Ópera, ópera, ópera, ópera, cinema, música, delírios psicanalíticos, crítica, literatura, revistas de imprensa, Paris, New-York, Florença, sapatos, GIORGIO ARMANI, possidonices...
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Met em Antevisão - Jenufa
Eis, em antevisão - via New York Times -, a seguramente mítica e lendária noite que passarei com La Mattila, na Big Apple, a 6 de Fevereiro... ao lado da minha mulher...
A 5 com Netrebko, a 6 com Mattila, a 9 com Fleming, toujours à NY, toujours avec ma femme...
domingo, 28 de janeiro de 2007
Fura dels Baus, Bartók & Janacek, em Paris
As minhas reservas em torno das concepções estéticas dos catalães Fura Dels Baus são imensas.
A única vez que assisti a uma performance dos ditos senhores - em Lisboa, na Estufa Fria - sai desolado: a crueza constituía o eixo da concepção artística, pecando pela absoluta falta de elaboração.
Recordei as concepções de Freud sobre o Processo Primário - o reino da descarga, sem labor algum - e de Klein sobre o universo psicótico, dominado pela ansiedade persecutória, pela crueza e destrutividade.
A verdade é que, tanto esta notícia, como esta, dão conta de um trabalho notável de encenação do grupo catalão, que em Paris assinam uma nova produção de O Castelo de Barba Azul, de Bartók.
Confesso que teria lá estado, se pudesse...
A única vez que assisti a uma performance dos ditos senhores - em Lisboa, na Estufa Fria - sai desolado: a crueza constituía o eixo da concepção artística, pecando pela absoluta falta de elaboração.
Recordei as concepções de Freud sobre o Processo Primário - o reino da descarga, sem labor algum - e de Klein sobre o universo psicótico, dominado pela ansiedade persecutória, pela crueza e destrutividade.
A verdade é que, tanto esta notícia, como esta, dão conta de um trabalho notável de encenação do grupo catalão, que em Paris assinam uma nova produção de O Castelo de Barba Azul, de Bartók.
Confesso que teria lá estado, se pudesse...
Ute Lemper em Madrid
Vi-a, pela primeira vez, em Paris, na Opéra Comique, em Dezembro de 1999.
Na época, cingia-se ao repertório ortodoxo - Weill & Cabaret -, onde era extraordinária.
Pouco a pouco, tentada pelo crossover, alargou o seu repertório, ora com maior interesse - Nick Cave -, ora com menor - Brel, por exemplo.
Pelo que esta notícia dá conta, Lemper regressou ao seu território interpretativo original, deslumbrando Madrid. Não é de espantar...
Na época, cingia-se ao repertório ortodoxo - Weill & Cabaret -, onde era extraordinária.
Pouco a pouco, tentada pelo crossover, alargou o seu repertório, ora com maior interesse - Nick Cave -, ora com menor - Brel, por exemplo.
Pelo que esta notícia dá conta, Lemper regressou ao seu território interpretativo original, deslumbrando Madrid. Não é de espantar...
sábado, 27 de janeiro de 2007
Da Mania
Na lírica, as mudanças de registo vocal não são tão invulgares quanto isso!
A passagem dos anos, geralmente, é acompanhada de ganhos e perdas vocais.
Com frequência, os agudos são os primeiros a exibir sinais de fadiga e comprometimento. Por essa razão, assistimos a algumas mudanças de registo de voz. O mor das vezes, as mudanças seguem o trilho da "gravidade", dado que, como é sabido, os agudos saltam cedo...
Como exemplos desta mudança, de cor, cito Varnay, Mödl e Rysanek, que passaram de soprano a mezzo, e Vinay, que passou de tenor a barítono.
O caso de Bergonzi é menos vulgar, pois debutou como barítono, rapidamente passando ao registo agudo, de tenor.
Casos há, porém, em que os intérpretes não chegam a optar por um registo dominante, abordando papeis de registos diferentes, ao longo de anos (vide Bumbry, ora Tosca, ora Abigaille, ora mezzo-verdiano - Amneris, Eboli -, Dimitrova, que acumulava Amneris com Turandot e Meier, hoje Isolda, amanhã Eboli, depois Kundry, Santuzza...)
Vem esta prosa a respeito desta notícia, onde se anuncia uma encarnação baritonal de Domingo, que interpretará Simon Boccanegra, da ópera homónima de Verdi.
