Barlett Sher assina a nova encenação d'Os Contos de Hoffmann (Offenbach), que o Met apresenta a 3 de Dezembro próximo. A propósito desta nova encenação, o artigo que cito do The New York Times refere aspectos biográficos interessantes do autor da ópera, que reproduzo:
Ópera, ópera, ópera, ópera, cinema, música, delírios psicanalíticos, crítica, literatura, revistas de imprensa, Paris, New-York, Florença, sapatos, GIORGIO ARMANI, possidonices...
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
Isabel Colbran - I
Antes de uma leitura crítica do (magnífico) trabalho de Joyce Didonato, proponho que o leitor se debruce atentamente sobre uma já longínqua homenagem a Isabel Colbran, Heroines:
Elisabeth Söderström (1927-2009) - II
Sucedem-se as homenagens à grande Senhora da lírica, Elisabeth Söderström.
«I was once told a story about Söderström that may help to convey how her artistry burned. She was rehearsing the Countess Madeleine at Glyndebourne under John Pritchard. The contract with the orchestra meant that Pritchard had to stop the rehearsal on the dot, or else the musicians would start qualifying for overtime, which could not be afforded. The rehearsal went slowly, and had only reached part way through the magical closing scene for the soprano when the deadline was reached. In the pit, Pritchard promptly put down his baton. The orchestra stopped and began packing up. Söderström, in full flow and unprepared for the break, looked as if she had been physically struck down by the sudden end of the rehearsal. In tears, she refused to stop, and sang her part unaccompanied to the end.»
«Shortly after her debut, she joined the Swedish Royal Opera. She remained a member of that company until her retirement. In her early years she focused on soubrette roles, including Mozart heroines. Soon she was branching out dramatically. Her debut at the prestigious Glyndebourne Festival in England came in 1957 as the Composer in Strauss’s “Ariadne auf Naxos,” and for years she remained a favorite with the festival. Among Strauss singers, she was one of the few to have sung all three lead roles in “Der Rosenkavalier,” as the Marschallin, Octavian and Sophie.
A milestone in her career came in the 1969-70 season with the Royal Opera at Covent Garden in London, when she sang Mélisande in an acclaimed production of Debussy’s “Pelléas et Mélisande” conducted by Pierre Boulez, subsequently recorded. That Sony Classical recording, with George Shirley as Pelléas, is considered by many to be definitive.
Another series of landmark performances and recordings involved the Australian conductor Charles Mackerras, an informed champion of the Janacek operas. Ms. Soderstrom became Mr. Mackerras’s soprano of choice for his Decca label recordings of complete Janacek operas, including “Jenufa” and “Katya Kabanova,” with Ms. Soderstrom singing the title roles, and “The Makropulos Case,” a mysterious, haunting work in which Ms. Soderstrom portrayed, unforgettably, the 300-year-old Emilia Marty.»
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
Elisabeth Söderström (1927-2009)
A mais extraordinária intérprete de Janacek do pós-guerra - que sob a direcção de McKerras perpetuou as trágicas heroínas Jenufa e Kata, entre outras - entregou a alma ao criador, a 20 do corrente mês. Evidentemente, Söderström foi, de igual modo, uma das mais proeminentes intérpretes de Richard Strauss (Condessa) e Tchaikovsky (Tatiana) do século XX.
With her sensitive demeanour she was particularly successful at portraying the troubled women who abound in opera, such as Leonore (Fidelio), Tatyana in Tchaikovsky's Evgeny Onegin and the Countess in Richard Strauss's Capriccio, three of the roles with which she delighted audiences at Glyndebourne, where she achieved her most notable successes in Britain.
domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
Mattila's Tosca
No Expresso de hoje, 14 de Novembro, Calado - Mor disserta sobre a opening night do Met, de 21 de Setembro, ossia a Tosca de Bondy. Dois meses volvidos sobre o acontecimento, pergunto-me se o dito artigo mantém alguma actualidade e pertinência?!
