sexta-feira, 17 de março de 2006

Quem elenca assim, não é gago!

Ildar Abdrazakov (Faust), Carlos Alvarez (Rigoletto), Olga Borodina (Don Carlo and Gioconda), Johan Botha (Meistersinger), Dwayne Croft (Butterfly), José Cura (Tosca), Diana Damrau (Barbiere and Helena), David Daniels (Cesare), Plácido Domingo (First Emperor), Renée Fleming (Onegin), Juan Diego Flórez (Barbiere), Ferruccio Furlanetto (Boccanegra), Cristina Gallardo- Domâs (Butterfly), Angela Gheorghiu (Boccanegra), Marcello Giordani (Butterfly, Bohème and Tosca), Andrea Gruber (Tosca and Turandot), Maria Guleghina (Cavalleria), Nathan Gunn (Zauberflöte), Thomas Hampson (Boccanegra), Ben Heppner (Chénier and Idomeneo), Hei-Kyung Hong (Traviata and Turandot), Dmitri Hvorostovsky (Don Carlo and Onegin), Jonas Kaufmann (Traviata and Zauberflöte), Salvatore Licitra (Pagliacci and Tabarro), Lorraine Hunt Lieberson (Orfeo), Peter Mattei (Barbiere), Karita Mattila (Jenufa), James Morris (Meistersinger), Anna Netrebko (Puritani and Bohème), René Pape (Don Carlo), Patricia Racette (Pagliacci and Don Carlo), Dorothea Röschmann (Idomeneo), Ruth Ann Swenson (Faust and Cesare), Violeta Urmana (Chénier and Gioconda), Ramón Vargas (Faust and Onegin), Rolando Villazón (Bohème), Deborah Voigt (Helena), and Dolora Zajick (Cavalleria).

Nada mais, nada menos que uma amostra do elenco que assegurará a temporada 2006 - 2007 da minha sala de ópera!

(a vermelho, os GRANDES

EM GRANDE, OS MAIORES)

25 comentários:

Anónimo disse...

Eu adoro a voz do Dmitri Hvorostovsky e lembro-me quando apareceu os dois primeiros CDs dele, eu ouvi-os vezes sem conta. Lembro-me de "ficar de rastos" com as duas árias do Don Carlo e, pricipalmente, com o "Pietá, rispeto" do Macbeth, se me é permitido destacar alguma coisa entre tudo tão tão bom. Comprei, inclusive um Don Carlo (Haitink) "so so", só por causa dele, arriscando um Filipe II e um Carlo fracotes.
Tudo isto para dizer que no ano passado quando vi o Rigoletto por ele no Covent Garden, tenho que admitir que talvez o grande tempo já tenha passado. Claro que ainda é um grande barítono, mas não é aquele que conhecemos das gravações. Cantou todo o papel nunca a "full voice", não sei se para jogar à defesa, porque estava numa má noite ou porque já não pode. Espero que não seja esta última hipótese aquele que se aplica ao mais perfeito barítono verdiano da sua geração.
Raul

Anónimo disse...

Caro João

Eu sugeria a Lorraine Hunt Lieberson a vermelho.

J. ldefonso.

Anónimo disse...

Caro Raúl

Sem nunca ter sido fã aprecio muito o Hvorostovsky e confesso que ao vê-lo em Londres no Manasdieri me senti muito decepcionado. Não foi comparavel ao recital da Gulbenkian.

J. lldefonso.

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Espero que o Hvorostovsky não estivesse num dia bom! Pela minha parte, acho-o notável! Há dois anos, ouvi um Giorgio Germont dele, no Met, com a Fleming... Notabilíssimo!

Il Dissoluto Punito disse...

João,

Nunca ouvi a voz da dita senhora, mas consta que na América é muito apreciada! Ah... minto! Recordo uma D. Elvira que gravou, sob a direcção de Roger Norington... Enfim, não me encheu as medidas...

Anónimo disse...

