(James Morris, como Wotan, e Irene Theorin, como Brünnhilde - Met, Abril 2009)
Não há duas sem três!
Esta A Valquíria anuncia o ocaso de Morris – Wotan magnífico, há vinte anos -, Meier – Sieglinde de sonho, nos idos anos 1990 – e da datadíssima mise-en-scène de Otto Schenk. Doravante, outra encenação verá a luz do dia, na temporada 2009 / 2010.
«James Morris, a veteran bass with two decades’ experience as Wotan, no longer sings with the tonal control and force he once brought to the part. Especially in the softer passages of Act III his sound was parched.
Yet Mr. Morris’s command of character was absolute, his Wotan an imperious, prideful and ultimately tragic figure. His ability to cut through the orchestra at climactic moments remained intact; elsewhere, you not only overlooked flaws but began to accept them as a part of Mr. Morris’s imposing conception.
Similarly, other singers might have brought more sheer volume to the role of Brünnhilde than the Swedish soprano Irene Theorin did. Making her American debut on relatively short notice as a replacement for Christine Brewer, said to be recovering from an injury, Ms. Theorin sounded somewhat unsettled in her initial appearance during Act II: her sound slightly undersized, her high notes on pitch, but acidic.
Physically, though, Ms. Theorin played the part of a teenage fighter with a limber vitality and a boundless energy not seen in a Met Brünnhilde since Olga Sergeeva took the role in 2004. Ms. Theorin sang with increasing presence and control as the night went on, promising much for the matinee performance on Saturday. Here the uncommon stillness and vulnerability of her singing in the third act made the strongest impression.
As the doomed sibling lovers Siegmund and Sieglinde, Johan Botha and Waltraud Meier made strikingly disparate impressions. Mr. Botha sang with copious power and tonal splendor but lacked physical grace. Ms. Meier compensated for an initially lean, edgy sound with her dramatic intensity and overwhelming passion; her singing, too, steadily grew more compelling. John Tomlinson was a formidable Hunding; Yvonne Naef, an imperious, commanding Fricka.
James Levine summoned tempestuous playing from the orchestra in a fiery, driven performance. At times his gusty pace may have been too much for musicians tasked with a complete “Ring” cycle late in the season: the brass players were bedeviled by problems with pitch and execution.
For the most part, spirited stage action sufficiently compensated for technical shortcomings during this initial farewell to one of the Met’s most popular productions, scheduled to be retired after this season. Not surprisingly, the director, Otto Schenk, architect of this craggy tableau and animator of its inhabitants, received one of the loudest, longest ovations.»
Não há duas sem três!
Esta A Valquíria anuncia o ocaso de Morris – Wotan magnífico, há vinte anos -, Meier – Sieglinde de sonho, nos idos anos 1990 – e da datadíssima mise-en-scène de Otto Schenk. Doravante, outra encenação verá a luz do dia, na temporada 2009 / 2010.
«James Morris, a veteran bass with two decades’ experience as Wotan, no longer sings with the tonal control and force he once brought to the part. Especially in the softer passages of Act III his sound was parched.
Yet Mr. Morris’s command of character was absolute, his Wotan an imperious, prideful and ultimately tragic figure. His ability to cut through the orchestra at climactic moments remained intact; elsewhere, you not only overlooked flaws but began to accept them as a part of Mr. Morris’s imposing conception.
Similarly, other singers might have brought more sheer volume to the role of Brünnhilde than the Swedish soprano Irene Theorin did. Making her American debut on relatively short notice as a replacement for Christine Brewer, said to be recovering from an injury, Ms. Theorin sounded somewhat unsettled in her initial appearance during Act II: her sound slightly undersized, her high notes on pitch, but acidic.
Physically, though, Ms. Theorin played the part of a teenage fighter with a limber vitality and a boundless energy not seen in a Met Brünnhilde since Olga Sergeeva took the role in 2004. Ms. Theorin sang with increasing presence and control as the night went on, promising much for the matinee performance on Saturday. Here the uncommon stillness and vulnerability of her singing in the third act made the strongest impression.
