Caro João Com pena minha, não tive ainda oportunidade de "ouver" (expressão da auroria do josé Duarte) esta "soviética" Katerina Ismailova, que julgo ser uma versão revista para palco da ópera Lady Macbeth of the Mtsensk District, e na qual o compositor procedeu a uma alteração significativa da Cena 3 do Primeiro Acto. Sou um particular apreciador desta ópera, que incorpora na linguagem muito pessoal de Shostakovich, elementos da estética expressionista e verista. Possuo uma versão em cd desta ópera gravada na etiqueta Deutche Gramophone, com a Maria Ewing na protagonista, com a orquestra da Ópera da Bastilha sob a batuta do Myung-Whun Chung que recomendo, embora como é óbvio, se deva ter em conta uma gravação anterior desta obra para a EMI, em que marido (Mitislav Rostropovitch e mulher (Galina Vishnenskaya), fazem jus a uma intrepretação pretensamente mais próxima das origens russas, a que esta obra está de facto indissociavelmente ligada. Mas a razão fundamental desta minha intervenção, é a de enaltecer a soprano Galina Vishnenskaya, cuja enorme qualidade vocal e, sobretudo o seu talento de actriz, devem merecer os mais rasgados encómios daqueles que como nós, somos lírio-dependentes. A propósito daquela, que o genial compositor Benjamin Briten, fez questão que estreasse o papel de soprano no seu belissimo e de profundo significado para a humanidade, Requiem da Guerra, permita-me que lhe sugira na qualdade de cinéfilo que também é, que corra a uma loja FNAC e adquira o DVD do filme Alexandra do russo Alexander Sokurov, e comova-se até às lágrimas,com o estarrecedor desempenho da actriz Galina Vishnenskaya, porque qualquer um de nós, tem ou já teve uma avó de que nunca se esquecerá. Desejos de um bom ano novo, para si e para toda a sua família.
Também possuo a mencionada interpretação da dupka Rostro & Galina. Vou seguir o seu conselho - Alexandra do russo Alexander Sokurov -, e depois lhe direi ;) Votos de bom ano para si e seus ;-))) Volte sempre!
Comentando as palavras do Miguel, também possuo a versão da EMI com Mitislav Rostropovitch a dirigir a sua mulher Galina Vishnenskaya e Nicola Gedda. Quando a possuí, fui lentamente agarrado pela música completamente irmã da linguagem das obras instrumentais de Shostakovich. Mas a minha intervenção é mais para fazer coro com sua apreciação da grande Galina Vishnenskaya, que sem a menor das dúvidas uma cantora extraordinária. G.V. era uma cantora carregada de pathos vocal, sabedora do "sublinhar" das palavras e ao mesmo tempo deixando soltar um timbre lindíssimo. Além de a ter na Katerina, tenho-a numa fabulosa Liú no Scala ao lado do par Nilsson/ Corelli. Continuando a ler as suas palavras, só por pura digressão, vi há mais de 10 anos Maria Ewing fazer o nu integral na Salomé. Não era cantora que eu apreciasse. Sobre Britten e o seu War Requiem, confesso que o menos que posso dizer é que não gosto nada. Desejo-lhe um Bom Ano Novo.
