Esta manhã, acordei com uma sms estranha: o Raul comunicou-me o falecimento de Régine CRESPIN. Minutos depois, seguiu-se outra mensagem (da mesma fonte), questionando a veracidade da má nova.
Por momentos, respirei de alivio.
Infelizmente, caro Raul, tinha razão a primeira nova: elle s’est éteinte mercredi soir, à Paris.
Nunca fui grande admirador da Senhora, até ao dia em que escutei a sua Brünnhilde - seguramente a mais lírica de todas -, para não mencionar a elegante e altaneira Sieglinde. Em Wagner, Crespin triunfou, ainda, como Elsa e – sobretudo – Kundry, que Wieland Wagner enalteceu.
Consta que no repertório francês – Berlioz, n'Os Troianos, nomeadamente – era emblemática.
Paralelamente, graças à sua versatilidade, alternava o repertório lírico puro – Marechala – com o spinto – Leonora (O Trovador) e com o dramático italiano – Tosca.
Regresso a Wagner – o meu território preferido para a grande soprano francesa -, para recomendar duas antologias:
(n' A Valquíria de Von Karajan - à esquerda -, Crespin interpreta Brünnhilde, enquanto que na de Solti - à direita -, Régine Crespin veste a pela de Sieglinde)
Termino com os sucintos (por ora, espero!) testemunhos do Le Fígaro e The New York Times deste trágico desaparecimento, não sem antes sublinhar a circunstância de a imprensa francesa se escusar a redigir uma linha de homenagem a Beverly Sills, também ela desaparecida esta semana (como aqui se noticiou)!
Pura sobranceria, ignorância lamentável ou simples desrespeito?
O artigo de homenagem do The New York Times a Régine Crespin, além de uma bofetada de luva branca na imprensa francesa, é revelador da supremacia do jornal americano, que se projecta à escala planetária, contrariamente à semi-europeia presse française, vítima de uma petulância pequenina (e não imagina o leitor o quanto me custa esta verdade, dado que sou assumidamente francófono...).
Au revoir, Chère Dame Régine Crespin...
Por momentos, respirei de alivio.
Infelizmente, caro Raul, tinha razão a primeira nova: elle s’est éteinte mercredi soir, à Paris.
Nunca fui grande admirador da Senhora, até ao dia em que escutei a sua Brünnhilde - seguramente a mais lírica de todas -, para não mencionar a elegante e altaneira Sieglinde. Em Wagner, Crespin triunfou, ainda, como Elsa e – sobretudo – Kundry, que Wieland Wagner enalteceu.
Consta que no repertório francês – Berlioz, n'Os Troianos, nomeadamente – era emblemática.
Paralelamente, graças à sua versatilidade, alternava o repertório lírico puro – Marechala – com o spinto – Leonora (O Trovador) e com o dramático italiano – Tosca.
Regresso a Wagner – o meu território preferido para a grande soprano francesa -, para recomendar duas antologias:
(n' A Valquíria de Von Karajan - à esquerda -, Crespin interpreta Brünnhilde, enquanto que na de Solti - à direita -, Régine Crespin veste a pela de Sieglinde)
Há bem pouco tempo, por ocasião do seu 80º aniversário, a EMI editou esta colectânea, que apenas se encontra disponível em território francês (ou aqui, em alternativa):
Termino com os sucintos (por ora, espero!) testemunhos do Le Fígaro e The New York Times deste trágico desaparecimento, não sem antes sublinhar a circunstância de a imprensa francesa se escusar a redigir uma linha de homenagem a Beverly Sills, também ela desaparecida esta semana (como aqui se noticiou)!
Pura sobranceria, ignorância lamentável ou simples desrespeito?
O artigo de homenagem do The New York Times a Régine Crespin, além de uma bofetada de luva branca na imprensa francesa, é revelador da supremacia do jornal americano, que se projecta à escala planetária, contrariamente à semi-europeia presse française, vítima de uma petulância pequenina (e não imagina o leitor o quanto me custa esta verdade, dado que sou assumidamente francófono...).
Au revoir, Chère Dame Régine Crespin...
2 comentários:
De manhã telefonaram-me (sabendo-me um incondicional da CRESPIN)para dar a fatídica notícia. A fonte era a rádio. Corro para a net e abro o site do Le Monde e nada vejo. Daí a minha dúvida. Por fim o Le Figaro confirma-me´o óbito da grande Regine.
Raul
Régine Crespin foi a maior cantora francesa do século XX. Dotada de uma versatilidade só comparável à Los Angeles, li algures que podia cantar em 12 ideomas diferentes. E foi essa versatilidade que a fez afirmar que ao contrário da Schwarzkopf e da Tebaldi, ela, Régine, tinha triunfado respectivamente na Alemanha, cantando Wagner e na Itália cantando ópera italiana,enquanto que aquelas cantoras nunca tinham triunfado em França cantando opera francesa. E isto até é bem verdade.
Da sua prateleira de sopranos só restam vivas a Sutherland, um ano mais velha, e a Price, da mesma idade.
A Crespin, cuja presença em palco era magnética, emanava um charme bem francês que arrebatava os seus fãs, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde era adorada, daí a razão de tão largo elogio do New York Times.
Dela possua a Sieglinde, a Cassandra, a Dulcinea,a Carmen, a Marechala e a Perichole, para além das fabulosas Nuits d'Été. Possuo também estes CDs de árias referidos no post, para além de outro da DEcca. Tudo são joias.
Tudo o que a Crespin cantava se ouvia, sílaba por sílaba e no mais lindo francês que há gravado.
Raul
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