(DG 00289 477 5336)
Meses volvidos sobre a aquisição deste disco, a ele regresso, a pretexto de uma opinião. Regresso invariavelmente a Terfel, sempre movido pelo deslumbramento. São assim, as figuras maiores...
Terfel consagra este registo, em exclusivo, à English song, abarcando compositores britânicos do final do século XIX. Britten e Vaughan Williams figuram entre os mais destacados, constituindo o segundo um eterno retorno para o intérprete (vide, nomeadamente, DG 445 946-2).
Não hesito, um segundo, em repetir a minha confessa quase absoluta parcialidade, quando de Terfel se trata.
Para a posterioridade, gravou um Figaro de antologia, sob a direcção de Gardiner (ARCHIV 439 871-2) - a que aludi aqui -, todos os papeis de baixo-baritono de Don Giovanni, qual deles o mais pleno e, num registo diametralmente oposto, dois Jochanaan divinos (DG 431 810-2 e DECCA 444 178-2), para não falar do papel titular de Falstaff, disponível em video (BBC OPUS ARTE OA 0812 D) e cd (DG 471 194-2), cuja interpretação não tem, na actualidade, a mais discreta sombra de rival!
Aos quarenta anos, rien que ça, voilà!
Pelo caminho, ficam momentos menos felizes, ditados pela pressão editorial, que me escuso de elencar... Duos com Celine Dion e Andrea Bocceli... Enfim...
A few post ago, fiz referência a uma extraordinária interpretação de lieder de Schubert, a cargo do barítono galês. Regressando ao domínio intimista da canção, neste registo, uma vez mais, Bryn Terfel transcende-se.
A voz - colossal, mas dócil, cheia e plena, mas invariavelmente delicada -, cujo timbre irradia humanidade, mantém a sua invulgaríssima plasticidade: cada poema, cada canção conta com uma emissão única, ora terna, ora maniforme, ora contida.
Prodigiosa, também, é a expressividade deste interprete, que retrata estados de alma radicalmente dispares como quem muda de roupa: da euforia desconcertante e contagiosa de Money, O! (faixa 24), transita para a absoluta contenção, ditada por The Lord´s Prayer (faixa 25).
Extraordinário, extraordinário, extraordinário!
Aprecio, igualmente, o risco da escolha do repertório, maioritariamente desconhecido do grande público. Ainda assim, o mérito deste registo radica numa soberania interpretativa singularíssima (que deveria fazer escola), apoiada em dotes histriónicos homeopáticos, e veiculada por uma das mais belas vozes de barítono que conheço!
(aqui para nós, se Terfel tivesse nascido há setenta anos, Fischer-Dieskau não teria brilhado sozinho...)
Antes de mais, who r u? Hugo?...
ResponderEliminarBom, em boa verdade, não me fascinam as interpretações étnicas de Terfel, mas não conheço suficientemente bem o cd em questão...
Quanto a Terfel, é sem dúvida um colosso! Também os meus sonhos contam com a sua soberana presença ;-)
Quando conhecer melhor a obra em questão, opinarei!
Fala-se em etnicidade e la vem o Etnomusicólogo à baila. Apraz-me constatar a proximidade (também física) dos apreciadores de música em geral (e de ópera e Terfel em particular). Caro Punito, gostaria ainda de acrescentar que falei com a Teresa cascudo que manda saludos a partir da Uni Rioja. Para a semana a lista
ResponderEliminarHugo
Deus meu! A ansiedade paranóide tomou conta da minha pessoa!!! Mas afinal, myhiraeth, quem és tu?!
ResponderEliminarCaríssimo Hugo, a Teresa disse-me que falaram da minha pessoa ;-))
ResponderEliminarAbraços e volta sempre (com ou sem lista)