A escassos dias da abertura da mais mítica das salas líricas – o milanês Teatro alla Scala -, que invariavelmente tem lugar a 7 de Dezembro, eis uma notícia bombástica: o papel de Tristan será interpretado por um tenor absolutamente inexperiente, não apenas no papel titular... como em Wagner...
(Chéreau orienta Storey e Meier, durante os ensaios)
«This Friday, Ian Storey from Chilton, County Durham - son of a coal miner, grandson of a coal miner, descended as he says from "generations of miners" - will step on to the stage of La Scala to sing Wagner's Tristan on the glitziest night in the Italian operatic calendar, the traditional December 7 opening performance of the Milan opera season.»
(Daniel Baremboim)
Na première de Tristan und Isolde, dentro de dois dias, Ian Storey ladeará a experiente e formidável Waltraud Meier, será dirigido pelo grande Baremboim, sendo que a produção conta conta com um nome incontornável, na encenação operática, particularmente no que toca a Wagner: Patrice Chéreau.
(o tenor britânico Ian Storey)
«It is impressive enough that Storey should have landed such a key role in such an event. What makes it even more extraordinary are three other facts: first, that Storey has never sung Tristan before; second, that until April this year, he did not know the role at all; and, third, that this English singer rarely sings major operatic roles of any kind in his own country.»
No lugar do senhor, eu estaria a consumir ansiolíticos em barda, desde há meses...
Para o bem e para o mal, não sou cantor lírico! A única coisa que partilho com os cantores líricos – além da paixão pela voz humana – é a interpretação: eles, os líricos, revitalizam criaturas, enquanto eu apenas dou sentido ao discurso latente... Eles, na boca de cena, eu, nos bastidores, o mor das vezes atrás de um divã...
Moral da história: cada um em su sitio!
Sim, porque os analistas não estão na ribalta!
Resta-me, pois, fazer votos de sucesso: que o alla Scala e a sua trouppe voltem a brilhar como outrora!
(Chéreau orienta Storey e Meier, durante os ensaios)
«This Friday, Ian Storey from Chilton, County Durham - son of a coal miner, grandson of a coal miner, descended as he says from "generations of miners" - will step on to the stage of La Scala to sing Wagner's Tristan on the glitziest night in the Italian operatic calendar, the traditional December 7 opening performance of the Milan opera season.»
(Daniel Baremboim)
Na première de Tristan und Isolde, dentro de dois dias, Ian Storey ladeará a experiente e formidável Waltraud Meier, será dirigido pelo grande Baremboim, sendo que a produção conta conta com um nome incontornável, na encenação operática, particularmente no que toca a Wagner: Patrice Chéreau.
(o tenor britânico Ian Storey)
«It is impressive enough that Storey should have landed such a key role in such an event. What makes it even more extraordinary are three other facts: first, that Storey has never sung Tristan before; second, that until April this year, he did not know the role at all; and, third, that this English singer rarely sings major operatic roles of any kind in his own country.»
No lugar do senhor, eu estaria a consumir ansiolíticos em barda, desde há meses...
Para o bem e para o mal, não sou cantor lírico! A única coisa que partilho com os cantores líricos – além da paixão pela voz humana – é a interpretação: eles, os líricos, revitalizam criaturas, enquanto eu apenas dou sentido ao discurso latente... Eles, na boca de cena, eu, nos bastidores, o mor das vezes atrás de um divã...
Moral da história: cada um em su sitio!
Sim, porque os analistas não estão na ribalta!
Resta-me, pois, fazer votos de sucesso: que o alla Scala e a sua trouppe voltem a brilhar como outrora!
5 comentários:
(Who?) Quem será? Fiquei cheio de curiosidade.
Eu o vi como Egisto em São Paulo. Não me causou grande impressão - um Loge talvez.
Para já tem cara de Tristão, pois enquadra-se, pelo menos para mim, na facies que me habituaram os seus intérpretes.
Raul
Tem razão Raúl... tem um ar bastante "medieval" :-))
J. Ildefonso.
Já me lembro do Yan Storey!
Tenho uma gravação das "Nozze Istriane" do Smareglia ao vivo de 1999 com ele e a Svetla Vassileva.
A opera é belíssima, uma espécie de Romeu e Julieta do campo numa versão muito Pucciniana, os interpretes são bastante aceitáveis. Melhor ela do que ele! Seja como for os papeis são longos e um pouco pesados, qualquer coisa entre a Bhoéme e a Tosca, vocalmente falando. Presumo que entretanto tenha ganho bastante experiência e resistência. Seja como for é um desconhecido mas não é propiamente um debutante.
J. Ildefonso.
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