peço desculpa se não tem a ver com o post,mas gostaria de agradecer aos que me incentivaram ao recital da Edita Gruberova.Na verdade fiquei encantado e valeu todos os centimos que a viajem e o bilhete me custou.Cantar como ela cantou,aos 62,não é para todos,fantástico.O publico parisiense,esse deve ter uma tara :) mal a senhora entrou em cena e o teatro já quase vinha abaixo.Claro,o final foi apoteótico.Piada,foi mesmo num dos encores,alguem lá do meio da plateia gritou que queria a Lucrécia de Borgia :) ela riu-se e respondeu que ficava para o dia seguinte :) Em grande sem duvida.Tinham razão os que se referiam aos maneirismos,mas nada que incomode,foram só uns maneirismos :))á minha frente uma senhora idosa,chorou por várias vezes e ás vezes abanava a cabeça,como se quizesse dizer,como é possivel ainda cantar assim com aquela idade. uma noite memorável para mim. e agora, um feliz natal para todos,caso a gente não se veja antes :)
Caro Portas abertas... Como um dos entusiastas da sua ida ao recital da Edite Gruberova, quero expressar o meu contentamento pelo êxito da grande cantora. Também lhe desejo Festas Felizes. RAUL
Acabei de ver a Manon pela Netrebko e a minha reacção não podia ser a melhor. A voz, o timbre, verdadeiras maravilhas. A interpretação outra maravilha. Faz prender-nos como de um filme se tratasse, pois que a encenação , localizada nos anos cinquenta (referência à Audrey Hepburn)também contribui e é bastante credível. Rolando Villazón, embora não tenha a voz exacta para o papel que foi a glória de Tito Schippa e Alfredo Kraus, que eu vi em Lisboa, encaminha-a para a tessitura do papel e, se esquecermos um ou outro apianar da voz que não consegue mesmo, a interpretação é muito boa. O resto do elenco não se sai nada mal e o grande Baremboim tira o máximo desta ópera que, a meu ver, tem poucos temas, alguns bons e bem trabalhados, mas outros deixam-nos indiferentes. No fundo esta ópera precisa de uma intérprete como a Netrebko para nos convencer. Todos me falam da Dessay na Manon e eu nunca vi e agora estou bastante curioso em compará-las. Uma coisa é verdade: a Netrebko está no pico da sua carreira e a Dessay já começou muito ligeiramente a declinar, mas muito ligeiramente. RAUL
afinal a gente ainda se voltou a ver....para agradecer ao Raul,obrigado pelas palavras simpáticas e não ter esquecido,neste blog é tudo passado a pente fino :) afinal não é um blog qualquer.Por isso é que eu estou aqui,também não sou um qualquer :) Eu não me "estendi" muito nos comentários do concerto da Gruberova,porque não tenho linguística nem conhecimentos técnicos para o fazer,nem o blog é meu :) ,fiquei-me pela emoção,já é bom. Bem,divirtam-se,cuidado na estrada e voltem a divertir-se.Feliz Natal.
Na versão video da Manon a Dessay apresenta algumas durezas mas mesmo assim é muitissimo boa mas cenicamente então é extraordinaria. O Villazon também está bem mas também apresenta a sua dose de problemas vocais e de fadiga. A produção é muito interessante e estimulante. Desmistifica completamente a ideia da Manon do Massenet como uma ópera superficial!
A Manon, J. Ildefonso, não será uma ópera superficial, mas volto a repetir que tem poucos temas inspirados e muitos com pouco interesse. Os poucos mais inspirados, usando uma técnica verista aprendida sem génio do leitmotiv wagneriano, são repetidos vezes sem conta, seguramente para dar uma atmosfera. Depois há o "problema" da óperra francesa, proveniente da "tragédie lyrique", com a prevalência da palavra sobre a música, o que leva a dizer tudo o que o Abbé Prévost. Aqui não há as incoerências dos libretos à Trovador. Com bons intérpretes, mas que tem de representar bem, vê-se a ópera como uma boa peça de teatro com música de qualidade. Já o Werther é outra coisa.
Puccini quando foi confrontado com a escolha do tema Manon para a sua Manon lescaut qiuando existia a ainda recente obra do Massenet de grande exito disse qualquer coisa como " sim, mas os franceses imaginam a Manon com minuetos e a minha vai ter drama". Como não conhecia a Manon do Massenet excepto duas ou três arias não estava preparado para a revelação do dvd de Barcelona. Agora acredito que a Manon é uma obra prima.
