São já um fait divers as provocações de Katharina Wagner, que por via da provocação procura conquistar o "trono" de Bayreuth.
A estratégia, contudo, afigura-se eficaz. Quanto ao resultado da investida, apenas saberemos algo no final do mês, por ocasião da esperada reunião das cabeças pensantes (?) que dirigem o festival.
Provocadora ou não, acho graça à concepção da encenadora sobre Hans Sachs, habitualmente retratado como "certinho e bem comportado". Por que não perverter a coisa?
«Es, en general, el tratamiento del personaje de Sachs por la biznieta de Wagner lo que rompe todos los esquemas. Para Richard, era casi un álter ego, que compendia su mensaje positivo en una obra que trata de la lucha del arte nuevo por abrirse camino entre lo viejo. Para Khatarina, Sachs es un cooperador del sistema opresivo, un fumador empedernido y grafómano que recuerda curiosamente a Günter Grass, aunque "tampoco principalmente, porque son muchos los intelectuales liberales que con el tiempo se han vuelto muy conservadores". Otro personaje, Beckmesser, un oscuro funcionario que plagia y trampea para ganar el concurso de canto, encarna, en cambio, las fuerzas renovadoras.»
Aqui para nós, a motivação mais profunda da jovem tem matéria interessante para os psicanalistas: romper com o pai-todo-poderoso-criador... desidealizando-o, apenas e só! Ainda assim, algo que os descendentes mais directos não ousaram.
Et pourtant, Wagner continua magistral, como criador. Quanto ao resto, é irrelevante, no que à história da música diz respeito.
Os que se interessam por retratar e sublinhar o lado canalha de Wagner, que vejam (e revejam) Ludwig, por exemplo. Não façam é como os que o idealizam, entregando-se à clivagem, pois Wagner era - por certo -, entre muitas outras coisas, um "filho-da-mãe", como tantos outros.
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