Esta notícia, mis à part os aspectos estritamente objectivos da coisa, fez-me pensar no NARCISISMO e OMNIPOTÊNCIA, questões que muito me interessam, dada a minha formação.
A figura de Super-Homem - tal como a da maioria dos super-heróis do pós-guerra (Hulk, Spider-Man, Captain-America, etc. - corresponde a um ideal colectivo de invulnerabilidade e omnipotência, a que o mundo ocidental aspirava, vitimado que fora pelo horror de duas guerras mundiais.
Eis, no meu entender, a génese da moderna era super-heróica.
Os trágicos acontecimentos que vitimaram Christopher Reeve - actor que encarnou a figura de super-homem, paradigma da (quase) absoluta invulnerabilidade - com tudo o que contêm de horrendo, tiveram o mérito de mostrar ao mundo que a natureza é soberana, nos seus ditames e desígnios: o homem é um vil mortal, em tudo estranho à omnipotência, omnisciência e invulnerabilidade (triade que, a existir, será exclusiva da divindade).
(Brandon Routh, re-encarnação, na tela, de Superman, pós-Reeve)
Anos volvidos sobre o desaparecimento de Reeve - e, mutatis mutandi, sobre a morte do Super-Homem (que, por essa mesma via, paradoxalmente, ascendeu à categoria de mortal e terreno, humanizando-se), eis que, a todo o custo, procura ressuscitar-se o dito herói, num monumental rasgo de omnipotência!
Uma vez mais, o homem frágil, comum (mas humano!), procura transcender-se, por via da negação da sua natureza, especificamente terrena: a dependência, a vulnerabilidade e a finitude...
Pela parte que me toca - orgulhosamente representante da falha, da incompletude e da imperfeição -, reivindico o estatuto inexoravelmente humano de um herói clássico: retornemos a Ulisses, herói de carne e osso, infinitamente vulnerável.
Ulisses, essa magistral figura tecida por Homero, afirmou a sua heroicidade, sempre, por via da finitude, da vulnerabilidade e da imperfeição.
Ulisses lutou (por vezes, venceu...), amou e procriou, contrariamente aos citados heróis, criações de um ocidente narcísico e megalómano, com pretensões hegemónicas...
A figura de Super-Homem - tal como a da maioria dos super-heróis do pós-guerra (Hulk, Spider-Man, Captain-America, etc. - corresponde a um ideal colectivo de invulnerabilidade e omnipotência, a que o mundo ocidental aspirava, vitimado que fora pelo horror de duas guerras mundiais.
Eis, no meu entender, a génese da moderna era super-heróica.
Os trágicos acontecimentos que vitimaram Christopher Reeve - actor que encarnou a figura de super-homem, paradigma da (quase) absoluta invulnerabilidade - com tudo o que contêm de horrendo, tiveram o mérito de mostrar ao mundo que a natureza é soberana, nos seus ditames e desígnios: o homem é um vil mortal, em tudo estranho à omnipotência, omnisciência e invulnerabilidade (triade que, a existir, será exclusiva da divindade).
(Brandon Routh, re-encarnação, na tela, de Superman, pós-Reeve)
Anos volvidos sobre o desaparecimento de Reeve - e, mutatis mutandi, sobre a morte do Super-Homem (que, por essa mesma via, paradoxalmente, ascendeu à categoria de mortal e terreno, humanizando-se), eis que, a todo o custo, procura ressuscitar-se o dito herói, num monumental rasgo de omnipotência!
Uma vez mais, o homem frágil, comum (mas humano!), procura transcender-se, por via da negação da sua natureza, especificamente terrena: a dependência, a vulnerabilidade e a finitude...
Pela parte que me toca - orgulhosamente representante da falha, da incompletude e da imperfeição -, reivindico o estatuto inexoravelmente humano de um herói clássico: retornemos a Ulisses, herói de carne e osso, infinitamente vulnerável.
Ulisses, essa magistral figura tecida por Homero, afirmou a sua heroicidade, sempre, por via da finitude, da vulnerabilidade e da imperfeição.
Ulisses lutou (por vezes, venceu...), amou e procriou, contrariamente aos citados heróis, criações de um ocidente narcísico e megalómano, com pretensões hegemónicas...
4 comentários:
Excelente reflexão!
Vê-se pouco nos tempos que correm.
Muito obrigado, caríssimo!
É sempre bem recebido, neste espaço ;-)
Cumprimentos,
Don Giovanni
Corroboro - que palavra esta :) - as afirmações de C.S.A. E o dissolutismo do post anterior não foi excessivo ...
Nesta maré de mania e demais interesses, ainda vou acabar a minha vida como cronista!
Será que nos pedem recibos??? Como psi, não paro de engordar o estado, pois, em média, 40% fogem-me à cabeça... snif
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