No que toca à Manon, só conheço a versão em dvd com a Fleming e em cd com a Gheorghiu. A história pode parecer bastante tonta num primeiro relance mas a meu ver é uma história muito interessante. Percebo o que o Raul quer dizer mas não posso concordar. Não creio que a musica esteja ali apenas para dar ambiente ou para encher. Apenas são visões diferentes de conceder dramatismo a um libreto. Se por um lado a música italiana é mais intensa ou apaixonada, e a Wagneriana é mais meditativa ou introspectiva, a francesa é, embora aparentemente mais superficial, tambem possuidora de um grande lirismo, beleza e dramatismo. Talvez não convença à primeira, nem possua ritmos tão quentes ou aquela histeria que nos faça vibrar, mas possui melodias ou momentos que nos embalam ou comovem.
O caro Blogger está a generalizar a minha opinião sobre a Manon a toda a ópera francesa, uma extrapolação que eu não subscrevo. Mesmo sobre a Manon eu não digo que a música TODA seja para encher.
Ildefonsíssimo, É, na verdade, uma revelação: a Manon é uma obra-prima. O Puccini, que se entreteve a sacar libretos a Massent, LeonCavallo e a Gilbert and Sullivan, não estava preparado para a revelação do dvd de Barcelona! Embora aprecie a elipse como forma de estilo aqui é um bocada estranha, resultando uma certa confusão.
Alguém me faz o favor de me dizer quanto custa em Portugal este dvd da Netrebko ? Ildefonsíssimo,um grande 2010 para ti, e também para todos os comentadores. Eu devo mudar de sítio.
22 comentários:
Joao, esse dvd nao existe apenas para a região 1?
blogger,
Nope ;-)D) Trata-se de região 0 (worldwide)
aaaaaaah, great. então ja sei o que fazer a uma parte do meu primeiro subsidio de natal! haha
peço desculpa se não tem a ver com o post,mas gostaria de agradecer aos que me incentivaram ao recital da Edita Gruberova.Na verdade fiquei encantado e valeu todos os centimos que a viajem e o bilhete me custou.Cantar como ela cantou,aos 62,não é para todos,fantástico.O publico parisiense,esse deve ter uma tara :) mal a senhora entrou em cena e o teatro já quase vinha abaixo.Claro,o final foi apoteótico.Piada,foi mesmo num dos encores,alguem lá do meio da plateia gritou que queria a Lucrécia de Borgia :) ela riu-se e respondeu que ficava para o dia seguinte :)
Em grande sem duvida.Tinham razão os que se referiam aos maneirismos,mas nada que incomode,foram só uns maneirismos :))á minha frente uma senhora idosa,chorou por várias vezes e ás vezes abanava a cabeça,como se quizesse dizer,como é possivel ainda cantar assim com aquela idade.
uma noite memorável para mim.
e agora, um feliz natal para todos,caso a gente não se veja antes :)
ahhhh e claro,um especial FELIZ NATAL para o maestro deste belo blog,Il Dissoluto.
parabéns pela sua dedicação.
Então João? O DVD já está visto? Eu já o tenho há algum tempo... ;)
Ricardo,
Fiquei no acto I. Vou agora lançar-me a ele ;-)
Portas,
O maestro titular agradece e regozija-se com a sua felicidade gruberoviana ;-)
Votos de boas festas a todos!
Caro Portas abertas...
Como um dos entusiastas da sua ida ao recital da Edite Gruberova, quero expressar o meu contentamento pelo êxito da grande cantora. Também lhe desejo Festas Felizes.
RAUL
Acabei de ver a Manon pela Netrebko e a minha reacção não podia ser a melhor. A voz, o timbre, verdadeiras maravilhas. A interpretação outra maravilha. Faz prender-nos como de um filme se tratasse, pois que a encenação , localizada nos anos cinquenta (referência à Audrey Hepburn)também contribui e é bastante credível. Rolando Villazón, embora não tenha a voz exacta para o papel que foi a glória de Tito Schippa e Alfredo Kraus, que eu vi em Lisboa, encaminha-a para a tessitura do papel e, se esquecermos um ou outro apianar da voz que não consegue mesmo, a interpretação é muito boa. O resto do elenco não se sai nada mal e o grande Baremboim tira o máximo desta ópera que, a meu ver, tem poucos temas, alguns bons e bem trabalhados, mas outros deixam-nos indiferentes. No fundo esta ópera precisa de uma intérprete como a Netrebko para nos convencer.