Cessem da Gheorghiou e da romena
As Traviatas grandes que fizeram
Cale-se de Alagna e de Cura
A fama das récitas que tiveram:
Que eu canto o peito da Ciofi
A quem os meus ouvidos deliciaram
Cessem todas as hodiernas Violetas
Que outra voz mais alta se alevanta

Isto tudo porque comprei o DVD de uma Traviata para a reabertura do Teatro La Fenice (2004) e no meio de uma encenação polémica (no sixties)surge uma fabulosa Violeta: Patricia Ciofi.
Mas há mais. Esta Traviata é tal e qual a da estreia absoluta e que foi um fiasco: em relação à versão que conhecemos tem pequenas alterações na cena Germont-Violeta e um bocadinho maiores no concertante em casa de Flora, para além uns pequeninos pormenores aqui e acolá. O Alfredo (tenor mozartiano)não promete no Primeiro Acto, mas depois aguenta-se e para o Germont um bónus: o Dmitri Hvorostovsky. A sua actuação é tão boa que quase me arrependo do comentário que fiz.
Raul

Anónimo disse...

Lorraine Hunt é especialista máxima do barroco francês. A audição de "Hippolyte et Aricie" de Rameau e de "Médée", ambas dirigidas por William Christie, não deixarão margem para dúvidas, estou certo, de que Lorraine Hunt é um dos grandes génios musicais do nosso tempo. Em Lisboa, há uns anos, cantou o Sesto do "Giulio Cesare" de Handel, dirigido por René Jacobs. Com Maria Bayo no papel de Cleopatra, que melhoria em relação à gravação do mesmo Jacobs! Também cá cantou a "Médée", mas não fui um dos muito afortunados que a puderam ver e ouvir.

Anónimo disse...

"Médée" de Marc-Antoine Charpentier, está claro.

Anónimo disse...

Raul
Também eu aprecio muito a Patrizia Cioffi que tive a sorte de ver em Pesaro há cerca de 2 anos em substituição da então muito mais famosa Eva Mei. Foi fantástica.

Kundry

Nunca tive a sorte de ver a Lorraine Hunt Lieberson ao vivo mas encanta-me o seu ultimo disco de Handel. Sei que tem um reportório mais alargado mas só conheço as suas interpretações no campo do Barroco.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

J. Ildefonso,
Eu pela actuação nesta Traviata, a Ciofi, para além de irradiar uma personalidade fortíssima, que nos faz esquecer o cenário e da qual só desviamos os olhos para a voz do Hvorostovsky, achei-a o arquétipo da Eva tentadora que se faz distraída, fazendo-me lembrar a super-feminina Teresa Stratas.
Pesaro ? Então cantava Rossini ?
Lorraine Hunt Lieberson, já ouvi falar, mas nunca ouvi. Estarei atento ?
Raul

Anónimo disse...

J. Ildefonso:
O disco de Händel mais recente é realmente muito bom. Há também um com as cantatas "Ich habe genug" e "Mein Herze schwimmt im Blut" de Bach, que ainda não conheço mas que um amigo de confiança me diz ser excepcional.

Raul:
Ouça a Phèdre apaixonada e trágica no "Hippolyte et Aricie" e ficará rendido à voz e aos dotes dramáticos de Lorraine Hunt. Bem sei que estes epítetos são um pouco tontos, mas não é por acaso que lhe chamam a Maria Callas da música barroca.

Anónimo disse...

Caro Raúl

Sim a Cioffi canta Rosssini. Fiquei fascinado pela sua interpretação da aria da cadeia. A partir desse dia passei a seguir a sua carreira atentamente. Depois dessas récitas gravou um disco de Vivaldi com o Alessandrini e um de duetos de Handel com a Joyce di Donnato dirigidas pelo Curtis. O de Handel é excelente o de Vivaldi é muito pessoal, um pouco "over the top", e a voz mostra uma certa acidez que não me lembro de ter notado ao vivo. Tenho muita curiosidade na sua Susana dirigida pelo Jacobs mas não conheço.
A Lorraine Hunt-Lieberson cpmeçou a carreira como soprano, aparentemente casou muito rica o que lhe permite cantar só o que quer e quando acha que as condições são as mais adequadas. Sei que ensaiou a Carmen e que cantou os Troianos no Met mas não sei muito sobre a sua carreira. Acho-a muito especial e agradeço muito as sugestões da Kundry.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Ainda para o Raúl