Acho que é a versão para cinema datada de1966, com uma banda sonora gravada de propósito para fins cinematográficos em que lá está Galina Vishnevskaya, infelizmente em Playback :-( Já a vi e ouvi há uns bons anos atrás, quando a apanhei no Canal Muzzik, actualmente Mezzo. Convenceu-me muito menos do que a presente versão que reúne muitos e bons consensos: Eva-Maria Westbroek, Christopher Ventris, Carole Wilson, Vladimir Vaneev, Lani Poulson, Ludovít Ludha, Alexandre Kravets Chorus of De Nederlandse Opera / Royal Concertgebouw Orchestra / Mariss Jansons encenação: Martin Kušej edição da OPUS ARTE Um 10 em 10 ! Quando HÁ UMA BOA ENCENAÇAO E TEATRO DE ARREPIAR, NÃO SE LHES DEVE POUPAR ELOGIOS! É DAQUELES ESPECTACULOS A VER E REVER DE LONGE A LONGE, PORQUE É MUITO DENSO E ASSUSTADOR; O QUE, NESTE CASO, SÓ LHE CONFERE MUITOS PONTOS POSITIVOS E RASGADOS ELOGIOS, BEM MERECIDOS POR SINAL. :-) … quem disse que eu era totalmenta contra O Euro-Trash??... :-D :-D quando este funciona a favor da Ópera, tudo bem. Agora, quando não… PATEIO! :-) Agora quanto ao WAR REQUIEM de Benjamin Britten, ESTE TEVE TODA A RAZÃO AO QUERER Vishnevskaya para a sua versão (OBRIGATÓRIA! :_) ) para Estúdio DECCA. A sua voz transmite toda a cor e pungência eslava sofrida pelo seu povo durante a 1ª metade do Séc. XX:As duas Grandes Guerras e todas as guerras e sofrimentos que se desencadearam com os acontecimentos da Revolução Soviética. Acontecimentos esses de que Britten foi contemporâneo e ao qual não pode descartar-se ao querer envolver também uma voz eslava nos seus pensamentos aquando da composição do WAR REQUIEM. As outras, obviamente, são a english voice de Sir Peter Pears e a deutsche stimme de Fischer-Dieskau. Sem dúvida nenhuma uma masterpiece do Séc. passado, escrita por um dos não menos grandes compositores daquele Século. Como eu já disse, uma das versões OBRIGATÓRIAS! A possuir-se numa Discoteca que preze o seu nome. :-) Happy New Year for all the Folks out there, these are my deepest wishes. LG
6 comentários:
Caro João
Com pena minha, não tive ainda oportunidade de "ouver" (expressão da auroria do josé Duarte) esta "soviética" Katerina Ismailova, que julgo ser uma versão revista para palco da ópera Lady Macbeth of the Mtsensk District, e na qual o compositor procedeu a uma alteração significativa da Cena 3 do Primeiro Acto.
Sou um particular apreciador desta ópera, que incorpora na linguagem muito pessoal de Shostakovich, elementos da estética expressionista e verista.
Possuo uma versão em cd desta ópera gravada na etiqueta Deutche Gramophone, com a Maria Ewing na protagonista, com a orquestra da Ópera da Bastilha sob a batuta do Myung-Whun Chung que recomendo, embora como é óbvio, se deva ter em conta uma gravação anterior desta obra para a EMI, em que marido (Mitislav Rostropovitch e mulher (Galina Vishnenskaya), fazem jus a uma intrepretação pretensamente mais próxima das origens russas, a que esta obra está de facto indissociavelmente ligada.
Mas a razão fundamental desta minha intervenção, é a de enaltecer a soprano Galina Vishnenskaya, cuja enorme qualidade vocal e, sobretudo o seu talento de actriz, devem merecer os mais rasgados encómios daqueles que como nós, somos lírio-dependentes.
A propósito daquela, que o genial compositor Benjamin Briten, fez questão que estreasse o papel de soprano no seu belissimo e de profundo significado para a humanidade, Requiem da Guerra, permita-me que lhe sugira na qualdade de cinéfilo que também é, que corra a uma loja FNAC e adquira o DVD do filme Alexandra do russo Alexander Sokurov, e comova-se até às lágrimas,com o estarrecedor desempenho da actriz Galina Vishnenskaya, porque qualquer um de nós, tem ou já teve uma avó de que nunca se esquecerá.
Desejos de um bom ano novo, para si e para toda a sua família.
Miguel,
Também possuo a mencionada interpretação da dupka Rostro & Galina. Vou seguir o seu conselho - Alexandra do russo Alexander Sokurov -, e depois lhe direi ;)
Votos de bom ano para si e seus ;-)))
Volte sempre!
