domingo, 12 de março de 2006

Anna Moffo: "Addio del passato"



Anna Moffo, uma das mais belas e singulares sopranos-spinto-star´s do Met - dos idos anos 1960 - faleceu, aos 73 anos de idade.

Este artigo presta-lhe uma sentida e sincera homenagem, colocando a tónica numa das virtudes-vícios da intérprete: a extrema vulnerabilidade.

Eis, a meu ver, um ínfimo excerto, que define a carreira de Anna Moffo" (...) her career could be seen as a cautionary tale about doing too much too soon."

15 comentários:

Anónimo disse...

Caro João.

Da Anna Moffo só conheço uma velha gravação RCA da "Luisa Miller". É bastante boa e a Moffo brilha num papel adequado aos seus recursos vocais. Mas sei que cantou também a Carmen e outros papeis demasiado pesados com consequências danosas para a integridade da sua voz.

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

Acabei de ler o artigo e descobri que a Anna Moffo nasceu em 1933 e que a sua carreira começou em 1955! No entanto sempre pensei nela como uma preciosidade "arqueológica"......É chocante que no final dos anos sessenta já estivesse em declínio. A Mirella Freni nasceu em 1935 e estreou-se também em 1955, são portanto praticamente contemporâneas, e continua a cantar. Para além disso em plenos anos 80,90 ainda gravava com regularidade para grandes etiquetas gravações essas que na maior parte dos casos continuam a ser referências absolutas. Penso na Manon Lescaut, Butterfly, etc.
Curioso como dois cantores praticamente contemporâneos que se estreiam no mesmo ano e atingem a maturidade artistica por volta da mesma época, anos 60, podem pertencer a gerações artistica completamente diferentes! A diferença é que a Freni fez sempre escolhas muito judiciosas e teve a originalidade de se continuar a "re-inventar" enquanto a Moffo estagnou no conceito muito 50's da diva e cantou papeis pouco adequados as seus recursos vocais. Que sirva de exemplo:-))))

J. Ildefonso.

Anónimo disse...

A voz da Moffo tinha algumas virtudes uma das quais um timbre identificável e que muitas entendidos chamavam de "fleshed". No pequeno período em que a sua voz foi boa, era um bom soprano lírico-ligeiro, sendo uma notável Violeta ( a única que os milaneses aceitaram no pós-Callas depois de no dia da estreia terem rejeitado a interpretação da Freni, o que levou a que o Karajan largasse as representações), Butterfly, Mimi e Liú. Era muito apreciada pela dupla Schwarzkopf / Legge, o que justifica a sua presença nas gravações da EMI do Cappricio, Le Nozze di Figaro e Falstaff. São da Schwarzkopf as seguintes palavras "We both have always loved Anna and watched her career with parental pride." (Elisabeth Schwarzkopf,On and off the record. A Memoir of Walter legge, pp.232). Dela possuo a referida gravação da "Luisa Miller" e subscrevo o que diz o J. Ildefonso e também o célebre Falstaff da dupla Karajan / Gobbi, onde faz uma maravilhosa Nanette, para mim só comparável à Stich-Randall,para além do pequeno papel no Cappricio. Também possuo um disco de árias (eurodisc GD 69113),onde canta muitíssimo bem, incluindo opereta vienense.
A Moffo, como a romena Virginia Zeani (mulher do Nicola Rossi-Lemeni), era uma mulher lindíssima, mas para o meu gosto muito alta (1,80 m).
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

João,

Sugiro-te a La Traviata (RCA) da Moffo. Não sendo perfeita, é muito genuína e convincente. Não sei se a encontrarás por cá... A minha, só a encontrei em NY, depois de a procurar durante anos!

Il Dissoluto Punito disse...

João,

Como em tempos tivemos ocasião de debater, a gestão da carreira da freni é de uma eficácia e inteligências impares!

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Felizmente possuotodas as gravações que refere. Quanto à beleza e estatura da senhora, só tenho a dizer que adoro mulheres bonitas e muito altas ;-) Razões adicionais, pois, para apreciar (mais ainda)a Moffo!

Anónimo disse...

DEla também possuo um Ifigénia em Taurus de Gluck, na versão de Wagner, cantada em alemão com um elenco de altíssimo nível e uma ópera um pouco estranha: L´Amore dei tre rei de Montemezzi, cujo o elenco inclui o Domingo, o Pablo Elvira e o Siepi. São prestações de uma fase mais tardia e, portanto, acusando o tal abuso da voz.
A propósito da estatura da Moffo, imagine-a que uma máquina de tempo a punha a cantar La Traviatta com o tão maltratado Villarzon ? Que rico par !
Raul

Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

O Villanzón não se trataria mal, com a belíssima MOFFO! Aliás, com a NETREBKO, não se pode dizer que esteja mal servido... O problema é a voz dela, mas o resto aproxima-se da perfeição :-)))))

Anónimo disse...

Eu quando referi o par Villanzon/Moffo foi por causa da baixa estatura dele e, na verdade, é bem feiínho.
Visionei outro dia um DVD da DG semi-biográfico, extremamente ridículo, da Netrebko não a achei a voz dela assim tão criticável, mas a mulher, Nossa Senhora, era tipo Bellucci.
Raul

Anónimo disse...

Eu quando referi o par Villanzon/Moffo foi por causa da baixa estatura dele e, na verdade, é bem feiínho.
Visionei outro dia um DVD da DG semi-biográfico, extremamente ridículo, da Netrebko não a achei a voz dela assim tão criticável, mas a mulher, Nossa Senhora, era tipo Bellucci.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

A NETREBKO é... as good as corn...

A meu ver, o problema dela não é a voz, mas a deficiente técnica!

A continuar assim, vai acabar pior do que a Guleghina (se se apresentar na Gulbenkian, não tem problemas, pois - quase - ninguém notará que estará acabada!!!)

Anónimo disse...

For me she is better, because I don´t like corner.
A Guleghina foi assim tão má ? Eu tenho a Tosca dela em DVD do Scala e embora a voz precisasse por vezes de ser amplificada, o timbre é perfeito e voz não podia ser mais apropriada para o papel. Para deste papel só a conheço em ópera russa e aí como é natural está em casa. Conheço mal a Guleghina.
Raul

Anónimo disse...

Este "lapsus" tem piada. É "corn" por "corner". Para esclarecer, detesto pop corn e tudo é melhor, até a voz da Natália de Andrade.
Raul

Anónimo disse...

A Guleghina foi patética.
Voz não lhe falta mas imaginação não tem nenhuma e desconhece a palavra disciplina.... Nunca se sabe para onde a voz vai e depois, não se pode cantar tudo como se fosse a Lady Macbeth ou a Abigaille do Nabuco. Que aborrecimento.
O público adorou. Eu arrependi-me e invejei o João que sensatamente ficou em casa.

J. Ildefonso.

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Em relação à Gulhegina, o problema é justamente a criatura cantar repertório verdiano! Quando interpreta Puccini e Tchaicovski, é exímia!
O recital consagrado a Verdi foi um rotundo descalabro! Um fiasco de antologia... mas por ocasião dos encores, cantou Puccini e brilhou, como nunca!