segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Encenações VICKtoriosas

Se é verdade que interpretar é recriar, encenar é revitalizar.

Glyndebourne tem dois grandes amores: Rossini e Graham Vick

Pela parte que me toca, apesar de, em doses (muito) moderadas, apreciar um certo Rossini, Graham Vick fascina-me!

O que mais aprecio no trabalho de Vick é a sua inquestionável afinidade com a noção de eficácia: com o mínimo, faz o máximo.

Longe do feérico - Zeffireli -, embora capaz de representar o festivo, avesso ao minimalismo cénico, ortodoxo e depurado - Wilson -, Vick surpreende, sempre, sempre, à semelhança de Bondy.

Refiro-me explicitamente às produções de Ermione (1995) e Lulu (1996), ambas apresentadas no Glyndebourne Festival Opera.

Qual delas a mais recomendável!!!


(WARNER MUSIC VISION 0630-14012-2)


(WARNER MUSIC VISION 0630-15533-2)

Plasticamente muito diferentes, as duas produções são filhas do mesmo pai: 100% eficazes, explorando com notável inteligência os comedidos recursos (sobretudo em Lulu).

É certo que em Ermione há luxo e requinte, mas com inquestionável contenção e recato.

Em ambos os casos, o fito é um só: representar a versatilidade, apoiando-se, apenas, em escassos dispositivos.

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