sábado, 2 de junho de 2012

Três reedições suculentas!!!




11 comentários:

  1. Mr. LG, el Mister23 junho, 2012 23:52

    É o último dos Tristans oficiais a ser recomendado.
    Solti e John Culshaw, o produtor da Decca ao tempo e que muita lenda deixou, preocupados só com o som, e nota-se um Solti pouco individualista e inspirado. Uma Nilsson que quando abre a boca arrasa com uma frota de camiões da TIR ;-D :-D :-)))
    Muito melhor estará com Boehm, tanto em Bayreuth66 como nos Chorégies d´Órange73. Questão de amadurecimento da personagem, sem dúvida nenhuma.
    Krause e Van Mill impecáveis. Resnik no limite de nos convencer que é uma Aia. Nos dias seguintes da sua carreira, caia nas agressivas Carmens, Orlofskys, Herodias e Clitemnestras.
    O problema sempre esteve em Uhl. Sempre foi literalmente MASSACRADO por todos: desde Solti, que quase o afoga no meio daquele oceano sonoro até à crítica que nunca gostou dele e sempre o desprestigiou face a Windgassen e a Vickers e até a Domingo com Pappano (EMI). Claro que Uhl perde face a estes senhores, mas defende o papel com valentia, dignidade e muita capacidade. Ora escute-se…!
    … se hoje houvesse um Uhl, Florian Vogt, Kaufmann e Hunter Morris que se cuidassem :-|

    Quanto às outras duas versões aqui apresentadas: o 2º Falstaff de Verdi/Karajan… perde por ser exactamente a sua segunda versão desta Ópera. A versão Gobbi, Schwazkopf, Barbieri, Panerai em Ford, Walter Legge produtor (EMI) tem muitos mais defensores do que esta. Mas gostaria de ouvir Kabaivanska como Alice. :-):-)

    O outro Fidelio é dos idos de 90, mas dele nunca lhe escutei nada.
    That´s all, in my humble opinion.
    LG

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  2. Caro Mr.LG,

    congratulo-me por voltar a saudá-lo!

    Relativamente ao Tristan dirigido por Solti, para além do timbre excessivamente lacrimoso de Uhl, lamenta-se a insuficiente maturação dramática de Nilsson, bem como a bombasticidade relativamente vácua do maestro romeno, encimados por uma distribuição vocal deficitária em coesão.

    A segunda incursão de Karajan pela derradeira obra cénica verdiana, enferma de uma excessiva imponência teutónica, não obstante a idiomática prestação outonal de um soberbo Taddei e as estimáveis presenças de Kabaivanska, Ludwig, Araiza e Schimdt.

    Afortunadamente, possuo um registo que documenta o "John Falstaff Cavaliere" do barítono italiano em pleno ápice vocal, conquanto a qualidade sonora seja algo diminuta: Taddei, Capecchi, Petrella, Stignani, Moffo, Alva, Pirazzini; Mario Rossi (Nápoles, 1956).

    Existe, igualmente, uma gravação oriunda dos estúdios da RAI de Turim, datada do início do decénio supracitado (1950), bem como uma versão vídeo contemporânea de ambas (1956).

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  3. Nunca ouvi este Tristão e este Fidélio. Quanto ao Falstaff, ele corresponde a representações em Salzburgo, de que tenho o LaserDisc (o pai do dvd). O Taddei com 62 anos dá um Falstaff magistral. A Ludwig "idem, aspas aspas". A récita é um encanto e recomendo-a vivamente, se existe em dvd, que me parece ser verdade.
    Caro Hugo Santos, possuo o dvd da versão video de 1956 com um elenco de luxo (Carteri, Barbieri, Moffo,...) e a da Cetra de 1950, que mostra como naquela época com nomes menos sonantes, fora o Taddei e a perfeita voz da Lina Pagliughi, se podia fazer tão boa ópera.
    Embora seja um incondicional da voz do Taddei e considere o seu Falstaff, como o seu Rigoletto e o seu Iago obras-primas da interpretação verdiana, a "taça" vai para Tito Gobbi que compõe um Sir John tão perfeito que só comparável à Tosca da Callas ou à Isolda da Flagstad. O pormenor com que Gobbi disseca a personagem, e estou a falar da versão Karajan, é único.

