sábado, 27 de março de 2010

Hamlet - Met Opera House


(Simon Keenlyside como protagonista de Hamlet, de Thomas, Met, Março de 2010)

Hamlet, de Ambroise Thomas, é uma ópera de mediana qualidade, apenas merecedora da nossa atenção por um monólogo – o do protagonista – e pela célebre cena de loucura, de Ofélia.

Este artigo aborda, justamente e de modo exaustivo, a adaptação operática da magistral peça homónima de Shakespear. Hamlet é, pois, uma peça de teatro crucial. Já a ópera...

Contudo, quando o protagonista da ópera em questão é Simon Keenlyside, tudo ganha outro brilho. Keenlyside é um intérprete refinado, de voz bela, imensamente lírica e graciosa. A figura é o que se sabe e vê.

Por Keenlyside, sobretudo, vale a pena assistir a este Hamlet.





4 comentários:

  1. Creio que é a produção do dvd de Barcelona que teve origem com os mesmos cantores em Geneve há mais de anos atrás. Já cá tive oportunidade de elogiar o dvd que é um dos mais equilibrados e merecedores de atenção da minha coleção.

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  2. Eu devo confessar que, a primeira vez que contactei com esta ópera, passou-me completamente ao lado. Gradualmente, fui ganhando algum apreço pela mesma, embora concorde com a sua mediania em termos globais.

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  3. Simon Keenlyside, cujo modelo de barítono é Tito Gobbi, é uma voz grande na ópera, mas peca de uma certa contensão pelo que um pouco mais de paixão no que canta seria melhor. Acho também que é fruto de uma certa promoção da crítica britânica chauvinista que nos querem vender a Baker como o melhor mezzo depois da Christa Ludwig ou as "genialidades" da música de Elgar e Britten. Mas sem dúvida que Simon Keenlyside é um grande cantor.
    Quanto ao seu Hamlet não podia estar em melhores mãos. Pena é que a ópera não lhe dê uma boa ária. A produção londrina de há uns anos que o juntou a Natalie Dessay e que está disponível em dvd mostra uma noite em que por melhor que o barítomo vá, e vai muito bem, é completamente eclipsado pela Ofélia da Dessay que aí começa talvez a sua excepcional carreira ao mostrar como as coloraturas não são apenas uma técnica, mas que servem o drama. Provavelmente esta Ofélia já não seria a mesma se a grande cantora francesa estivesse presente nas récitas referidas no poster.
    A música do Hamlet, muito francesa, cheia de texto, não tem nenhum génio e é muito cerebralista, mas ouvindo-a várias vezes começamos a encontrar bons momentos. Não tem música banal, mas falta-lhe inspiração em diversas passagens. Verdi achava que do Hamlet não se podia fazer um bom libreto e, na verdade, a ópera do director do Conservatório de Paris (Ambroise Thomas) é muito comprida, porque ele quer "contar tudo".
    RAUL

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  4. Raul
    Excelente apreciação do Simon e do Hamlet. Gosto muito deste cantor que é o exemplo que mesmo sem uma voz bonita ou "grande" com trabalho, estudo e inteligência se pode fazer uma grande carreira.

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