A Cioffi despachou todas as agilidades do papel sem nenhum tipo de problema mas destacou-se especialmente nas secções lentas das arias com um legato notável e um sentido de linha vocal que eu até aí só encontrei na Daniella Barcelona. Respirávamos com as arias:-))))
A voz não é nada grande mas "fura" bem e se bem que seja essencialmente um lirico/ligeiro, talvez até mais um ligeiro, tem alguma consistência nos graves. Negativamente há a notar uma certa disparidade timbrica nos diferentes registros e uma certa acidez nos agudos sob pressão orquestral. Tudo inteligentemente utilizado para adicionar uma certa dose de excesso e loucura aos papeis cantados.
Tudo somado gostaria muito de voltar a vê-la numa situação igualmente feliz como as recitas de Pesaro.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

J. Ildefonso,
Que ária da cadeia ? Não estou a ver.
Raul

Anónimo disse...

Raúl

No segundo acto quando é julgada culpada e é presa com o consentimento do seu pai até que o Tancredi se ofereçe para defendê-la em duelo contra o malvado Orbazzo, salvo erro porque escrevo de cabeça.... estou a trabalhar:-)))

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

J.Ildefonso,
Eu tenho o Tancredo, mas em CD (Horne, Cuberlli,...)e como nunca vi a ópera, essa denominação escapava-me. Obrigado pela resposta. Por coincidência tenho um DVD do Tancredi à espera de ser visto, mas não lhe auguro nada de especial (Manca di Nissa).
Raul

Anónimo disse...

Eu conheço esse Tancredi também com encenação do Pizzi. A Manca de Niza excepto alguma prudência nos agudos e se nos abstrairmos da sua figura muito pouco graciosa não está nada mal. Também numa Semiramide com a Gruberova ela se sai bastante bem devido à beleza da voz e correcçâo da emissão.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Ainda bem que me diz isso. Já o verei com outros olhos e ouvidos. Eu já a vi, e talvez o João Ildefonso, no S.Carlos no Orfeu e Euridice e no Falstaff.
Se aguentou o Arsace, aguentará o Tancredo.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Pois ouvi dizer muito bem da Ciofi! Receio que se disperse um pouco - adoro a Susanna dela e, ao que li, cantou uma magnífica Lucie, em substituição da Dessay.

Não sei o que dará esta hesitação entre clássico e belcanto...

Il Dissoluto Punito disse...

Kundry,

Estarei mais atento à Lorraine...

Anónimo disse...

Caro Dissoluto

Aliás a primeira gravação que existiu da Lucia em versão françesa pela Dynamic ao vivo foi com a Cioffi e o Giuseppe morino em meados dos anos 90.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Caro J. ILdefonso,
Eu tenho num DVD promocional onde aparece o dueto final do Primeiro Acto da Lucie de Lamermoor com ela e o Alagna e não podia ser melhor.
Raul

Anónimo disse...

Se o Raúl estiver interessado, ou mais algum leitor, sugiro o c.d. Amor e Gelosia com a Patrizia Ciofi e a Joyce di Donato dirigido pelo Alan Curtis, que não é propiamente um vulcão, mas que no geral é muito conseguido.
Destaco especialmente "Io t'abbracio" da rodelinda e "Per le porte del tormento" do Sosarme.
Num género muito diferente, e completamente explosivo, os Moteti de Vivaldi pela mesma interprete agora dirigida pelo Fabio Biondi onde todos parecem possuidos por um delirio profundo. Algum novo tipo de droga?

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Caro J. Ildefonso,
Pode dar-me a referência editorial ?
Conhece o Benvenuto Cellini de Berlioz com a Ciofi e Di Donato ? É uma versão recente, sem cortes, e no seu conjunto uma maravilha.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

João,

Bem sei dessa gravação com a Ciofi, mas não é fácil encontrá-la, por bandas lusas ;-(