quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Má Língua

Em Paris, prossegue a louvável - embora desigual - cruzada wagneriana.

Siegfried enferma de voz e música - elenco e direcção medíocres -, afirmando-se visualmente: Wilson, fiel ao espírito de Wieland Wagner, concebe um espaço estático e depurado, num exercício de minimalismo (exacerbado?!); embora menos "majestoso" do que habitualmente, Bob Wilson mantém-se fiel a uma lógica cénica característica, que parece começar a tornar-se repetitiva...

Em Nova York, Gheorghiou encarna o seu papel fétiche, depois da novela de há oito anos, que culminou com a sua "dispensa" do Met...
(das generosas palavras do critico do New York Times, permito-me duvidar...)

Villazón deslumbrado, vencido pela mania, vai a todas (Schumann desigual, em Nova York, depois de um Massenet pouco convincente, em Nice).
Ouvi dizer que fundou uma associação de estrelas "Ursa Menoríssima", com Netrebko e Gheorghiou...
(não se ponham a pau...)

13 comentários:

Anónimo disse...

Atenção que qdo venho à net, e tenho tempo para andar a ver o que há de novo, para além de escrever e responder a mail's, venho frequentemente ao teu blog. Dizer que da outra vez cheguei "não sei como" através de um link, não foi menosprezar. As minhas "simpáticas palavras", que agradeceste, foram de facto simpáticas e se me perdi em "reflexões" a propósito de escrever em francês ou dar aulas em alemão (...), tal deveu-se ao avançado da hora. Tinha chegado a VR após o recital do Ax, no Porto, onde fui surpreendido por uma acústica miserável a estragar a interpretação de um grande pianista. Álvaro

Anónimo disse...

E acho, desculpa lá, que devias dar mais atenção ás óperas do século vinte e contemporãneas. Dalapicolla, Nono, Ligetti, que são já clássicos.
Na actualidade um Dusapin, uma Saariaho, o próprio Dillon (o tal a cuja estreia no Porto não pude assistir, e culpei a Casa da Música, que foi quem me convidou, pela imbecilidade das RP's do Rivoli q n me deixaram entrar por ter chegado atrasado) entre vários outros, são indispensáveis, para não aplicar um chavão dizendo que já estão na história, coisa que ninguém pode garantir. A história não é linear e dá voltas, como a mundo... Álvaro

Anónimo disse...

Sou um pouco distraído...

Só hoje é que reparei nisto:

"...delírios psicanalíticos, crítica, literatura, revistas de imprensa, Paris, New-York, Florença, sapatos, GIORGIO ARMANI, possidonices..."

Ó João: mas isto é um autêntico delírio! E essa dos sapatos...

Álvaro

Il Dissoluto Punito disse...

Álvaro,

Bem percebi que aprecias as vindas a este blog! Não te preocupes!

Quanto à ópera do século XX, além de Ligeti e Berg, não sou grande conhecedor...

No futuro, ver-se-á! Seja como for, lá vou dando destaque ao que de mais vanguardista se vai fazendo pelo mundo fora, em matéria de ópera, não te parece?

No que diz respeito aos sapatos... será um fétiche, claro está ;-)

Um abraço,
João

Anónimo disse...

Claro que sim e digo-te mais: um fetiche muito bem estudado, dada a recorrência. Eu próprio, a única coisa que compro de marca, para além das lentes que ponho à frente dos olhos, evidentemente, são os sapatos e botas...
Mas isto é racional, não é fetiche: quando têm um problema, sendo de uma marca internacional representada em quase todos os países, são imediatamente substituídos, coisa que já aconteceu um par de vezes. Tb já aconteceu comparar uma "super-marca italiana", que pelos vistos só é "super" na Itália, estragaram-se, e fiquei com o dinheiro a "arder", que foi muito, pois eram "goro-tex"... A partir daí nunca mais comprei nem penso comprar calçado italiano. Só dinamarquês (nem por acaso...) e norte-americano (esta foi mesmo por acaso).

Havemos de constituir um grupo psicanalítico inter-escolas. Q te parece? Ou és alérgico ao Lacan como parte das "sumidades psicanalíticas" (he he he) da tugolândia?

Il Dissoluto Punito disse...

Álvaro,

Experimenta os mais fabulosos sapatos do mundo, italianos, por sinal... Tods! Custam os olhos da cara, mas são soberbos!

Quanto ao grupo, no problem! (ai se alguém da SPP lê isto, não passo de candidato... eh! eh!)

Anónimo disse...

João,
Acho que o João carrega muito no Villarzon. Eu vi-o há dois anos em Amesterdão no Don Carlo (existe agora um DVD) e aproximava-se tanto do Bergonzi da minha gravação da Decca. Era a primeira vez que ouvia falar dele e fiquei maravilhado. Depois, no ano passado, vi-o no Duque de Mântua. Um assombro. Vocalmente a voz perfeita ( o timbre lindíssimo, o fraseado fluente, o bom gosto em todos os registos ) e cenicamente (numa mise-en-scene bem ousada)era o Duque, valorizando frases que acompanhava do respectivo gesto cénico que me fez notar certas passagens que normalmente não dava muita importância. As repetições do Ella mi fu rapita foram ditas com uma fúria, que se justifica, que até então nunca tinha ouvido.
Raul

Anónimo disse...

Pois... o propblema da SPP é esse mesmo: o totalitarismo. Alguns deles, curiosamente, ou não, os que detêm mais responsabilidades, necessitam mesmo de uma análise profunda. Que não é a didáctica...

Il Dissoluto Punito disse...

Raul,

Ele é fantástico! Mas o sucesso está a dar-lhe cabo da carola! Interpretar Schumann??? Acho-o muito maniforme (jargão psi), leia-se "Vou a todas! Sou bom em tudo!"

Il Dissoluto Punito disse...

Álvaro,

Não reina nenhum espírito totalitário na SPP! Pode haver, aqui e ali, alguma criatura mais prepotente, mas uma andorinha não faz a Primavera!

Anónimo disse...

Fico contente de ouvir isso. de resto o Pedro Luzes, que se não estou em erro é o vosso actual presidente, parece ter uma cabeça mais aberta que outros...

Anónimo disse...

João,
Concordo consigo que cantar Schumann deve ficar fora dos horizontes do seu reportório. Esperemos que não faça esforço para o cantar bem e que assim não danifique aquele instrumento canoro de ouro.
Raul

Il Dissoluto Punito disse...

Pela amostra, a prudência não é muita! Dado o seu deslumbramento (de contornos hipomaníacos)...