As the doomed sibling lovers Siegmund and Sieglinde, Johan Botha and Waltraud Meier made strikingly disparate impressions. Mr. Botha sang with copious power and tonal splendor but lacked physical grace. Ms. Meier compensated for an initially lean, edgy sound with her dramatic intensity and overwhelming passion; her singing, too, steadily grew more compelling. John Tomlinson was a formidable Hunding; Yvonne Naef, an imperious, commanding Fricka.
James Levine summoned tempestuous playing from the orchestra in a fiery, driven performance. At times his gusty pace may have been too much for musicians tasked with a complete “Ring” cycle late in the season: the brass players were bedeviled by problems with pitch and execution.
For the most part, spirited stage action sufficiently compensated for technical shortcomings during this initial farewell to one of the Met’s most popular productions, scheduled to be retired after this season. Not surprisingly, the director, Otto Schenk, architect of this craggy tableau and animator of its inhabitants, received one of the loudest, longest ovations.»
5 comentários:
Agora "Siegfried" em directo na Antena2.
Há uma semana pude ouvir um pouco dessa "Valquíria". James Morris está um bocadinho velhote, nota-se, mas ainda é um Wotan.
Numa perspectiva megalómana, eis um divórcio entre mim e o mundo: nunca fui um grande apreciador do Wotam de James Morris.
Caro Paulo,
Tem toda a razão, um bocado velhote mas ainda É WOTAN!
Vi James Morris quando veio aqui fazer Scarpia, juntamente com a Tosca, já bem fora de tempo, de Tomowa-Sintow; isto já nos idos de 95.confesso que me desiludiu a prestação vocal de Mr. Morris: estava exactamente à espera daquela tonitruância de Wotan e de Amfortas com J. Levine e nisto apareceu-me uma voz bem mais pequena do que se parecia adivinhar nos Cds e Vídeos que Morris tinha já gravado com Levine (Ring, Parsifal DG)e também com Haitink (EMI). Estava à espera que o S. Carlos abanasse nas estruturas e não, apareceu-me uma coisa bem mais pequenita…
Mas não pensem que estou para aqui a pôr em questão o carisma que Morris AINDA TEM!!!!... como Wotan. Não! Os DVDs do Ring provam que sua Excia. É o Wotan da minha geração e é ainda um regalo ouvi-lo no papel que ele mais marcou e ainda em relativas boas condições vocais… aquando do final da Valquíria e do Siegfried de ontem, aplaudi também entusiasticamente, como o povo do Met, as chamadas à boca de cena de Morris!
Ma o meu ponto fulcral, e ligado a este, é o seguinte: ainda bem que AINDA!! há uma tradição wagneriana RING/Met Schneider-Siemssen, Langenfass, Schenk, Levine, Morris, e na SemperOper de Dresden, neste momento, estão a passar reposições das tradicionais encenações Wolfgang Wagner “O Navio Fantasma” e de Theo Adam (exactamente! O Wotan dos irmãos Wagner no NeueBayreuth dos idos de 60 e 70) uma encenação sua de “Parsifal”. É que depois do NeuesBayreuth (50s e 60s) e depois de P. Chéreau/Ring para esse mesmo Bayreuth temos assistido a cada MERDA!! (exactamente o termo!) wagneriana que nos IMPINGEM como MODERNA E ACTUAL, estilo REVISÃO WAGNERIANA, vulgo REGIE THEATER, ai porque o nazismo subjacente a Wagner, o capitalismo, a ganância, a frustração sexual de Wotan que se transpõe para Alberich, a Fricka que é frígida por isso Wotan quer o Anel… que… POR AMOR DE DEUS!!!... eu quero ver de novo o fundo do Reno! Eu quero ver de novo Nuremberga no Séc. XVI com as suas estreitas vielas onde há pancadaria! Eu quero ver de novo Montsalvat e o Jardim maravilhoso de Klingsor povoado de donzelas-flores! Eu quero ver de novo a Gruta de Vénus e as suas cascatas onde se exalam perfumes e incenso que vão até ao peito de Vénus!…
ESTOU FARTO DE INTERPRETAÇÕES, REINTERPRETAÇÕES E NOVAS MANEIRAS DE ACTUALIZAR WAGNER!!!...
