Pelo que consta, a nova produção de Parsifal, no Met, não gorou as expectativas.
Pela parte que me toca, foi na mítica sala nova-iorquina que assisti à mais extraordinária leitura da dita ópera de Wagner.
À época, Domingo incandesceu e Urmana inebriou...
Desta feita, é Heppner - il heldentenorissimo - e Meier - a maior cantora wagneriana do momento (ora soprano, ora mezzo, acima de qualquer categoria!), ex-equo com Stemme.
By the way, a GRAMOPHONE de Maio, que tive ocasião de folhear esta tarde, tece um rasgado elogio ao Parsifal de Thielemann (de que aqui falei), justamente com Domingo e Meier nos papeis titulares.
Fiquei (ainda) mais excitado com a nova...
Contudo, devo dizer que, em matéria de registos áudio, desde as soberanas interpretações da mesma ópera, a cargo de Kna (1951 e 1962), nada foi acrescentado à mais mística de todas as criações líricas...
Ver-se-á...
Pela parte que me toca, foi na mítica sala nova-iorquina que assisti à mais extraordinária leitura da dita ópera de Wagner.
À época, Domingo incandesceu e Urmana inebriou...
Desta feita, é Heppner - il heldentenorissimo - e Meier - a maior cantora wagneriana do momento (ora soprano, ora mezzo, acima de qualquer categoria!), ex-equo com Stemme.
By the way, a GRAMOPHONE de Maio, que tive ocasião de folhear esta tarde, tece um rasgado elogio ao Parsifal de Thielemann (de que aqui falei), justamente com Domingo e Meier nos papeis titulares.
Fiquei (ainda) mais excitado com a nova...
Contudo, devo dizer que, em matéria de registos áudio, desde as soberanas interpretações da mesma ópera, a cargo de Kna (1951 e 1962), nada foi acrescentado à mais mística de todas as criações líricas...
Ver-se-á...
22 comentários:
E não só. Na edição de Junho esta gravação faz parte dos "10 top choise" do editor. Na "mouche", João :)
Raul
Raul,
Está a falar da mesma revista, I presume...
A Gramophone, certamente. Comprei-a (reservo-a todos os meses)hoje juntamente com um dvd da Ermione de Rossini do Festival de Glyndebourne (1995). A edição deste mês dá um grande destaque ao Valery Gergiev, que considera o maestro que actualmente exerce maior influência (?) em todo o mundo e que será o próximo director da Filarmónica de Londres. E a propósito do Gergiev. O João não tem a Sagração da Primavera por ele ? Se não tem, "corra" a comprá-la. Foi conduzindo uma orquestra russa (não me lembro agora o nome) que eu vi aquele que eu considero o melhor concerto que vi na minha vida. O Gergiev dirigiu a segunda de Mahler. Nesse ano de Graça vi a Dama de Espadas, ópera de que gosto muito, em que ele era o maestro e as cantoras eram nem mais nem menos a Gorchakova e a Borodina.
Raul
Caro Raúl.
Comprou a Ermione? Fez muitíssimo bem. É uma excelente Opera indevidamente negligenciada... Convenhamos que também não é fácil encontrar os interpretes adequados. Seja como for o Raúl vai muito bem servido com a gravação de Glyndbourne, boa produção, bons cantores e excelente protagonista a obscura Ana Caterina Antonacci que é uma artista notável.
Diga-me depois o seu parecer.
J. Ildefonso.
Caro J. Ildefonso,
Mas eu já tenho há mais de 10 anos os cds da Erato dirigido pelo Claude Scimone, que dirige uma, digamos, boa Ermione, a Cecilia Gasdia, e um resto de elenco em que se destacam os tenores.
Eu depois digo a minha opinião sobre esta Ermione, mas adianto que fui levado pela Gramophone que no mês passado fez da Antonacci capa de revista, entrevistou-a, pô-la nos píncaros, arriscando o comentário que "today was the best actress after Callas".
Raul
Caro J. Ildefonso,
Já vi a Ermione do Festival de Glyndebourne e é uma aquisição muito recomendável.
Visualmente a encenação é um prazer para os sentidos, muito bem resolvida, os que vêem e os que agem, conserva-se a dignidade da matéria épica (são heróis que vemos em palco), e a representação é perfeita, destacando-se a Antonacci, que é sublime no rosto, na sua máscara trágica, e nos gestos. Agora começo a compreender o elogio da Gramophone.
Quanto ao canto, tudo está perfeito, sem nada de extraordinário. Para mim o melhor canto vem da personagem Pirro, cantada por Jorge Lopez-Yanes (quem é?), superior nesta récita ao Bruce Ford, que é um tenor ligeiro muitíssimo bom no reportório rossiniano. E quem é o terceiro tenor-ligeiro, Paul Austin Kelly, que igualmente canta tão bem. As senhoras, ambas muito bonitas e cheias de classe, própria de semi-deusas, tem um canto perfeito, mas a ambas um bocadinho mais de volume tornavaesse canto perfeito. A Antonacci dá a sensação que canta no limite. A Cecilia Gasdia na versão da Erato é superior.
Embora com estas reservas, repito que acho que fiz uma boa aquisição.
Raul
Caro Raúl.
