Maid! “, na sua Cena final do IIIº Acto, me tinha soado tão próximo de Rysanek como o dela. Sorriu imediatamente, os seus olhos brilharam… :-)
Claro, típico de Divas rodeadas de fans e cheias de vaidade … :-)
Pena que só agora me chega esta notícia deste próximo lançamento em DVD.
Acabei de comprar em “rebaja” e de ver Richard Strauss - Ariadne auf Naxos / Jurinac, Grist, Hillebrecht, Thomas, Schoffler, Bohm, Salzburg Opera 1965, DVD TDK.
Talvez tivesse optado por esta nova proposta em DVD anunciada aqui pelo nosso Dissoluto.
E, já agora, porque não, também o lançamento em DVD da
Metropolitan Opera House
January 22, 1994 Matinee, Broadcast / Telecast


ELEKTRA
R. Strauss-Hofmannsthal

Elektra.................Hildegard Behrens
Chrysothemis............Deborah Voigt
Klytämnestra............Brigitte Fassbaender [Last performance]
Orest...................Donald McIntyre
Aegisth.................James King

…este lançamento não me escaparia, de certeza!
… Ainda me estou a ver de Libretto em punho, Rádio nas alturas no meu antigo quarto… :-)
E quando terminou a Récita/Transmissão na rádio, saltava, gritava, pulava…
Those were the days, my friend… :_)
LG

Hugo Santos disse...

Caro Mr. LG,

deleite-se com esta novidade: http://parterre.com/2010/08/10/jimmiography/#more-16304 .

Jeannine Altmeyer estreou-se no São Carlos em 1979 como Elsa no Lohengrin. Ladeavam-na William Johns, Leif Roar, Brenda Roberts, John Macurdy e Vladimir de Kanel, sob a direcção de Gustav Kuhn. O soprano norte-americano regressou em 1981 para algumas récitas da Valquíria, dividindo-se na Sieglinde com Uta-Maria Flake. Compunham o elenco, entre outros, Ute Vinzing, William Johns, Regina Fonseca, Raimund Herincx e Thomas Thomaschke. A direcção orquestra encontrava-se, novamente, a cargo de Gustav Kuhn.

Apesar de não ser detentora do instrumento ideal, Altmeyer desenha uma Brunhilde interessante na versão do Anel dirigida por Marek Janowski (RCA).

Mr. LG, El Mister disse...

Many thanks, Hugo Santos, pela informação e pelo link. Já há um tempão que não ia ao Parterre Box; foi bom lá voltar por momentos. :-)
Mas… só uma edição para DVD está prevista para acesso do público europeu. Exactamente a mostrada em novidade pelo nosso Dissoluto

R. Strauss: Ariadne auf Naxos (Virgin Classics release). Deborah Voigt, Natalie Dessay, Susanne Mentzer, Richard Margison, Nathan Gunn; April 2003