Em abono da verdade, a voz de Plácido Domingo sempre revelou traço baritonais, circunstância que determinou a sua cruzada feliz pelo território heldentenor - Siegmund, Parsifal, Tannhäuser, a par do recente Tristan (que jamais abordou em cena) -, paralela ao notável investimento na área do tenor lirico-spinto, de que o papel titular de Otello constitui o exemplo sumo, a meu ver.
Em Domingo, a idade tem vindo a escurecer a voz, a olhos vistos.
A citada notícia, que dá como certa sua encarnação de Boccanegra, embora não me invada de perplexidade, suscita-me algum receio.
Em 2001, assisti deslumbrado ao seu Parsifal, numa inesquecível récita no Met.
Na época, já com sessenta anos em cima, a sua extraordinária veia artística permitiu-lhe assumir um papel absolutamente identificado com a inocência e puerilidade.
Todos sabemos que o tenor espanhol se gaba da sua invulgar extensão em matéria de repertório - em tempos, creio que mantinha, no activo, mais de 100 papeis distintos! Inesgotável, Domingo tem ainda a seu cargo a direcção artística de duas óperas americanas, para além de reger orquestras, como maestro...
Dir-me-ão que este carácter hipomaníaco coexiste com sinais de humildade. Assim é.
De facto, depois de se ter comprometido a assumir, em cena, Tristan, sob a batuta de Baremboim, em Bayreuth, o intérprete recuou, revelando que tal encarnação seria fatal para a sua voz.
Fez um compromisso, acedendo a interpretar o herói wagneriano, apenas em disco, com Pappano. Fez muito bem!
A infatigabilidade e hiperactividade - termo tão em voga - de Plácido Domingo, a par da sua longevidade vocal e cénica, em termos psicológicos, devem ser lidas, obviamente, no registo da hipomania, que clinicamente se encontra nos antípodas da depressão.
Em boa verdade, sabe-se que a mania e suas variantes clínicas - hipomania, inclusive - mais não são do que defesas contra a depressão.
Pergunto-me, então, se este investimento em novos territórios não constitui uma negação do envelhecimento, tributário do declínio, materializando uma eficaz luta contra as angústias de morte, que acompanham o indivíduo, quando a eternidade se desvanece - lá pelos cinquenta e muitos, sessenta anos, digo eu.
Posto isto, com ou sem hipomania, só posso desejar-lhe felicidades na sua encarnação baritonal verdiana.
Aqui para nós, lá para os setenta - que não tardam muito... - ainda vai dar cartas como Iago!
É esperar...
By the way, fica um esclarecimento: Domingo iniciou a sua carreira como barítono, rapidamente transitando para o registo de tenor, qual Carlo Bergonzi.
Tratar-se-á de um regresso às origens???
A passagem dos anos, geralmente, é acompanhada de ganhos e perdas vocais.
Com frequência, os agudos são os primeiros a exibir sinais de fadiga e comprometimento. Por essa razão, assistimos a algumas mudanças de registo de voz. O mor das vezes, as mudanças seguem o trilho da "gravidade", dado que, como é sabido, os agudos saltam cedo...
Como exemplos desta mudança, de cor, cito Varnay, Mödl e Rysanek, que passaram de soprano a mezzo, e Vinay, que passou de tenor a barítono.
O caso de Bergonzi é menos vulgar, pois debutou como barítono, rapidamente passando ao registo agudo, de tenor.
Casos há, porém, em que os intérpretes não chegam a optar por um registo dominante, abordando papeis de registos diferentes, ao longo de anos (vide Bumbry, ora Tosca, ora Abigaille, ora mezzo-verdiano - Amneris, Eboli -, Dimitrova, que acumulava Amneris com Turandot e Meier, hoje Isolda, amanhã Eboli, depois Kundry, Santuzza...)
Vem esta prosa a respeito desta notícia, onde se anuncia uma encarnação baritonal de Domingo, que interpretará Simon Boccanegra, da ópera homónima de Verdi.
Em abono da verdade, a voz de Plácido Domingo sempre revelou traço baritonais, circunstância que determinou a sua cruzada feliz pelo território heldentenor - Siegmund, Parsifal, Tannhäuser, a par do recente Tristan (que jamais abordou em cena) -, paralela ao notável investimento na área do tenor lirico-spinto, de que o papel titular de Otello constitui o exemplo sumo, a meu ver.
Em Domingo, a idade tem vindo a escurecer a voz, a olhos vistos.
