sexta-feira, 13 de junho de 2008

O Rio e a Contra-corrente

Contrariamente à compreensão psicanalítica – encontrar no pretérito a génese do presente -, em The River, Renoir propõe um olhar obstinado e firme, absolutamente centrado no futuro: o curso magnânimo do Rio dita a direcção do olhar, imperativamente posto no horizonte.

O certo é que – nunca é demais sublinhar – o olhar pretérito psicanalítico serve para explicar o sofrimento actual, por forma a proporcionar um futuro alternativo, substancialmente diferente, operando uma revolução sobre a história do sujeito: ao invés da tirana repetição, o homem livre que a psicanálise cria experimenta a ruptura, a diferença, que antes mais não era que uma diáfana ousadia.

Em qualquer caso, O Rio Sagrado é um filme magistral.



(cenas de The River, de Jean Renoir)

1 comentário:

Anónimo disse...

A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente (Kierkegaard)

O importante não é o que fazem do homem, mas sim o que ele faz ao que fizerem dele. (Sartre)