Porque o resto, fica reservado com maior facilidade de acesso para o público dos E.U.A.
E lá se encontra… Hélas!... :_( a Elektra Levine Met 1994. É o mesmo caso do Otello - Vickers, Scotto , Macneil, Met, James Levine, a 25 de Setembro de 1978, Edição exclusiva DVD Metropolitan Opera House - já aqui apresentado e apreciado pelo nosso Dissoluto. Só quem lá for aos States e me trouxer… porque o meu Visa Card na Net: NEVER!!!
Mudando de assunto. Die Walkure, 4 de Junho de 1989, Teatro Nacional de S. Carlos. A já citada Altmeyer na Brunnhilde. Lembro-me perfeitamente de a certa altura, nas suas súplicas a Wotan no IIIºActo, a sua voz ter ENCHIDO por completo o Teatro. :-) … como poucas vezes ouvi no S. Carlos. Não era a Nilsson, nem a Jones, nem a Marton… mas foi a minha primeira entrevista nos autógrafos e daquelas que nunca me hei-de esquecer: solícita para com os fãs, sorriso franco e aberto, altarrona, com peito volumoso. Enfim, uma autêntica Brunnhilde, uma autêntica Walkure :-)
Lisbeth Balslev, a Senta de Kupfer Bayreuth78 e anos seguintes, era a Sieglinde. Boa prestação. Cacei-a nos autógrafos, foi simpática, mas nada por aí além…
No ano anterior, nesse mesmo ano ou um ano depois… por essas épocas, enfim, e se não estou em erro…
(Atenção: se estiver em erro, alguém que me corrija. Aviso já os meu caros companheiros deste Blog que não sou uma enciclopédia automática, nem sou omnisciente e omnipresente.)
Fez a Senta do DER FLIEGENDE em Lisboa e tentou-se uma Récita no Coliseu do Porto, que acabou por não se realizar devido a ter dado um chilique, como costumo dizer, deu-lhe a camueca :-) ao Maestro destas Récitas que era Wolfgang Rennert.
Voltando à sobredita Walkure, os mais anódinos e indiferentes em palco foram, infelizmente, Rainer Goldberg como Siegmund (Parsifal para Armin Jordan, Banda Sonora Filme Hans-Jürgen Syberberg 1981, boa gravação a ter em conta) e Bodo Brinkmann como Wotan. Nos autógrafos, pareciam-me dois meros funcionários públicos… :-(
Erich Knodt como Hunding. Não me ficou traço nenhum na memória da sua prestação. Wolfgang Rennert era o Maestro, dono e senhor do repertório germânico naqueles tempos da Lisboa late eighties-beginnings of the nineties. Já não se encontra no mundo dos vivos.
Deixo o melhor para o fim: Yvonne Minton como Fricka. Ainda estou a vê-la em palco: sai debaixo de um manto que estava espalhado pelo palco. Vermelho, acho eu. Impositiva e dura para com Wotan, como o deve ser uma Fricka. Ainda em excelente estado vocal… Enfrentando-o, gesticulando-lhe…
Ah, memories… memories…
LG

Il Dissoluto Punito disse...

Hugo,

A novidade é um portento!!! Só para que conste, assisti à Lulu de 2001, com a Schaffer... Foi amor à primeira visa!!! Conhecem a de Glyndebourne, que sobejamente aqui referi?

Hugo Santos disse...

Caro João,

regozijemo-nos todos pela magnífica edição de homenagem a James Levine que viabilizará a disponibilização de registos que, estou em crer, de outro modo definhariam no limbo do mercado audiovisual.

Relativamente à Lulu, conheço a versão que menciona e recomendo-a vivamente. Na minha modesta opinião, Schafer figura entre as principais intérpretes da personagem (a epítome da decadência) das últimas décadas, ombreando com nomes como Teresa Stratas, Julia Migenes, Catherine Malfitano e Patricia Wise.

Raul disse...

Não partilho de muito do vosso entusiasmo. Se a Voight é aquela cantora que faz a Gioconda recente do Liceo de Barcelona e a Salomé de há semanas em versão de concerto de um link que o Paulo me enviou, "vou ali e já venho".

Caro Hugo,
Eu vi a bela Altmeyer na Isolda no São Carlos ( lembro-me de estar sentado atrás da Eunice Muñoz ) e na Brunilde no Coliseu. Nunca me esquece que, depois do Tristão no São Carlos, fui cear à Cervejaria Trindade e não é o meu espanto e vejo lá a Altmeyer, com outros do elenco, a emborcar um grande copo de cerveja e preparando para '" atacar" o famoso bife lá do sítio.
Outra coisa: nunca achei o James Levine um maestro ao nível dos melhores. Até acho um pouco rotineiro.

Raul disse...

Caro Hugo,
Acrescentando:
Também vi em 1979 a Altmeyer no Lohengrin que referiu, mas acho que ela nunca cantou a Sieglinde em Portugal, pois essa Valquíria que refere eu vi-a em São Carlos com a Uta-Maria Flake. Não estou a ver a Altmeyer a cantar o papel no Coliseu e a Flake, nitídamente inferior a cantar no São Carlos. Mas tudo é possível. O que o Hugo deixou passar foi essa Isolda (1985) em Lisboa cujo elenco era:
Daniel Tomaselli, Jeannine Altmeyer, Ruthild Runkel, Erick Knodt, Leif Roar .

Hugo Santos disse...