A citada notícia, que dá como certa sua encarnação de Boccanegra, embora não me invada de perplexidade, suscita-me algum receio.
Em 2001, assisti deslumbrado ao seu Parsifal, numa inesquecível récita no Met.
Na época, já com sessenta anos em cima, a sua extraordinária veia artística permitiu-lhe assumir um papel absolutamente identificado com a inocência e puerilidade.
Todos sabemos que o tenor espanhol se gaba da sua invulgar extensão em matéria de repertório - em tempos, creio que mantinha, no activo, mais de 100 papeis distintos! Inesgotável, Domingo tem ainda a seu cargo a direcção artística de duas óperas americanas, para além de reger orquestras, como maestro...
Dir-me-ão que este carácter hipomaníaco coexiste com sinais de humildade. Assim é.
De facto, depois de se ter comprometido a assumir, em cena, Tristan, sob a batuta de Baremboim, em Bayreuth, o intérprete recuou, revelando que tal encarnação seria fatal para a sua voz.
Fez um compromisso, acedendo a interpretar o herói wagneriano, apenas em disco, com Pappano. Fez muito bem!
A infatigabilidade e hiperactividade - termo tão em voga - de Plácido Domingo, a par da sua longevidade vocal e cénica, em termos psicológicos, devem ser lidas, obviamente, no registo da hipomania, que clinicamente se encontra nos antípodas da depressão.
Em boa verdade, sabe-se que a mania e suas variantes clínicas - hipomania, inclusive - mais não são do que defesas contra a depressão.
Pergunto-me, então, se este investimento em novos territórios não constitui uma negação do envelhecimento, tributário do declínio, materializando uma eficaz luta contra as angústias de morte, que acompanham o indivíduo, quando a eternidade se desvanece - lá pelos cinquenta e muitos, sessenta anos, digo eu.
Posto isto, com ou sem hipomania, só posso desejar-lhe felicidades na sua encarnação baritonal verdiana.
Aqui para nós, lá para os setenta - que não tardam muito... - ainda vai dar cartas como Iago!
É esperar...
By the way, fica um esclarecimento: Domingo iniciou a sua carreira como barítono, rapidamente transitando para o registo de tenor, qual Carlo Bergonzi.
Tratar-se-á de um regresso às origens???
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Stein encena a Trilogia de Tchaikovsky
Nesta entrevista, Peter Stein discorre sobre o seu trabalho em torno de Tchaikovsky, a cuja trilogia, baseada em Pouchkine – Mazeppa, Evgeni Oneguin e A Dama de Espadas -, a Opera National de Lyon tem dedicado um espaço de relevo.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
C&C
Calleja e Ciofi, em Paris, aquém ou além da fusão...
Mais um filão ou a prova da inverosimilhança da simbiose, tão almejada por duos como Villanzon/Netrebko???
Mais um filão ou a prova da inverosimilhança da simbiose, tão almejada por duos como Villanzon/Netrebko???
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
L'air du temps...
A princípio - início da década -, a leitura de DIAPASON requeria, no mínimo, 8 horas de leitura. Desde há cerca de um ano, quinze minutos são mais do que suficientes...
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
Don Giovanni...
O Don Giovanni de Haneke, na temporada passada, à Garnier, foi apupado.
Espantosamente, a mesma produção / elenco - sem Delunsch como Donna Elvira, apenas - / encenação, fez furor, à Bastille, cette fois...
Quoi en dire?!
Espantosamente, a mesma produção / elenco - sem Delunsch como Donna Elvira, apenas - / encenação, fez furor, à Bastille, cette fois...
Quoi en dire?!
domingo, 21 de janeiro de 2007
Amor com amor se paga ;-)
Tarde e a más horas, aqui vai uma palavra de merecido destaque a Linha dos Nodos, da autoria do meu caro amigo David, seguramente um dos meu predilectos blogs!
Sem fel, nem azedume, com elevado sentido crítico e grande elevação, DL discorre sobre ciência, política, arte... e Bach, sempre Bach...
Um grande abraço, meu caro.
Sem fel, nem azedume, com elevado sentido crítico e grande elevação, DL discorre sobre ciência, política, arte... e Bach, sempre Bach...
Um grande abraço, meu caro.
(A Torre de) BABEL
O episódio da Torre de Babel reenvia-nos ao Livro do Génesis.
No dito episódio, Deus pune a ousadia do homem - que empreendera a construção de uma torre que o levasse aos céus -, condenando-o ao desentendimento.