Todas estas reposições querem-me dizer que JÁ ESTAMOS FARTOS DO WAGNER FRUSTRADO, CRÁPULA, RACISTA E CHULO DOS WESENDONCK!!!
Queremos ver de novo o que o artista-compositor Wagner criou e pensou! Na sua época! Sim, porque Wagner não é Benjamin Britten n´A MORTE EM VENEZA”!... não me venham Stefan Herheims, Chéreaus, Marthalers, Konwitschnys (deste então, nem falo…) convencer-me do contrário!!!
Vivam as encenações dos velhos Srs. Wagners, Werner Herzog, e como não sou dado à tradição só por puritanismos puristas vivam também as encenações do Ring que não caem na DESGRAÇA!!: os da Furia del Baus, Gergiev/Tsypin para o Teatro Kirov/Mariinski de São Petersburgo e também aqui uma menção ao Sr. David McVicar, que no Ring que está actualmente a encenar para Estrasburgo, não tem também caído na desgraça do RégieTheater! Graças a Deus!
Acham que Callas teria sido a Grande Maria que foi, se não tivesse encenadores tradicionais à altura (VISCONTI, ZEFFIRELLI)e deu-nos exactamente o que pretendíamos: encenações tradicionais mas COM PERSONAGENS CONVINCENTES/ACTORES??? Que só ela nos sabia interpretar e dar??? (No fim de tudo, não só ela… mas isso fica para outra altura…)
É que a Sra. Callas também fez uma reforma na Ópera como Teatro, e ninguém destes encenadorzecos da moda ME VEM CONVENCER DO CONTRÁRIO!!...
Não é por nada que o MET escolheu para esta sua 125ª!temporada o último round up do Ring na famosa encenação tradicionalista Schenk/Langenfass/Schneider-Siemssen. Eu sei que o Met é um dos últimos (e a acabar!… e com resultados, às vezes, bem pouco felizes, diga-se na boa verdade!) defensores do tradicionalismo operático; e cá está ele a prová-lo! Com os Srs. Levine, Morris, Schenk, etc.
Viva por tal! Por nos recordar como Wagner era simples, romântico, intenso, e que apela ao fundo das nossas almas… e à dos cantores-actores também, que têm de ser bem convincentes em palco para fazerem passar o “real” Wagner. Não Brunnhildes ou Siegmunds Talibans, ou terroristas, ou tóxico-dependentes, ou lá o que é, como estes novos Srs. da moda nos querem impingir e fazer crer que sim!!!...
Para terminar só umas palavritas acerca dos outros cantores: MUITO BOA VALQUÍRIA a de 11 de Abril! Gary Lehman muito mais convincente que o rotundo Johan Botha (outro que não lhe acho nada de especial…). Waltraud Meier e Sir John Tomlinson provaram bem o seu profissionalismo e veteranismo nas personagens que encarnaram: Sieglinde e Hunding. Irene Theorin é uma excelente Sieglinde, não é ainda uma Brunnhilde!; temo por Katarina Dalaymann como Brunnhilde n´O CREPÚSCULO” no próximo dia 25 de Abril em mais um Live from the Met-Antena2!! Christian Franz como Siegfried revela-se já cansado. Richard Paul Fink vocifera mais do que canta em Alberich. Yvonne Naef e Gerhard Siegel são excelentes Mime e Fricka. Melhor Fasolt-Franz Josef Selig do que o já exausto Fafner/John Tomlinson, embora este escapa-se com o peso que põe nas palavras que tem de dizer/cantar.
Meu Deus, este meu post está tão longo!!
Espero indulgências suas, Dissoluto, e dos caros frequentadores deste blog.
Pronto… cá está… deixei escorrer a alma. :-D :-)
Um abração do seu costumeiro,
LG
Viva,
Lancei um programa semanal sobre música na Rádio Zero, com podcast:
http://ornitologia.wordpress.com
No primeiro programa -- 22 de Março -- falo dos Ring americanos. Espero que possa ouví-lo e seguir os restantes.
Saudações ornitológicas,
--
Nuno Pássaro
Gri-gri
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