Em estado de choque, tenho a infelicidade de comunicar o desaparecimento de uma das maiores lendas da lírica, La Schwarzkopf.
Mozartiana (Donna Elvira, Condessa, Fiordiligi) e Straussiana absoluta (Marechala, Ariadne - em áudio, apenas -, Madeleine - Capriccio), com a sua dicção aristocrática, brilhou ainda como intérprete de lieder (Strauss, Wolf e Schubert, entre muitos outros) e de oratória (Bach e Handel).
Pessoalmente, considero que interpretou os Vier Letzte Lieder, de Richard Strauss, como ninguém (1967). Incontestavelmente.
É o seu maior legado, pela melancolia, pela poesia, pela delicadeza, pela seriedade, pela elegância...
Há muito que temia este desaparecimento, dada a avançada idade da Senhora.
Paz à sua alma.
ps oportunamente - em jeito de elaboração desta perda -, prometo uma resenha da sua discografia
Mozartiana (Donna Elvira, Condessa, Fiordiligi) e Straussiana absoluta (Marechala, Ariadne - em áudio, apenas -, Madeleine - Capriccio), com a sua dicção aristocrática, brilhou ainda como intérprete de lieder (Strauss, Wolf e Schubert, entre muitos outros) e de oratória (Bach e Handel).
Pessoalmente, considero que interpretou os Vier Letzte Lieder, de Richard Strauss, como ninguém (1967). Incontestavelmente.
É o seu maior legado, pela melancolia, pela poesia, pela delicadeza, pela seriedade, pela elegância...
Há muito que temia este desaparecimento, dada a avançada idade da Senhora.
Paz à sua alma.
ps oportunamente - em jeito de elaboração desta perda -, prometo uma resenha da sua discografia
2 comentários:
Ao voltar após um mês e tendo recebido, através internet, esta já esperada notícia, como muito logicamente diz o João, quero aqui expressar o profundo "arrepio" que me causou a sua leitura. No isolamento da cidade dos Ming, procurei através do que os jornais disponibilizam na net tudo o que dizia respeito à Schwarzkopf.
S sua morte representará talvez uma época que se desvaneceu. Agora dos grandes vivos está a Simionato ( nascida 1910) e o Diskau (1924).
Elisabeth Schwarzkopf foi a maior intérprete de Mozart e de algum Strauss. Eu não encontro na história das gravações operáticas uma análise tão profunda e subtil de um papel operático como o da Marchallin do Cavaleiro da Rosa. Ela foi também a intérprete consumada de lied , tão excelente como o foi Lotte Lehmann. Ela foi juntamente com a Callas a cantora mais influente do século XX com a diferença de que para a grega é preciso ter génio e só funciona como inspiração, e a segunda dá a possibilidade de que, se houver material, ele pode ser modelado e trabalhado em proveito da arte.
Sem a Schwarzkopf e a sua arte não sei se hoje teríamos a tão excelente colecção de grandes cantoras de lied, inimaginável no pós-Schwarzkopf. Houve grandes (Lehmann, Elisabeth Schumann,...), mas o seu valor não passou aos outros; a Schwarzkopf foi grande como estas duas, mas a sua arte propagou-se.
O nome Schwarzkopf ficará para sempre na história da interpretação lírica do século XX.
Raul
Raul,
Enfim o meu mais fiel leitor está de volta! Já sentia a falta dos seus comentários!
Quanta emoção na homenagem à Schwarzkopf! Concordo consigo, em quase tuso ;-)
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