Assim explica a bíblia a profusão de idiomas, profusão essa tributária de uma comunicação-falha, imperfeita.
O gesto divino - porque punitivo - é da ordem da castração, sendo secundário a uma omnipotência aspirada: o homem que anseia por chegar a Deus, num movimento de identificação, é ferozmente castigado pelo Criador, que assim o remete à sua condição terrena, de criatura errante e, sobretudo, finita e mortal.
Este notável filme constitui, do meu ponto de vista, uma actualização do episódio da Torre de Babel. Uma sucessão de acontecimentos - não raras vezes mal interpretados... - gera episódios onde o não-entendimento e a falha na comunicação são centrais.
Como pano de fundo, temos a perda: entre a perda efectiva e a ameaça da mesma, todos os personagens circulam.
A ansiedade depressiva - que lado a lado com a castração define a natureza humana - é comum a todas as sub-tramas da película.
No filme, apreciei o enfoque na inexorável finitude, na sensibilidade à dor depressiva - por vezes dilacerante -, na incompletude, na falha...
A não perder!
quarta-feira, 17 de janeiro de 2007
Disse-me um passarinho...
... que a DECCA acaba de editar (mais) uma colectânea Tebaldi.
Enquanto a EMI explora indecentemente o filão CALLAS, a DECCA rentabiliza os filões PAVAROTTI e TEBALDI.
Aqui para nós, creio que esta edição se destina, sobretudo, a fans de Renata Tebaldi, grupo onde não me encontro...
Para mais detalhes, clique aqui.
Enquanto a EMI explora indecentemente o filão CALLAS, a DECCA rentabiliza os filões PAVAROTTI e TEBALDI.
Aqui para nós, creio que esta edição se destina, sobretudo, a fans de Renata Tebaldi, grupo onde não me encontro...
Para mais detalhes, clique aqui.
Dr. House
Dr. House é uma série americana, de estrutura rígida e altamente previsível: a acção gira em torno de um médico sabichão, excêntrico e irascível, que dirige uma equipa médica, a quem são entregues os casos de difícil diagnóstico.
Até aqui, nada de novo!
A clínica (incluindo a psicanalítica...) está saturada de super-homens, que tudo diagnosticam e tudo curam...
Na série, é sobretudo a dimensão omnisciente do clínico que se destaca.
Com maior ou menor dificuldade, o olho clínico de House não falha, nunca.
Paradoxalmente, o que mais aprecio na figura do Dr. sui generis é a sua falha.
House padece de uma maleita que lhe provoca uma intensa dor na perna direita, razão pela qual coxeia.
Não fora a falha da perna, dir-se-ia que o médico bordejava a perfeição...
A perna imperfeita - que mais não é do que a marca humanizante da castração, na sua acepção simbólica, tal como Freud a descreveu -, espantosamente, permite que House aceda ao reino da neurose: o destino do neurótico, invariavelmente, passa pelo reconhecimento da sua imperfeição, da sua falha.
É a falha que humaniza e estrutura o psiquismo mais elaborado.
A assunção da falha - o destino de todos nós - encontra-se, pois, nos antípodas da omnisciência e da perfeição tirana, sendo que estas formam uma equação.
Até aqui, nada de novo!
A clínica (incluindo a psicanalítica...) está saturada de super-homens, que tudo diagnosticam e tudo curam...
Na série, é sobretudo a dimensão omnisciente do clínico que se destaca.
Com maior ou menor dificuldade, o olho clínico de House não falha, nunca.
Paradoxalmente, o que mais aprecio na figura do Dr. sui generis é a sua falha.
House padece de uma maleita que lhe provoca uma intensa dor na perna direita, razão pela qual coxeia.
Não fora a falha da perna, dir-se-ia que o médico bordejava a perfeição...
A perna imperfeita - que mais não é do que a marca humanizante da castração, na sua acepção simbólica, tal como Freud a descreveu -, espantosamente, permite que House aceda ao reino da neurose: o destino do neurótico, invariavelmente, passa pelo reconhecimento da sua imperfeição, da sua falha.
É a falha que humaniza e estrutura o psiquismo mais elaborado.
A assunção da falha - o destino de todos nós - encontra-se, pois, nos antípodas da omnisciência e da perfeição tirana, sendo que estas formam uma equação.
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
A Medeia de Dusapin
No tocante à criação lírica, Dusapin serve-se do material clássico: lado a lado com Fausto (de Marlowe, antecessor do de Goethe), figura Medeia, revisitada por Heiner Müller, agora em digressão.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
Gatinhar...
