A razão de ser deste post prende-se com a preciosidade do artigo em questão, que brilhará - certamente - por ser inusitado!
Nos anos 1960, pelas sábias mãos de Klemper e Bohm, a grande mezzo Christa Ludwig interpretou, em estúdio e em cena (vide, respectivamente, Fidelio e Der Rosenkavalier), alguns papéis de soprano, com um sucesso tremendo.
Este registo, que a EMI ora inclui, no âmbito da colecção Great Recordings of The Century, constitui um "plus", na linha do que afirmámos, pois Ludwig apropria um repertório habitualmente atribuído a sopranos - Wesendonck Lieder, Isoldes Liebestod (Trsitan und Isolde), além da grande ária de Leonora (Fidelio).
Anos mais tarde, desde a década de 1970, fixou-se definitivamente no registo mezzo, fazendo aqui e ali incursões no domínio soprano, incursões essas habituais nas cantoras do seu registo - Donna Elvira, de Don Giovanni, por exemplo.
1 comentário:
Nas suas memórias -- uma lição para quem quiser escrever um livro deste tipo -- ela refere a insistência de Karl Bohm para que cantasse a Brunilde da Valquíria e a Elektra, tendo gravado inclusivamente a Cena do Reconhecimento com Walter Berry, o seu marido de então. Mas fora isto optou, e muito bem, por cantar o registo mezzo, perservando até aos sessenta e tal (eu ví-a já nessa idade em 1990 em "lied", cantando por exemplo o "Morgen" que nos deixou de tal modo hipnotizados que as palmas rebentaram a custo)essa voz a quem muitos, e com os quais eu partilho a opinião, consideram o melhor e mais completo mezzo so século XX.
Estas gravações, excluindo a do Fidélio, aparecem numa das minhas preciosidades: Les introuvables de Christa Ludwig (Emi,4CD)
CMS 7 64074 2.
Raul
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