Comentando as palavras do Miguel, também possuo a versão da EMI com
Mitislav Rostropovitch a dirigir a sua mulher Galina Vishnenskaya e Nicola Gedda. Quando a possuí, fui lentamente agarrado pela música completamente irmã da linguagem das obras instrumentais de Shostakovich. Mas a minha intervenção é mais para fazer coro com sua apreciação da grande Galina Vishnenskaya, que sem a menor das dúvidas uma cantora extraordinária. G.V. era uma cantora carregada de pathos vocal, sabedora do "sublinhar" das palavras e ao mesmo tempo deixando soltar um timbre lindíssimo. Além de a ter na Katerina, tenho-a numa fabulosa Liú no Scala ao lado do par Nilsson/ Corelli.
Continuando a ler as suas palavras, só por pura digressão, vi há mais de 10 anos Maria Ewing fazer o nu integral na Salomé. Não era cantora que eu apreciasse.
Sobre Britten e o seu War Requiem, confesso que o menos que posso dizer é que não gosto nada.
Desejo-lhe um Bom Ano Novo.
Acho que é a versão para cinema datada de1966, com uma banda sonora gravada de propósito para fins cinematográficos em que lá está Galina Vishnevskaya, infelizmente em Playback :-(
Já a vi e ouvi há uns bons anos atrás, quando a apanhei no Canal Muzzik, actualmente Mezzo. Convenceu-me muito menos do que a presente versão que reúne muitos e bons consensos:
Eva-Maria Westbroek, Christopher Ventris, Carole Wilson, Vladimir Vaneev, Lani Poulson, Ludovít Ludha, Alexandre Kravets
Chorus of De Nederlandse Opera / Royal Concertgebouw Orchestra / Mariss Jansons
encenação: Martin Kušej
edição da OPUS ARTE
Um 10 em 10 !
Quando HÁ UMA BOA ENCENAÇAO E TEATRO DE ARREPIAR, NÃO SE LHES DEVE POUPAR ELOGIOS! É DAQUELES ESPECTACULOS A VER E REVER DE LONGE A LONGE, PORQUE É MUITO DENSO E ASSUSTADOR; O QUE, NESTE CASO, SÓ LHE CONFERE MUITOS PONTOS POSITIVOS E RASGADOS ELOGIOS, BEM MERECIDOS POR SINAL. :-) … quem disse que eu era totalmenta contra O Euro-Trash??... :-D :-D quando este funciona a favor da Ópera, tudo bem. Agora, quando não… PATEIO! :-)
Agora quanto ao WAR REQUIEM de Benjamin Britten, ESTE TEVE TODA A RAZÃO AO QUERER Vishnevskaya para a sua versão (OBRIGATÓRIA! :_) ) para Estúdio DECCA. A sua voz transmite toda a cor e pungência eslava sofrida pelo seu povo durante a 1ª metade do Séc. XX:As duas Grandes Guerras e todas as guerras e sofrimentos que se desencadearam com os acontecimentos da Revolução Soviética. Acontecimentos esses de que Britten foi contemporâneo e ao qual não pode descartar-se ao querer envolver também uma voz eslava nos seus pensamentos aquando da composição do WAR REQUIEM. As outras, obviamente, são a english voice de Sir Peter Pears e a deutsche stimme de Fischer-Dieskau. Sem dúvida nenhuma uma masterpiece do Séc. passado, escrita por um dos não menos grandes compositores daquele Século. Como eu já disse, uma das versões OBRIGATÓRIAS! A possuir-se numa Discoteca que preze o seu nome. :-)
Happy New Year for all the Folks out there, these are my deepest wishes.
LG
aqui deixo o meu voto,de um Ano que se espera NOVO em todos os sentidos.
Cumprimentos a todos e VIVA A MÚSICA.
De 2010 para o passado desejo para todos um bom 2010.
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