... em minimal repetitivo, daria gatinhar - gatinhar - gatinhar - gatinhar.
A 9 de Janeiro de 2007, ano da Graça do Senhor, Tiago Palaré Galamba de Almeida lança-se, em definitivo, na aventura quadrúpede; sem receios.
Receios e temores tem o pai, a rodos, que doravante não mais terá sossego...
Na foto, derreado, o pai sustém a cria, que teima em prosseguir a sua exploração.
"Onde está o libreto, papá? Onde está o libreto?!"
A 9 de Janeiro de 2007, ano da Graça do Senhor, Tiago Palaré Galamba de Almeida lança-se, em definitivo, na aventura quadrúpede; sem receios.
Receios e temores tem o pai, a rodos, que doravante não mais terá sossego...
Na foto, derreado, o pai sustém a cria, que teima em prosseguir a sua exploração.
"Onde está o libreto, papá? Onde está o libreto?!"
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Gelb & Brossmann
sábado, 6 de janeiro de 2007
Sopranos Dramáticos & Beleza
O soprano dramático - Isolda, Brunnhilde, Elektra, Turandot - tem como principal atributo o volume vocal.
A voz tem de ser grande e ampla, penetrante e densa. Requer-se robustez e envergadura físicas.
Raramente encontramos um timbre sedutor num soprano dramático - Flagstad é uma excepção!
O mor das vezes, dada a natureza das exigências descritas, esta categoria de sopranos peca pela bestialidade da compleição física...
Uma excepção? Apenas me ocorre Gwyneth Jones, seguramente o mais belo soprano dramático que alguma vez conheci.
Tanto quanto sei, foi a última Brunnhilde do século XX (vide Das Ring, segundo Boulez / Chéreau, em dvd, de preferência) e uma colossal Turandot. Nos anos 1990, em declínio, sem grande sucesso - ao que sei... - foi Isolde e uma extraordinária Elektra.
A voz tem de ser grande e ampla, penetrante e densa. Requer-se robustez e envergadura físicas.
Raramente encontramos um timbre sedutor num soprano dramático - Flagstad é uma excepção!
O mor das vezes, dada a natureza das exigências descritas, esta categoria de sopranos peca pela bestialidade da compleição física...
Uma excepção? Apenas me ocorre Gwyneth Jones, seguramente o mais belo soprano dramático que alguma vez conheci.
Tanto quanto sei, foi a última Brunnhilde do século XX (vide Das Ring, segundo Boulez / Chéreau, em dvd, de preferência) e uma colossal Turandot. Nos anos 1990, em declínio, sem grande sucesso - ao que sei... - foi Isolde e uma extraordinária Elektra.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
Vinheta Clínica: The Departed
Uma narrativa absolutamente subordinada à lógica persecutória: a desconfiança é rainha e a conspiração triunfa, sob um fundo paranóico, num universo dominado pela urdidura, repleto de maus objectos (tal como Melanie Klein os definiu).
terça-feira, 2 de janeiro de 2007
2007 - desejos...
Do fundo da minha límpida e pura alminha, desejo que os anseios da doce Floribella se tornem realidade.
Com emoção e uma lágrima que teima em brotar de meus olhinhos, convido o leitor a reflectir sobre a densidade das sábias e sentidas palavras da piquena heroína.
Se o grande Verdi estivesse entre nós, não resistiria a fazer uma ópera, com base na eloquente trama que dá pelo nome de Floribella.
Posto isto, eis a mais sábia e comovedora letra que alguma vez escutei, Pobres dos Ricos, de seu nome:
"POBRES DOS RICOS, QUE TANTO TÊM
P’RA QUE É QUE SERVE TANTO DINHEIRO
POIS FALTAM SONHOS, FALTA VONTADE
FALTA O TEMPO E A LIBERDADE
VIVEM COM MEDO DE PERDER ALGO
MUITA ARROGÂNCIA E MUITA GANÂNCIA
FALTA O TEMPO E A ESPERANÇA
FALTA A ALEGRIA E O SOL DA MANHÃ
POBRES DOS RICOS, QUE SEM VERDADE
VIVEM A VIDA SEM LIBERDADE
NÃO TENHO NADA
MAS TENHO, TENHO TUDO
SOU RICA EM SONHOS
E POBRE, POBRE EM OURO
POIS NÃO ME IMPORTA
POIS SÓ POR TER DINHEIRO
NÃO COMPRO AMIGOS, ESTRELAS
UM AMOR VERDADEIRO
EU TENHO SORTE, POIS SENDO POBRE
SOBRA-ME TEMPO E TENHO SONHOS
POIS TENHO O MUNDO NA MINHA MÃO
NÃO HÁ TRISTEZAS NEM SOLIDÃO
VEM TER COMIGO, VAMOS CANTAR
POIS NUNCA É TARDE PARA SONHAR
POIS TENHO TODO O TEMPO DO MUNDO
PORQUE ME SOBRA CADA SEGUNDO
TUDO O QUE TENHO É DIVIDIDO
O MELHOR DA VIDA SÃO OS AMIGOS..."