Caro Raul,

de facto, deixei passar a Isolde da Altmeyer uma vez que o nosso Mr. LG já havia feito menção à mesma. Seja como for, tenho alguma curiosidade relativamente à prestação do norte-americano Daniel Tomaselli que conheço de um Tannhauser de Berna (1984) em que contracena, precisamente, com Jeannine Altmeyer.

No que respeita à Sieglinde, Mário Moreau lista três récitas efectuadas em São Carlos: 8, 10 e 12 de Abril de 1981. Exceptuando a primeira, Jeannine Altmeyer tomou parte nas restantes.

Deixe-me aproveitar esta ocasião para lhe expressar o meu imenso agrado e satisfação pelas evocações que o Raul e outros comentadores, amiúde, tem vindo a depositar neste espaço, de pequenos episódios e curiosidades que tem pontuado e, no fundo, documentam toda uma vivência operática.

Raul disse...

Caro Hugo,
No meio de tantas récitas a que já assisti (perto de 200, das quais 11 Toscas e 9 Rigolettos), às vezes tenho dificuldade, relativamente às mais antigas, de me lembrar com clareza como foi a prestação deste ou daquele cantor, salvo se ela foi bastante positiva ou não gostei mesmo nada. Se nada me lembro é porque foi positiva, mas não memorável. Eu vi duas vezes o Tristão e Isolda e da primeira (1979) o Tristão era muito bom: Spas Wenkoff. Aliás era na altura um dos mais solicitados cantando nos melhores teatros e com as mais consagradas Isoldas. Do Tomaselli não me lembro com detalhe. Lembro-me bem de que a prestação da Altmeyer foi notável. Lembro-me de o Ministro da Cultura na altura a ter referido não sei onde. Lembro perfeitamenta de ela, virada para o público coroar a narração do primeiro acto com os sonoríssimos "der tod". Lembro-me que Ruthild Runkel foi excelente como o já tinha sido em óperas anteriores nos papéis de Erda e Waltraute. Mas as cenas das cervejas geladas depois de cantar a pesadíssima Isolda são inesquecíveis. Mas se até o Dieskau fuma! Pelo menos vê-se bem no dvd da preparação do Crepúsculo do Solti. E o Caruzo era fumador de charutos!

Hugo Santos disse...

Caro Raul,

Di Stefano não ficaria, certamente, atrás dos nomes que invocou.

Esse Tristão com o Spas Wenkoff incluia ainda Roberta Knie, Mignon Dunn, Peter Meven, Hans Kiemer e Heribert Steinbach. A direcção encontrava-se a cargo de Siegfried Kohler (25, 28 e 31 de Janeiro de 1979).

Raul disse...

Caro Hugo,
Outro pormenor para-operático. No Tristão e Isolda da Altmeyer no intervalo estava a tonta da Maitê Proença. Parece que não combina!
Ela tinha vindo cá gravar para a televisão os sonetos de Petrarca de Liszt com a Cotrubas: uma cantava e outra dizia. Lembro-me: linda, muito linda, sozinha, distante e compenetrada com o programa na mão.

Paulo disse...

Dessa Valquíria de 89 lembro-me muito bem, e dos Troianos com a Voigt também. Na récita a que assisti houve uma ameaça de bomba no São Carlos. Mal subiu o pano vimos a movimentação atrapalhada no palco. Ninguém sabia se havia de sair ou continuar, até que o maestro deu sinal à orquestra para parar e ouvimos a voz pedir ao público que se retirasse até que a Brigada de Minas e Armadilhas chegasse e revistasse o teatro. Toda a gente saiu ordeira e calmamente. Lembro-me de ter descido a rua até à entrada dos artistas e lá estava a Voigt, de Cassandra vestida, confraternizando amenamente com os outros cantores, coralistas, músicos e curiosos. Passado um certo tempo tivemos ordem para entrar e a récita correu muito bem. Nessa época a Voigt tinha uma voz límpida e deixou-me uma óptima impressão. Actualmente, concordando com o Raul, quando a oiço não posso dizer o mesmo.

Quanto à Altmeyer, não me lembro de ela ter cantado a Senta.

Paulo disse...

A "Salome" que o Raul menciona está disponível aqui.