sábado, 23 de junho de 2007

Lucia Di Lammermoor by DN

Esta semana, o volume nº 17 da Colecção OS CLÁSSICOS DA ÓPERA - 400 ANOS, é consagrado à obra mais emblemática de G. Donizetti: Lucia Di Lammermoor.

O elenco é superlativo, sendo encabeçado por Scotto, Pavarotti e Cappuccilli.

Em minha opinião, Scotto pertence à crème de la crème das intérpretes do papel titular desta mesma ópera, lado a lado com Caballé, Anderson e Dessay.

Em abono da verdade, há que colocar a Callas e Sutherland uns pontitos acima...

Quanto a Gencer, Sills, Moffo, Peters and so on, com o devido respeito, não ficarão na história.

Eis a(s) verdadeira(s) identidade(s) desta interpretação de Lucia, que data de 1967:


17 comentários:

Aporias disse...

Uma das minhas preferidas, até porque gostei imenso de ler o livro de Walter Scott era eu menina e moça, já lá vão muitos e longos anos ;)

Hugo Santos disse...

Peço licença para me introduzir uma vez mais na discussão. A Scotto é, pelo menos, tão boa dramaticamente como a Sutherland. A Callas é a Callas, capaz de caracterizações de profundidades insuspeitas. A Beverly Sills é outra das grandes neste papel. Também aprecio muitíssimo a Anna Moffo. Quanto à Leyla Gencer admiro, para além da atenção com o texto, a forma como aclarava a voz para o papel, longe das suas incursões mais 'dramáticas' como a Aida ou a Lady Macbeth.

Il Dissoluto Punito disse...

Hugo,

Neste espaço, não há necessidade de pretextos para entrar! Participe, sempre que achar oportuno.

Il Dissoluto Punito disse...

Helena,

Falando em Menina e Moça... recordou-me Bernardim Ribeiro... que nada tem que ver com a W. Scott.

Bernardim Ribeiro deu-me cabo da cabeça, nos idos 16 anos, tendo sido decisivo na minha não - opção pela literatura portuguesa.

Mudei de rumo, optando por tratar da cabeça - que não andava nada bem ;-)

Anónimo disse...

Fui «criado» com um LP da Lucia pela Scotto. A gravação era da Cetra e o elenco não podia ser melhor: Scotto, di Stefano e Bastianini dirigidos, se não estou em erro, pelo Gavazzeni. Estou a falar dos finais dos anos sessenta e da gravação lembro-me da perfeição belcantista da Scotto, do ardor do di Stefano e da grande voz do Bastianini. Lembro-me bem do sexteto, onde a voz do Bastianini se sobrepunha imponente e em vão tenho tentado exemplo semelhante em outra qualquer gravação.
Renata Scotto, que eu vi no apogeu da carreira na Butterfly, que foi a minha primeira experiência de ópera, na Sonâmbula e na Traviata, foi uma excepcional cantora e uma intérprete sublime. A sua técnica belcantista era perfeita e pô-la ao serviço da interpretação, não se importando de arriscar muitas notas longe do reino da Beleza, mas, tal como a Callas, servindo o cénico-vocal. Do mesmo modo podemos falar de uma sintaxe de canto na Scotto na linha da Callas. Não é por acaso que a Callas tinha uma grande admiração pela Scotto. O único problema da Scotto era fora da música e tinha a ver com o seu feitio muito difícil a ponto de a Itália «despachá-la» para a América.
Raul

Anónimo disse...

Conheço a gravação em questão e posso recomendar sem nenhum tipo de reservas. Nunca a voz da Scotto foi tão bela. Já tinha perdido o timbre um pouco ácido nos agudos que a tinha caracterizado em iníco de carreira e ainda não tinha ganho o vibrato largo que a viria a caracterizar logo depois fruto dum reportório cada vez mais pesado e pouco adequado à sua voz aristocrática e delicada. Vocalmente devia ter evitado essa mudança mas talvez artisticamente fosse inevitável..... para uma interprete tão ambiciosa.

J. Ildefonso.

Aporias disse...

Pois, fez muito bem ;) também pensei nessa obra, mas "As viagens na minha terra de Almeida Garrett" também não eram mesmo nada entendiantes ;)

Anónimo disse...

Como já disse, a minha cultura musical em nada se assemelha às de alguns dos participantes habituais neste espaço. Contudo, pude já contactar com quatro Lucias: duas da Sutherland (1962 e 198..., no MET), a Scotto (a presente versão) e a Callas (1955). São todas diferentes e empolgantes à sua maneira. Sutherland, principalmente na primeira, impressiona pelo timbre redondo e o virtuosismo da técnica de coluratura e registo agudo. Mas a que mais me emociona e empolga é, sem dúvida a gravação de 1955 de Callas, pela verdade, pela maravilhosa condução de Karajan, pelo restante elenco (Bravo di Stefano).

Filipe

Anónimo disse...

A dupla Callas / Karajan é, de facto, um milagre. Tudo começa logo na ária do primeiro acto, que eu vou visitar muitas vezes.
Pessoalmente tanto a Sutherland como a Scotto são as grandes Lucias depois da Callas. Gosto particularmente da Moffo e não suporto a Roberta Peters.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

As semelhanças com a Callas iam muito além das artísticas, não é!

Il Dissoluto Punito disse...

João,

Pelo menos, a Senhora Scotto ariscou!

Il Dissoluto Punito disse...

Helena,

E se eu lhe disser que fui o único dos meus amigos e colegas a apreciar (e muito) as ditas viagens?! Acredita?
Pior: devorei o Eurico, o Presbitro, do Herculano

Il Dissoluto Punito disse...

Filipe,

Experimente a última da Callas - 59, se não me engano. Vale pela dramatização da senhora. O vibrato já era incómodo e os restantes intérpretes são medianos...

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Não mencionou a Sills...
(estou a meter-me consigo ;-))

Anónimo disse...

João, passando mais ao meu «campo profissional», A Menina e Moça é uma grande peça literária, tão notável no fim de Idade Média, tratando-se de uma elegia em prosa tão tocante. As Viagens sempre achei que necessitavem de um leitor mais maduro, mas estamos perante uma obra-prima.Quando ensinei literatura no Secundario 1978-1986)foi sempre o meu grande esforço foi tornar aquela leitura apetecível. Era uma tarefa muito difícil e algumas vezes inglória. Quantoa ao Eurico, quando o li, também o devorei. Há cenas de dimensão épica, dignas de uma ópera. Parece-me que há qualquer coisa feita: será uma questão de ir à internet.
Raul
Raul

Anónimo disse...

A segunda Lucia da Callas em estúdio é fraca, talvez a mais dispensável gravação da Callas juntamente com a segunda Tosca. É, no entanto, interessante a fabulosa interpretação dramática da Cena da Loucura e como é possível ouvi-la, quando a voz é um fio e as coloraturas são mais do domínio do «parlato» do que do «canto»
Raul
Raul

Anónimo disse...

João, a Sills mai per pietá.
Raul