O Paul Austin Kelly grava essencialmente para a Opera Rara e realmente é muito bom, o outro tenor desapareceu sem deixar rastro! A Antonacci é uma excelente artista se bem que tenha um tipo de voz entre o soprano e o meio-soprano peculiar tal como um timbre um pouco ingrato. Inicialmente cantou basicamente Rossini e em Itália. Lembro-me dela novíssima ainda, com o Florez numa gravação da Nina do Pasiello dirigida pelo Muti. Depois mudou-se para Paris onde canta regularmente. Dessa fase mais recente destaco o d.v.d. dos Troianos dirigido pelo Gardiner que talvez seja o seu melhor papel até o momento. Sei Também que cantou recentemente com sucesso a Medeia do Cherubini.
A Gasdia... Ah! Há tanto tempo que não ouvia falar dela.... Não sei se concorda comigo, tinha uma voz pequena mas muito extensa, um timbre um pouco árido, para ser generoso, mas uma técnica diabólica e um temperamento tempestuoso.... Ou seria uma técnica tempestuosa e um temperamento diabólico? Não sei! Mas enchia-me as medidas e recitou/cantou a aria final da Armida do Rossini como niguém.
J. Ildefonso.
Curioso falarmos de Rossini a despropósito duma nova gravação de Wagner!
J. Ildefonso.
Caro J. Ildefonso,
Concordo consigo inteiramente a propósito da Cecília Gasdia, que também tenho na Zelmira e que está muito bem. Vejo que não discorda no essencial em relação à Antonnaci.
Começar por Wagner e passar para Rossini faz-me lembrar o célebre texto de Wagner onde ele fala da sua visita a Paris a casa de Rossini, que ele, Wagner, considerava o único compositor de génio a viver em Paris. Esta conversa ficou muito célebre por ser um encontro entre estes dois, mas principalmente porque neste depoimento Wagner relata o que Rossini lhe conta do encontro que teve com Beethoven, um homem já então diminuído nas suas capacidades físicas (surdez), mas o Génio. Todo o relato de Wagner, uma segunda instância de Rossini, é de total veneração para com Beethoven. Outra coisa não seria de esperar !
Um abraço
Raul
Não aguento. Tenho de contar e vai ser aqui. Há coisas que acontecem...
Ontem tive um pequeno problema: uma moto bateu-me, fui para a polícia, blá blá, ...tudo acabou bem, embora perdesse quatro horas. Mas não é isso. É outra coisa que é inacreditável. O que foi ? Entro na polícia e aparco o meu carro num pequeno parque de estacionamento a fim de prestar depoimento. Acreditam que um carro que pouco depois também estacionou nesse parque, acabou batendo no meu carro parado. Quando me vêm dizer eu só comentei "Não pode ser verdade !"
Raul
Caro Raúl.
Da Gasdia também tenho Vivaldi "avulso", as referidas Ermione e Zelmira ( que horrível corte tem a Zelmira no final do 1ª acto que passa do 1º c.d. para o 2º.... muito desagradável, seria de esperar mais engenho da Erato!), e uma excelente Armida com o Chris Merrit em grande forma. Tudo muito ridículo e muito lúdico.... nada que possa interessar o amável dissoluto punito..... mas capaz de proporcionar um bom serão.
Grande maçada tudo o que contou... Lamento. 1 abraço.
J. Ildefonso.
Caro Raúl.
A propósito duma antiga querela sobre o D. Giovanni do Achim Freyer do S. Carlos de Lisboa. Foi reposto em Strasburg com o Laurent Naouri no papel titular com criticas muito elogiosas. Pode ser que surga uma gravação d.v.d. e tenha oportunidade de rever as suas impressões originais.
J. Ildefonso.
J. Ildefonso,
Está a falar daquela encenação do Don Giovanni que vi no S. Carlos e de que eu não gostei ?
Raul
Raul,
Stravinsky, para min, é sinónimo de Boulez... Perdoe-me a francofonite! Quanto à parelha Gorschakova-Borodina... A inveja é motivada pela segunda; a primeira suscita-me mais indiferença.
João,
Também aprecio ópera "ridícula"! Nada de confusões!!!
Ó João,desculpe,mas só depois de ouvir a versão do Gergiev é que pode falar assim. Já a ouviu ?
Raul
Sim Raúl falava novamente do D. Giovanni de que tantou gostei e que o Raúl não apreciou. Caro João lamento mas sinceramente não o imagino a ouvir a Zelmira do Rossini, ou qualquer outro Rossini sério, à excepção do Tell ou do Tancredi,dctaf talvez....
J. Ildefonso.
Todas as óperas são ridículas, a começar pelo Pinkerton que comunica sem problemas com a Butterfly, mas por outro lado, nenhuma ópera é ridícula, pois é tudo uma questão de convenção, gosto e época.
Raul
Raul,
Ainda não conheço a dita interpretação do Gergiev...
Oh João!!
eSSA AGORA? não me imaginas a apreciar ópera buffa? Eu, o maior mozartiano de que há memória??? Il Dissolutissimo Punito!!!???
Raul,
Nada tenho contra o ridículo da ópera, muito antes pelo contrário... Já no que diz respeito à Madama Butterfly, tenho tudo contra!!! Acho a ópera do mais piroso que há!
João,
Que grande desacordo ! Adoro a música da Butterfly e,a propósito, foi a primeira ópera que vi.
Se vamos na onda do piroso, que dizer da Traviatta, La Boheme, Palhaços and so on...
Raul
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