Dr. House é uma série americana, de estrutura rígida e altamente previsível: a acção gira em torno de um médico sabichão, excêntrico e irascível, que dirige uma equipa médica, a quem são entregues os casos de difícil diagnóstico.
Até aqui, nada de novo!
A clínica (incluindo a psicanalítica...) está saturada de super-homens, que tudo diagnosticam e tudo curam...
Na série, é sobretudo a dimensão omnisciente do clínico que se destaca.
Com maior ou menor dificuldade, o olho clínico de House não falha, nunca.
Paradoxalmente, o que mais aprecio na figura do Dr. sui generis é a sua falha.
House padece de uma maleita que lhe provoca uma intensa dor na perna direita, razão pela qual coxeia.
Não fora a falha da perna, dir-se-ia que o médico bordejava a perfeição...
A perna imperfeita - que mais não é do que a marca humanizante da castração, na sua acepção simbólica, tal como Freud a descreveu -, espantosamente, permite que House aceda ao reino da neurose: o destino do neurótico, invariavelmente, passa pelo reconhecimento da sua imperfeição, da sua falha.
É a falha que humaniza e estrutura o psiquismo mais elaborado.
A assunção da falha - o destino de todos nós - encontra-se, pois, nos antípodas da omnisciência e da perfeição tirana, sendo que estas formam uma equação.
Até aqui, nada de novo!
A clínica (incluindo a psicanalítica...) está saturada de super-homens, que tudo diagnosticam e tudo curam...
Na série, é sobretudo a dimensão omnisciente do clínico que se destaca.
Com maior ou menor dificuldade, o olho clínico de House não falha, nunca.
Paradoxalmente, o que mais aprecio na figura do Dr. sui generis é a sua falha.
House padece de uma maleita que lhe provoca uma intensa dor na perna direita, razão pela qual coxeia.
Não fora a falha da perna, dir-se-ia que o médico bordejava a perfeição...
A perna imperfeita - que mais não é do que a marca humanizante da castração, na sua acepção simbólica, tal como Freud a descreveu -, espantosamente, permite que House aceda ao reino da neurose: o destino do neurótico, invariavelmente, passa pelo reconhecimento da sua imperfeição, da sua falha.
É a falha que humaniza e estrutura o psiquismo mais elaborado.
A assunção da falha - o destino de todos nós - encontra-se, pois, nos antípodas da omnisciência e da perfeição tirana, sendo que estas formam uma equação.
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