O que dizer do refrão? Quanta singeleza, quanta sapiência!
A materialização da pobreza-honrada-salazarista!
Moral da história: Silicon Valley - leia-se Ana Malhoa - tem munnnnto que aprender com esta doce menina!!!
Com emoção e uma lágrima que teima em brotar de meus olhinhos, convido o leitor a reflectir sobre a densidade das sábias e sentidas palavras da piquena heroína.
Se o grande Verdi estivesse entre nós, não resistiria a fazer uma ópera, com base na eloquente trama que dá pelo nome de Floribella.
Posto isto, eis a mais sábia e comovedora letra que alguma vez escutei, Pobres dos Ricos, de seu nome:
"POBRES DOS RICOS, QUE TANTO TÊM
P’RA QUE É QUE SERVE TANTO DINHEIRO
POIS FALTAM SONHOS, FALTA VONTADE
FALTA O TEMPO E A LIBERDADE
VIVEM COM MEDO DE PERDER ALGO
MUITA ARROGÂNCIA E MUITA GANÂNCIA
FALTA O TEMPO E A ESPERANÇA
FALTA A ALEGRIA E O SOL DA MANHÃ
POBRES DOS RICOS, QUE SEM VERDADE
VIVEM A VIDA SEM LIBERDADE
NÃO TENHO NADA
MAS TENHO, TENHO TUDO
SOU RICA EM SONHOS
E POBRE, POBRE EM OURO
POIS NÃO ME IMPORTA
POIS SÓ POR TER DINHEIRO
NÃO COMPRO AMIGOS, ESTRELAS
UM AMOR VERDADEIRO
EU TENHO SORTE, POIS SENDO POBRE
SOBRA-ME TEMPO E TENHO SONHOS
POIS TENHO O MUNDO NA MINHA MÃO
NÃO HÁ TRISTEZAS NEM SOLIDÃO
VEM TER COMIGO, VAMOS CANTAR
POIS NUNCA É TARDE PARA SONHAR
POIS TENHO TODO O TEMPO DO MUNDO
PORQUE ME SOBRA CADA SEGUNDO
TUDO O QUE TENHO É DIVIDIDO
O MELHOR DA VIDA SÃO OS AMIGOS..."
O que dizer do refrão? Quanta singeleza, quanta sapiência!
A materialização da pobreza-honrada-salazarista!
Moral da história: Silicon Valley - leia-se Ana Malhoa - tem munnnnto que aprender com esta doce menina!!!
NAXOS - Novidades, Janeiro 2007
As reedições NAXOS continuam a dar que falar!
Para o mês corrente, nada mais, nada menos do que uma colectânea de Lauritz Melchior e dois integrais da dupla Callas / Serafin: Aïda e Rigoletto.
A não perder!!!
Para o mês corrente, nada mais, nada menos do que uma colectânea de Lauritz Melchior e dois integrais da dupla Callas / Serafin: Aïda e Rigoletto.
A não perder!!!
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
Teatro alla Scala - Candide
Depois do escândalo Alagna, é agora a vez da escandaleira Candide (Bernstein).
A pretexto de uma polémica encenação - onde Berlusconi é ridicularizado, lado a lado com outras figuras de estado da cena mundial -, eis que, d´un coup, Lissner decide anular a produção da ópera Candide!
Algo vai mal pelas bandas de Milão.
Será legítimo apelar-se ao regresso de Muti???
A pretexto de uma polémica encenação - onde Berlusconi é ridicularizado, lado a lado com outras figuras de estado da cena mundial -, eis que, d´un coup, Lissner decide anular a produção da ópera Candide!
Algo vai mal pelas bandas de Milão.
Será legítimo apelar-se ao regresso de Muti???