terça-feira, 25 de setembro de 2007

Met 2007 - 2008: Noite de Estreia

A segunda temporada da Era Gelb teve início segunda-feira, dia 24, com a mais célebre das Lucias da opera, a de Donizetti.

Finalmente, coube à grande Dessay uma abertura de temporada, na mítica sala do Lincoln Center.

Com alguns incidentes, a noite foi gloriosa, particularmente para a soprano francesa.


(Natalie Dessay, em Lucia di Lammermoor, Ópera da Bastilha, Outubro de 2006)

E, por favor, parem com a cretina polémica do final de cena de loucura sem cadenza!

É bonita, sim senhor, um pouco kitsch até, e fica quase sempre bem. Mas, posto que Donizetti a não criou... não me choca que Natalie Dessay a recuse! Aliás, a senhora sempre fez desta recusa um cavalo de batalha!

É assim - e é se querem! Pronto.


7 comentários:

Anónimo disse...

Perante tal argumento não tenho nada a dizer..é como a velha história do roliço Liccitra (sem ofensa a Bergonzi) que foi proibido por Muti (graças a Deus para Liccitra e para nós! - quem não se recorda, na mesma temporada, em São Carlos) de soltar o Dó de peito no Di quella Pira, no Trovador. Realmente não foi escrita. É, de facto, kitsh. Sim, posso considerá-la pirotecnia pretenciosa...mas faz sentir saudades de Sutherland, Callas e algumas mais (poucas...!). Mas Dessay tem esse direito e, uma vez justificado, tenho mais que a aplaudir! E Dessay não é Callas nem Sutherland e, por conseguinte, deve procurar uma identidade própria, como assim o demonstra.
BRAVA

Filipe

Anónimo disse...

E gostaria de acrescentar, que hoje em dia, já não é tanto a qualidade da coloratura que me atrai na ópera, mas sim a verdade dramática com que se canta. As inflexões e as nuances mais subtis a que os cantores-actores (ou actores-cantores) empregam na sua prestação. Já estou na fase em que me encantam muito mais os pianissimi do que, propriamente, os fortissimi (que, não obstante, também me avassalam). Os legati, os portamenti...todos os sons, expressões de criatividade, que o intérprete se esforça por incluir na sua análise da obra que vivencia.
Se eu tivesse assistido à recita de que nos fala, era isso que eu exigiria à grande Dessay...
Estamos no século XXI...e infelizmente a primeira metade do século passado e até cerca do final dos anos setenta já passaram: a ÉPOCA DE OURO.
Descubramos, então, a beleza das novas Divas e Divos (à excepção do Liccitra - que já devem ter percebido que eu abomino...e não é o único!) na identidade e distanciamento que procuram (JUSTAMENTE!) ter em relação ao passado glorioso...

Filipe

Anónimo disse...

A Dessay é uma grande cantora e também uma grande artista. Para mim, um pouco na linha do que o Filipe disse, o que importa é a qualidade do que canta e o valor dramático que a cantora imprime a todas as notas que canta.
Continuo a saborear o primeiro disco da Dessay que tive, o das arias de concerto de Mozart especialmente a "Alcandro lo confesso" a 1ª aria que Mozart compôs para a sua paixão Aloisa Weber.

J. Ildefonso.

Hugo Santos disse...

Permitam-me uma achega. Relativamente ao dó de peito, nada melhor que recorrer ao próprio Verdi: não tenho nada contra, desde que seja um bom dó. O senhor Licitra nesse Trovador de 2001, emitiu um "não-sei-quê" que até hoje ainda estou para perceber. Estranhíssimo, no minimo.

Il Dissoluto Punito disse...

João,

E o segundo cd de Mozart? O de árias de ópera!?

Anónimo disse...

Olá João.

Não referia-me ao primeiro só com arias de concerto. Acho-o muito belo e delicado cheio de toques muito poéticos.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Salvatore Licitra na versão DVD do Tosca com a Gulegina é, para mim, um excelente Mario, lembrando-me agora de um dos mais belos momentos ao cantar a inicial Ricondita Armonia.
Raul