Sobre a temporada do Teatro Nacional de São Carlos:
Leiga na matéria, fui sensível ao que ouvi hoje na rádio: parece que a conferência em que a temporada foi apresentada primou pelo "economês" e não própriamente pelo "musiquês" (cito o jornalista), também que o mecenas habitual se retirou e que os apoios do estado diminuiram ...e que os responsáveis pretendem "duplicar" as audiências... Parece-me que o Teatro Nacional de São Carlos não escapa a esta vaga de fundo que vem inundando quase todas as instituições ... :-(
Mudando de assunto,
Agum de vós já foi até ao museu da electricidade ver a exposição da Maria Callas?
Já fui e recomendo. Gostei. Sem memória não há presente, nem futuro. Talvez que para além da ditadura financeira, a falta de memória seja o mal da temporada...
O caro Ricardo está a ser lisonjeiro para a Chelsey Schill. O que se pedia era um saneamento total. O mesmo para o Richard Bauer. É confrangedor o actual estado do São Carlos...
Bem, não vamos apressar-nos a dizer que é confrangedor. Pode ser que ainda tenhamos algumas boas surpresas com nomes menos conhecidos do elenco.
É verdade que não se compreende como é que a Schill continua a ter trabalho cá depois das críticas e prestações desastrosas que recebeu.
Pelo menos retomaram o Wagner de Graham Vick, portanto do ponto de vista cénico podemos contar com pelo menos uma produção de qualidade cénica certa, quando ao resto, é como diz o cego... vamos esperar para ver!
O Ricardo é um optimista. E ainda bem que o é. Agora, julgo que ninguém poderá escamotear a abrupta queda de qualidade no que à última temporada do São Carlos concerne. É bem verdade que a temporada 2008/09 nem começou mas, como é facilmente constatável, foi elaborada em moldes semelhantes à anterior, o que não indicia nada de bom. Quanto a surpresas, elas aconteceram... mas pela negativa. O elenco de 2007/08 também era constituído, na sua maioria, por nomes menos conhecidos e o resultado foi o que se viu. Mais: a única produção globalmente meritória foi a Tosca, cujo elenco era encabeçado por dois cantores conhecidos e de créditos firmados: Elisabete Matos e Vladimir Vaneev.
P.S. Sabe o que responderam ao cego? Não espere muito que se cansa.
Parece-me que o objectivo do actual Director e fazer uma companhia de Opera como e frequente na Alemanha dai a assiduidade da Chelsey Schill e do Richard Bauer. Mas qual e a vantagem? Na Alemanha existem os teatros de reportorio que tem opoera todos os dias e depois existem dezenas de pequenos teatros de provincea que tem o sistema de reportorio como aqui, mas que tem acordos entre eles de partilha de cantores e producoes o que permite uma grande versatilidade e diversidade nas producoes e elencos. Se so tenho 6 operas por anos nao quero ver sempre as mesmas pessoas, porque sao maus, nem quero pagar o que pago, tambem porque sao maus. melhor me parecia a estrategia das parcerias com companhias semelhantes que nos permitem partilhar producoes como ENO, que nos trouxe o Gardiner e o Terfel no Mozart e a Ariane em Naxos e Barcelona, que nos trouxe o Guilherme Tell, Norma, Tosca. Tinhamos a Debora Voigt, a Tomowa Sintow, a april Milo, o Morris, a Ana Maria Sanchez, a Ana Caterina Antonacci, a Fritolli, a Zaremba, o Merrit, a Gauce e em concerto ou recital a Studer, O Simon e a Kasarova.... E a visita ocasional do Gergiev com a sua companhia....e tambem nao havia dinheiro!
9 comentários:
Sobre a temporada do Teatro Nacional de São Carlos:
Leiga na matéria, fui sensível ao que ouvi hoje na rádio: parece que a conferência em que a temporada foi apresentada primou pelo "economês" e não própriamente pelo "musiquês" (cito o jornalista), também que o mecenas habitual se retirou e que os apoios do estado diminuiram ...e que os responsáveis pretendem "duplicar" as audiências...
Parece-me que o Teatro Nacional de São Carlos não escapa a esta vaga de fundo que vem inundando quase todas as instituições ... :-(
Mudando de assunto,
Agum de vós já foi até ao museu da electricidade ver a exposição da Maria Callas?
Teresa
Já fui e recomendo.
Gostei.
Sem memória não há presente, nem futuro.
Talvez que para além da ditadura financeira, a falta de memória seja o mal da temporada...
Maria Helena
Bem, pelo menos tiveram o bom senso de sanear a Chelsey Schill para papéis secundários!
Quanto à nova temporada do Sao Carlos nem sei o que diga. Teresa, quanto à exposiçao, gostei e tenciono lá voltar com mais tempo.
Maria Helena e Daniel, Obrigada pelos ecos da exposição.
O caro Ricardo está a ser lisonjeiro para a Chelsey Schill. O que se pedia era um saneamento total. O mesmo para o Richard Bauer. É confrangedor o actual estado do São Carlos...
Bem, não vamos apressar-nos a dizer que é confrangedor. Pode ser que ainda tenhamos algumas boas surpresas com nomes menos conhecidos do elenco.
É verdade que não se compreende como é que a Schill continua a ter trabalho cá depois das críticas e prestações desastrosas que recebeu.
Pelo menos retomaram o Wagner de Graham Vick, portanto do ponto de vista cénico podemos contar com pelo menos uma produção de qualidade cénica certa, quando ao resto, é como diz o cego... vamos esperar para ver!
O Ricardo é um optimista. E ainda bem que o é. Agora, julgo que ninguém poderá escamotear a abrupta queda de qualidade no que à última temporada do São Carlos concerne. É bem verdade que a temporada 2008/09 nem começou mas, como é facilmente constatável, foi elaborada em moldes semelhantes à anterior, o que não indicia nada de bom. Quanto a surpresas, elas aconteceram... mas pela negativa. O elenco de 2007/08 também era constituído, na sua maioria, por nomes menos conhecidos e o resultado foi o que se viu. Mais: a única produção globalmente meritória foi a Tosca, cujo elenco era encabeçado por dois cantores conhecidos e de créditos firmados: Elisabete Matos e Vladimir Vaneev.
P.S. Sabe o que responderam ao cego? Não espere muito que se cansa.
Parece-me que o objectivo do actual Director e fazer uma companhia de Opera como e frequente na Alemanha dai a assiduidade da Chelsey Schill e do Richard Bauer. Mas qual e a vantagem? Na Alemanha existem os teatros de reportorio que tem opoera todos os dias e depois existem dezenas de pequenos teatros de provincea que tem o sistema de reportorio como aqui, mas que tem acordos entre eles de partilha de cantores e producoes o que permite uma grande versatilidade e diversidade nas producoes e elencos. Se so tenho 6 operas por anos nao quero ver sempre as mesmas pessoas, porque sao maus, nem quero pagar o que pago, tambem porque sao maus.
melhor me parecia a estrategia das parcerias com companhias semelhantes que nos permitem partilhar producoes como ENO, que nos trouxe o Gardiner e o Terfel no Mozart e a Ariane em Naxos e Barcelona, que nos trouxe o Guilherme Tell, Norma, Tosca. Tinhamos a Debora Voigt, a Tomowa Sintow, a april Milo, o Morris, a Ana Maria Sanchez, a Ana Caterina Antonacci, a Fritolli, a Zaremba, o Merrit, a Gauce e em concerto ou recital a Studer, O Simon e a Kasarova.... E a visita ocasional do Gergiev com a sua companhia....e tambem nao havia dinheiro!
J. Ildefonso.
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