Wlatraud Meier - interprete alemã de estirpe - tem a particularidade inusitada de abordar papeis de mezzo e de soprano dramático.
Na sequência dos recentes post dedicados à nova produção de Tristão e Isolda, a ter lugar na Opéra Bastille, dedico este à mais consistente cantora wagneriana da actualidade, que interpretará o mais complexo papel de soprano que Wagner alguma vez compôs.
Meier iniciou-se em papeis de mezzo, dedicando-se em pleno, sensivelmente a partir de finais dos anos 80, às grandes figuras wagnerianas - Kundry, Vénus, Ortrud, Sieglinde, Isolda -, cujas soberbas interpretações a catapultaram para os grandes teatros líricos.
No momento presente, apesar do seus imensos dotes interpretativos permanecerem intocáveis, a voz começa a dar sinais de fadiga, que se expressam num vibrato algo incómodo... Ainda assim, vê-la em cena é um privilégio ! Tanto mais que, além da grande, jovem e bela Nina Stemme - que triunfou no papel de Isolda, no último festival de Glyndebourne e que acaba de gravar o papel para a EMI, ao lado de Domingo -, não existem cantoras aptas a encarnar a orgulhosa princesa !
Falar-me-ão de Eaglen e de Voigt...
Bom, Jane Eaglen canta, não interpreta ! É certo que a sua compleição física a limita em grande escala... A verdade é que, apesar de possuir uma resistência e uma robustez ímpares, as suas encarnações da amante de Tristão não convencem o maior dos deslumbrados ! Veja-se a sua Isolda, em dvd, ao lado de Heppner, dirigida por Levine, no Met...
Voigt, que gravou o papel em questão, em Viena, sob a direcção de Thielemann, nada acrescenta às lendárias interpretações da heroína da Cornualha.
Waltraud Meier, por altura da sua estreia em Bayreuth na pele de Isolda, obteve o que poucos interpretes podem orgulhar-se de alguma vez aí terem tido: uma standing-ovation, durante loooooongos minutos !
Se é verdade que o Festival de Bayreuth já contou com melhores intérpretes, em abono do rigor, deve dizer-se que o público que frequenta a sala da colina é particularmente exigente, não pactuando com exibições histriónicas inconsistentes, nem com maneirismo !
Razões de sobra, pois, para assistir a uma das récitas, que terão lugar de 12 de Abril a 7 de Maio !
A interprete alemã conta com dois registos da personagem: um em cd (com Jerusalem, dirigidos por Barenboim) e um em dvd (com West, sob a direcção de Mehta).
Em meu entender, nenhum dos registos merece grande investimento, ainda que a Isolda de qualquer um deles se destaque, pela densidade, pela nobreza, pela fierté, enfim !
Recentemente, descobri o site oficial desta grande artista, que contém informações interessantes, particularmente no que se refere à discografia e à agenda !
Na sequência dos recentes post dedicados à nova produção de Tristão e Isolda, a ter lugar na Opéra Bastille, dedico este à mais consistente cantora wagneriana da actualidade, que interpretará o mais complexo papel de soprano que Wagner alguma vez compôs.
Meier iniciou-se em papeis de mezzo, dedicando-se em pleno, sensivelmente a partir de finais dos anos 80, às grandes figuras wagnerianas - Kundry, Vénus, Ortrud, Sieglinde, Isolda -, cujas soberbas interpretações a catapultaram para os grandes teatros líricos.
No momento presente, apesar do seus imensos dotes interpretativos permanecerem intocáveis, a voz começa a dar sinais de fadiga, que se expressam num vibrato algo incómodo... Ainda assim, vê-la em cena é um privilégio ! Tanto mais que, além da grande, jovem e bela Nina Stemme - que triunfou no papel de Isolda, no último festival de Glyndebourne e que acaba de gravar o papel para a EMI, ao lado de Domingo -, não existem cantoras aptas a encarnar a orgulhosa princesa !
Falar-me-ão de Eaglen e de Voigt...
Bom, Jane Eaglen canta, não interpreta ! É certo que a sua compleição física a limita em grande escala... A verdade é que, apesar de possuir uma resistência e uma robustez ímpares, as suas encarnações da amante de Tristão não convencem o maior dos deslumbrados ! Veja-se a sua Isolda, em dvd, ao lado de Heppner, dirigida por Levine, no Met...
Voigt, que gravou o papel em questão, em Viena, sob a direcção de Thielemann, nada acrescenta às lendárias interpretações da heroína da Cornualha.
Waltraud Meier, por altura da sua estreia em Bayreuth na pele de Isolda, obteve o que poucos interpretes podem orgulhar-se de alguma vez aí terem tido: uma standing-ovation, durante loooooongos minutos !
Se é verdade que o Festival de Bayreuth já contou com melhores intérpretes, em abono do rigor, deve dizer-se que o público que frequenta a sala da colina é particularmente exigente, não pactuando com exibições histriónicas inconsistentes, nem com maneirismo !
Razões de sobra, pois, para assistir a uma das récitas, que terão lugar de 12 de Abril a 7 de Maio !
A interprete alemã conta com dois registos da personagem: um em cd (com Jerusalem, dirigidos por Barenboim) e um em dvd (com West, sob a direcção de Mehta).
Em meu entender, nenhum dos registos merece grande investimento, ainda que a Isolda de qualquer um deles se destaque, pela densidade, pela nobreza, pela fierté, enfim !
Recentemente, descobri o site oficial desta grande artista, que contém informações interessantes, particularmente no que se refere à discografia e à agenda !
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