Adiante! O dito Calado desdenha a mise-en-scène, como era de prever. Estará no seu direito.
Termina o Caladíssimo com uma errónea notícia, que quase desencadeou uma síncope neste escriba: a reprise desta Tosca contará com a aposentada Daniella Dessi no papel titular. Temi o pior, pois há muito que adquiri entradas para Abril que, de acordo com o site do Met, contará com a fabulosa Mattila como Floria Tosca.
Num ápice, fui o dito site... Calado dos Calados está errado! É verdade que Dessi interpretará a heroína de Puccini, mas apenas nas últimas quatro récitas.
My Mattila será a MINHA Tosca ;-)D)
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
A Banalidade
No panorama lírico – particularmente no tocante ao tenor lato senso (ligeiro, lírico e lirico-spinto), a América Latina tem sido uma referência incontornável. Para além dos extraordinários Alva e Lima, Flórez, Villazón, Vargas e Álvarez têm vindo a conquistar terreno, neutralizando toda a concorrência. De entre os mencionados, Álvarez sobressai como o maior tenor spinto da actualidade: Verdi assenta-lhe que nem uma luva!
Há uns bons dez anos, na Bastilha, Marcelo Álvarez deslumbrou-me com o seu Duque (Rigoletto). Adivinhei-lhe um futuro verdiano, mais na linha do spinto – Radames, Otello, Manrico, Rodolfo, etc.
O presente artigo constitui uma colectânea de árias verdianas, cujo denominador comum assenta, justamente, no spinto. Dir-se-ia que a dita colectânea foi construída à imagem dos dotes do tenor argentino…
Álvarez possui um timbre encorpado e heróico, pujante e amplo, contudo as fragilidades técnicas são indisfarçáveis: tendência para o fortissimo e pianissimi inseguros. As suas interpretações não ultrapassam a fasquia do banal, enfermando de falta de subtileza e lirismo, elegância e linhagem. A brutalidade e dilaceração, demandadas pelo epílogo de Otello, tendem a estender-se às demais incarnações, tornando-as algo desinteressantes e excessivamente afins, sem matizes de natureza alguma.
No panorama verdiano discográfico, onde Del Monaco, Bergonzi, Vickers e Domingo se destacam, Álvarez dilui-se, sendo incapaz de sair do anonimato.
É bem verdade que este tenor não encontra rival à sua altura, neste repertório – Licitra parece ter perecido, liricamente falando… Contudo, quando comparado com os seus antecessores, Álvarez constitui uma mera curiosidade.
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(3/5)
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Os Troianos de Valência
(ensaio geral de Os Troianos, Valência - Palau de les Arts, Novembro de 2009)
O "dedinho" dos catalães La Fura dels Baus nunca me levou à certa. Será a vertente iconoclasta dos senhores a que mais me repugna. Às vezes, acho-os pouco mais que crus ou primitivos.
Em matéria de encenação operática, os La Fura têm feito história, reconheço: La Damnation de Faust (Salzburgo) e Der Ring (Valência).
No Palau de les Arts de Valência, Berlioz foi levado à cena pelos catalães e dirigido por Gergiev. Eis a crítica deste Os Troianos:
Bad, bad boy!
Terfel é o maior e melhor cantor lírico do mundo actual. Uma voz de mil cores, com uma pujança e homogeneidade de registos sem paralelo. Teatralmente é um sonho. Discograficamente... nem tanto...
Desde o início do milénio, os registos discográficos de Terfel praticamente deixaram de frequentar a minha casa: entre o musical de gosto duvidoso e a melodia inglesa desinteressantíssima... Enfim!
O mais recente disco de Terfel - a que aqui fiz referência - não foge à regra do musical, mas promete momentos de brilho (Boito e Mozart).
A seu tempo, pronunciar-me-ei! Por ora, mantenho-me expectante.