Todos me falam da Dessay na Manon e eu nunca vi e agora estou bastante curioso em compará-las. Uma coisa é verdade: a Netrebko está no pico da sua carreira e a Dessay já começou muito ligeiramente a declinar, mas muito ligeiramente.
RAUL
afinal a gente ainda se voltou a ver....para agradecer ao Raul,obrigado pelas palavras simpáticas e não ter esquecido,neste blog é tudo passado a pente fino :)
afinal não é um blog qualquer.Por isso é que eu estou aqui,também não sou um qualquer :)
Eu não me "estendi" muito nos comentários do concerto da Gruberova,porque não tenho linguística nem conhecimentos técnicos para o fazer,nem o blog é meu :) ,fiquei-me pela emoção,já é bom.
Bem,divirtam-se,cuidado na estrada e voltem a divertir-se.Feliz Natal.
Na versão video da Manon a Dessay apresenta algumas durezas mas mesmo assim é muitissimo boa mas cenicamente então é extraordinaria. O Villazon também está bem mas também apresenta a sua dose de problemas vocais e de fadiga. A produção é muito interessante e estimulante. Desmistifica completamente a ideia da Manon do Massenet como uma ópera superficial!
Joao,
também já tenho essa lucia! :D
A Manon, J. Ildefonso, não será uma ópera superficial, mas volto a repetir que tem poucos temas inspirados e muitos com pouco interesse. Os poucos mais inspirados, usando uma técnica verista aprendida sem génio do leitmotiv wagneriano, são repetidos vezes sem conta, seguramente para dar uma atmosfera. Depois há o "problema" da óperra francesa, proveniente da "tragédie lyrique", com a prevalência da palavra sobre a música, o que leva a dizer tudo o que o Abbé Prévost. Aqui não há as incoerências dos libretos à Trovador. Com bons intérpretes, mas que tem de representar bem, vê-se a ópera como uma boa peça de teatro com música de qualidade.
Já o Werther é outra coisa.
Puccini quando foi confrontado com a escolha do tema Manon para a sua Manon lescaut qiuando existia a ainda recente obra do Massenet de grande exito disse qualquer coisa como " sim, mas os franceses imaginam a Manon com minuetos e a minha vai ter drama". Como não conhecia a Manon do Massenet excepto duas ou três arias não estava preparado para a revelação do dvd de Barcelona. Agora acredito que a Manon é uma obra prima.
No que toca à Manon, só conheço a versão em dvd com a Fleming e em cd com a Gheorghiu. A história pode parecer bastante tonta num primeiro relance mas a meu ver é uma história muito interessante. Percebo o que o Raul quer dizer mas não posso concordar. Não creio que a musica esteja ali apenas para dar ambiente ou para encher. Apenas são visões diferentes de conceder dramatismo a um libreto. Se por um lado a música italiana é mais intensa ou apaixonada, e a Wagneriana é mais meditativa ou introspectiva, a francesa é, embora aparentemente mais superficial, tambem possuidora de um grande lirismo, beleza e dramatismo. Talvez não convença à primeira, nem possua ritmos tão quentes ou aquela histeria que nos faça vibrar, mas possui melodias ou momentos que nos embalam ou comovem.
O caro Blogger está a generalizar a minha opinião sobre a Manon a toda a ópera francesa, uma extrapolação que eu não subscrevo. Mesmo sobre a Manon eu não digo que a música TODA seja para encher.
Ildefonsíssimo,
É, na verdade, uma revelação: a Manon é uma obra-prima.
O Puccini, que se entreteve a sacar libretos a Massent, LeonCavallo e a Gilbert and Sullivan, não estava preparado para a revelação do dvd de Barcelona! Embora aprecie a elipse como forma de estilo aqui é um bocada estranha, resultando uma certa confusão.
Raul, peço desculpa por generalizar a sua opinião, não tinha essa intenção. Mas já que falam tanto nessa Manon de Barcelona, tenho de a arranjar.
Eu já imaginava que o Raul ia gostar da Manon de Barcelona. Um grandissimo abraço e um bom ano novo.
Alguém me faz o favor de me dizer quanto custa em Portugal este dvd da Netrebko ?
Ildefonsíssimo,um grande 2010 para ti, e também para todos os comentadores. Eu devo mudar de sítio.
Raul,
O meu dvd custou cerca de €28. O que é isso de mudar de sítio??? BOM ANO ;-))) Um abraço grande, João
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