(OPUS ARTE - OA 0996 D)
A Salome de McVicar fez furor em Covent Garden, por ocasião da sua estreia. Segundo rezam as crónicas, Nadja Michael é a intérprete ideal do papel titular da mesma ópera de Richard Strauss.
Pelas bandas dissolutas, devo adiantar que, nem a encenação de McVicar, nem a interpretação de Michael ficarão na história, a não ser pelas piores razões...
David McVicar baseia-se em Pasolini – no deplorável Saló – para recriar Salome. Embora longe do abjecto ambiente de Pasolini, o encenador inglês não resiste a impregnar o seu trabalho de detalhes gratuitos e estéreis, subsidiários da perversão. Nesta mise-en-scène, o papel (mudo) do carrasco tem uma visibilidade inusitada e inexplicável, surgindo o mesmo como sodomita!
Apesar do requinte reinante – no guarda-roupa, nomeadamente -, a encenação pouco criativa limita-se a repisar terrenos volvidos: o clima (pasoliniano) conspurcado dos lavabos, situados na cave – onde decorre a trama -, que contrasta com o ambiente requintado da superfície, límpida e arrumada.
No plano interpretativo e vocal, pouco há a enaltecer, sobretudo pela reinante mediania das performances. Michael (Salome) parece um contralto – já imaginou o leitor uma Lucia interpretada por Ewa Podles? -, com agudos deselegantes e forçados, Moser (Herod) peca pela falta de folgo e Volle (Jokanaan) funde-se com a mediocridade.
Absolutamente dispensável, enfim...
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(2,5/5)
Eu nada posso adiantar em relação à Salomé. trouxe para ver nas férias a gravação em dvd com a malfitano, entre muitas outras coisas. mas o que queria comentar é o seguinte. as pessoas que por vezes fazem os comentários têm memória curta! e se pensarmos bem, até o mais dispensável dos filmes consegue receber sempre uma recomendação nem que seja de um jornal de escola algures no meio da América que serve para vir em destaque nas capas dos respectivos dvds como forma de promoção.
ResponderEliminarReconheço e dou muito valor à opinião de críticos e amantes das coisas, como por exemplo a sua opinião, mas em ultima instância, o que valorizo mesmo é a minha experiência pessoal. =)
blogger,
ResponderEliminarOutra coisa não seria de esperar! Quanto à Malfitano, atenção que há duas! A do Covent Garden tem demasiado vibrato, mas é fabulosa! E depois, tem o melhor João Baptista de que há memória ;-)
exacto! é essa mesma, com o Terfel.
ResponderEliminarhello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....
ResponderEliminar...eu bem lhe disse, Dissoluto.
ResponderEliminar...eu bem lhe disse!...
Fiquemos então, por enquanto com a Stratas, Varnay, Weikl, Beirer, Friedrich/Bohm e com as duas Malfitano: Deutsche StaatsOper Berlin Sinopoli/Estes/Rysanek/Hiestermann ou Silja/Terfel/Von Dohnányi-Bondy Covent Garden.
Não sei se a EMI vai querer ou a Salome da Mattila no Met ou a acabadíssima de estrear Stemme no Liceo de Barcelona.Esperemos novas... :-/
Mas o maldito Euro-trash é que... GRRRR!!... Estraga tudo! :-[
See Ya.
Do seu,
LG
Caro mr. LG,
ResponderEliminarcomo eu o compreendo relativamente ao euro-trash...
Seja como for, na minha modesta opinião, os registos vídeo da Salomé a possuir são o filme com Stratas e a gravação de Covent Garden com a Malfitano. Além disso, o facto de Terfel ser simplesmente um dos melhores intérpretes do Jokanaan das últimas décadas não atrapalha nada.
Caro Hugo Santos:
ResponderEliminar... bem até pelo contrário! :-)
E concordo plenamente consigo. :-)
Um abração.
See ya.
Cumprimentos e saudades aqui pró Dissoluto de serviço. ;-)
LG