quinta-feira, 14 de abril de 2005

...ainda Tristão



Eis o site oficial de Ben Heppner, exemplo sumo do
Heldentenor, que encarna Tristão, na nova produção da ópera de Wagner (montada por Sellars, em Paris), acontecimento a que tenho aludido nos últimos dias.

Heppner é senhor de uma potência estonteante, que alia a um lirismo memorável !
A sua versatilidade é um prodígio.
Inigualável e sem concorrentes - no presente - em Wagner (Tristão, Lohengrin e Walter), intensamente dramático em Verdi (particularmente no Otello, que encarnou, nesta temporada, no Met), interpreta Britten (Peter Grimes) com uma densidade espantosamente humana ! Vi-o neste último papel, em 2001, na Bastilha... Comecei a lacrimejar, terminei a soluçar... A fazer lembrar Vickers - seu conterrâneo -,
peso-pesado Wagneriano (Tristão), Verdiano (Otello e Radamés) e Grimes incontornável.

Ironicamente, alguma imprensa reputada - e algo necrófila, diria eu... - vislumbrou o canto-do-cisne, na temporada de 2001, em virtude das (passageiras) dificuldades vocais exibidas pelo tenor canadiano.

Heppner aí está, esbofeteando com a luva branca do seu desmesurado talento aqueles que o enterraram antes de tempo !

Nesta temporada, apresentou-se na Gulbenkian, perante uma plateia reduzida a metade. Lisboa tem destas coisas...

Deixo-vos com o mais luminoso e ágil Walter da discografia, que Ben Heppner encarnou três vezes - Sawallisch (DECCA´1994), Solti (DECCA´1997) e Levine (DG´02, em dvd).

Se o primeiro registo beneficia de uma frescura e jovialidade vocais, da parte de Heppner, apresenta um naipe de solistas algo heterogéneo - Weikl, em particular, claramente desadequado; o segundo - que é uma preciosidade, com o inigualável Hans Sachs de Van Dam -, e o terceiro registos têm o
plus da mais sólida e completa Eva da actualidade... de seu nome... Karita Mattila !

Aqui vai, então, a referência que contém a mais extraordinária interpretação de Ben Heppner, na pele de Walter von Stolzing:



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