O soprano dramático - Isolda, Brunnhilde, Elektra, Turandot - tem como principal atributo o volume vocal.
A voz tem de ser grande e ampla, penetrante e densa. Requer-se robustez e envergadura físicas.
Raramente encontramos um timbre sedutor num soprano dramático - Flagstad é uma excepção!
O mor das vezes, dada a natureza das exigências descritas, esta categoria de sopranos peca pela bestialidade da compleição física...
Uma excepção? Apenas me ocorre Gwyneth Jones, seguramente o mais belo soprano dramático que alguma vez conheci.
Tanto quanto sei, foi a última Brunnhilde do século XX (vide Das Ring, segundo Boulez / Chéreau, em dvd, de preferência) e uma colossal Turandot. Nos anos 1990, em declínio, sem grande sucesso - ao que sei... - foi Isolde e uma extraordinária Elektra.
A voz tem de ser grande e ampla, penetrante e densa. Requer-se robustez e envergadura físicas.
Raramente encontramos um timbre sedutor num soprano dramático - Flagstad é uma excepção!
O mor das vezes, dada a natureza das exigências descritas, esta categoria de sopranos peca pela bestialidade da compleição física...
Uma excepção? Apenas me ocorre Gwyneth Jones, seguramente o mais belo soprano dramático que alguma vez conheci.
Tanto quanto sei, foi a última Brunnhilde do século XX (vide Das Ring, segundo Boulez / Chéreau, em dvd, de preferência) e uma colossal Turandot. Nos anos 1990, em declínio, sem grande sucesso - ao que sei... - foi Isolde e uma extraordinária Elektra.
19 comentários:
Tem toda a razão.
Tive oportunidade, há muitos anos, de assistir a um seu recital na Aula Magna e fascinou-me.
Já a conhecia do "Anel" de Boulez, mas ao vivo, era extraordinária. E muito bonita, apesar de já não ser jovem.
Há pouco tempo comprei, em DVD, a "Mahagonny" de Kurt Weill expressamente por causa dela...e foi quase penoso ver...
Nestas coisas da ópera, como em tudo na vida, há que saber quando nos devemos retirar...
Sem dúvida uma grande soprano.
Uma versão em vídeo de uma Turandot, no Covent Garden, ao lado de Franco Bonisolli, marcou-me. Igualmenta sua Elisabete e Vênus, na produção de Bayreuth.
Entao e a Jeannine Altmeyer ? Nao se pode dizer que seja propriamente um mostrengo.
http://www.mild-und-leise.de/Saengerinnen/Altmeyer_Jeannine.htm
Também eu estive presente nesse fabuloso recital da Aula Magna só possível dado o potencial vocal de G. Jones. Cantar como extra o In questa reggia é único.
João, tem toda a razão: G. Jones, hoje com sessenta e muitos, foi uma mulher lindíssima, muito sensual, como poucas, transparecendo uma enorme feminilidade.
Como artista, foi a melhor wagneriana do seu tempo, não tendo no tempo presente quem lhe tivesse ocupado o lugar.
Artista muito versátil (Tosca, Elisabeth, Desdémona, Elektra,...) deixou inúmeras gravações em estúdio e ao vivo.
Aconselho todos os leitores deste blogue a irem ao youtube.com e visionarem o confronto brutal Elektra/Klytmnestra onde esta grande cantora canta com outra tão grande como ela:Leonie Ryzanek.
A cena é esmagadora.
Raul
José Augusto,
O Raul - um dos maiores frequentadores deste blog - já me havia falado desse concerto, na Aula Magna ;-)
Leporello,
No post, falei apenas de sopranos dramáticos puros! A Belíssima Altmeyer - a Sieglinde de Boulez - é mais lírico-dramático (estilo Mattila), a meu ver.
José Carlos,
Que inveja! Vê-la ao vivo no Turandot...
Raul,
Já havia visto a Diva no Turandot, live from Covent Garden, mas em concerto... Vou fazer-lhe uma surpresa, num post futuro, para muito, muito breve... ;-)))
E...não se esqueçam do fabuloso "Cavaleiro da Rosa" com ela, a Fassbaender e a Popp.
Tenho em DVD.
E que tal uma fotografia autografada por ela que eu tenho?
Se pedirem muito, ponho aqui.
Caro co-bloguer J. A. Soares,
E por que não? Visualizar uma fotografia autografada da G. Jones é sempre um prazer. Que pena eu não ter feito o mesmo naquele que foi talvez o melhor recital de uma cantora a solo que vi na minha vida. Na altura foi capa da revista do Expresso, referida no noticiário da televisão (bons tempos!) e a crítica fez justiça ao extraordinário evento comparando-a a uma deusa do Olimpo. Nesse mesmo ano e a propósito, veio cá e eu fui ver a Valquíria com a Altmeyer na Brunilde e a grande Yvonne Minton na Fricka.
O espectáculo foi no Coliseu e, parece-me, mas não tenho a certeza, não pertencia à programação da temporada.
Raul
Eu também tenho uma fotografia autografada da G. Jones:-))
J. Ildefonso.
João Ildefonso,
Dada a minha idade e a ser nos meus "teens" muito "descarado", eu tenho autógrafos em fotografia de, entre outros, a Cossoto, a Caballé, o Krauss, a Scotto, o Bruscantini, a Suliotis,... e no programa, do Tito Gobbi, do Boris Cristoff, do Corelli, do Corelli, da Stella, da Barbieri e muitos mais. Vi a Nilsson em 1976 e estupidamente não lhe pedi um autógrafo.
Raul
O Corelli:-))) posso ser muito parolo.... mas gostava tanto de tê-lo ouvido. Que sorte Raúl.
Eu dos mais antigos vi a Scotto, de los angeles, kraus, Gedda e a Freni e valeu sempre a pena!
J. Ildefonso.
Vi o Corelli já perto dos cinquente e na Carmen. Para espanto do público cantou a ária do segundo acto em italiano.
Outro cantor do qual tenho o autógrafo é o Bergonzi que vi na Giocoda, Aida, Os Lombardos e Força do Destino.
Raul
O Raúl viu o Bergonzi na Força do Destino? Aonde? Quem era a Leonora?
J. Ildefonso.
P.S.- Raúl lamento muito não ter estado disponivel para o café no Chiado. Se ainda estiver disponivel e desjar marcar uma outra data regressei a Lisboa ontem. Caso contrário espero vir a ser alvo de outros convites:-))
José Augusto,
Conheço vagamente O Cavaleiro da Rosa de que fala. Mas, não é das ópera que mais aprecie...
Quanto ao autografo, venha lá ele! Estou em pulgas para ver a caligrafia - ah ah !! - da Jones ;-)
João Ildefonso,
Vi o Bergonzi em 1976 na Forza do Destino no Coliseu dos Recreios. O soprano era a Ilva Ligabue, muito presente nos festivais de Aix e que á a Alice Ford no Falstaff do Diskau/Bernstein e Bacquier/Solti.
Tinha uma voz muito boa, dominando o canto verdiano e mozartiano. Existe um excelente Requiem de Verdi dirigido pelo Giulini em DVD, onde ela canta a parte de soprano.
Raul
P.S.
O encontro fica para Junho, pois já estou noutras paragens. Por agora só o posso convidar para esta cidade, onde existe uma casa que tem uma cedoteca cheia de música de que gosta.
Muito obrigado Raul é muito gentil:-)
A Ligabue conheço-a dum Ernani ao vivo com o Corelli onde se destaca pela perfeição do canto e pela musicalidade. Hoje em dia não teria rival em 1976 era uma entre muitas!
J. Ildefonso.
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