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  4. Caríssimo Raul,

    possuo, igualmente, esse modelar registo em suporte digital. Um verdadeiro festim de copiosa exuberância dramático-vocal. Como olvidar, a mero título ilustrativo, a deliciosa "cena de sedução" entre Falstaff e Alice Ford com Taddei e Carteri logrando alcançar sucessivos pináculos de idiomatismo e frescor vocal.

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  5. Por involuntário lapso, omiti uma outra versão protagonizada por Taddei, que preserva a sua assunção do papel de Falstaff em assinalável forma. Trata-se de uma subsequente incursão pelos estúdios da RAI, desta feita em Roma, a 14 de Março de 1959, cujo elenco contempla Aldo Protti, Rosanna Carteri, Nicola Monti, Oralia Dominguez, Anna Maria Canali e o lírico-spinto Ana Maria Rovere em Alice Ford, sob a égide de Mario Rossi.

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  6. Mr. LG, el Mister26 junho, 2012 17:14

    Hugo Santos,
    Tenho que lhe confessar que a última obra-prima do nosso guru espiritual de Roncole- Busseto-Parma, ossia il MAESTRO! Verdi, não é das minhas mais frequentadas em audição, mas, obviamente, já foi bem escutada várias vezes e possuo a versão clássica que toda a gente já ouviu e possui:
    Falstaff ~ Gobbi • Schwarzkopf • Moffo • Karajan produtor: Walter Legge. Gravação em estúdio- Junho de 1956 (Great Recordings of the Century EMI)
    e uma outra dos idos de 90 para a RCA:
    Rolando Panerai, Alan Titus, Sharon Sweet, Julie Kaufmann, Frank Lopardo e a grande Marilyn Horne como Mistress Quickly, Orquestra Sinfónica e Coro da Rádio da Baviera e o maestro é Sir Colin Davis.
    De ambas possuo muitos boas impressões de audição. Talvez o único senão seja a mais dramática Sharon Sweet, a Alice de Colin Davis
    Das minha últimas incursões nesta obra, destaco o Falstaff Live At Glyndebourne de Junho de 2009 : Christopher Purves, Jennifer Holloway entre outros, contando com a fantastica Marie_Nicole Lemieux numa Quickly de antologia; Vladimir Jurowski a dirigir, DVDs da Opus Arte. Richard Jones, como encenador, faz um update nada despropositado e que até resulta muito bem, para a Merry Old England de finais dos anos 40/princípios de 50.
    Confesso que não possuo na minha videografia de nenhum Falstaff, mas se o tivesse, seria sem dúvida nenhuma: Mirella Freni , Paul Plishka , Marilyn Horne, Bruno Pola entre outros; James Levine a dirigir a Orq. e Coro do Met e a produção é a clássica de Franco Zeffirelli. Récita datada, acho eu, dos idos de 90. Os DVDs são da Deutsche.

    Também é um prazer renovado voltar a saúda-lo, caro Hugo Santos. E… se me permite, um pequeníssimo reparo: o maestro Georg Solti, Sir para que se conte ;-)) , é húngaro, não romeno como comentou a propósito do seu Tristan.
    That´s all, folks :-)
    LG

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Mea culpa, caro Mr.LG. Sir Georg não mereceria, de todo, um lapso desta magnitude :)

    Relativamente a alguns dos registo por si mencionados, detenho algum interesse face à versão dirigida por Colin Davis, pese embora, a generalidade das críticas seja muito pouco abonatória.

    Por seu turno, creio que a versão em DVD oriunda do MET constituir-se-á uma aquisição relativamente pacífica, conquanto Pola enferme de um instrumento algo anónimo e Plishka, em bom nível, enverede por uma abordagem generalizada.

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  9. Mr. Lg, el Mister27 junho, 2012 11:37

    Caro Hugo Santos,
    Não SE DEVE DAR SEMPRE OUVIDOS à Crítica.
    Se a sua bolsa tiver tempo (! See what i mean…) dê-lhe uma boa escutadela. Acho que merece bem a pena. :-)
    Atenção que Panerai nos idos de 80/90 como Falstaff já não é,obviamente, a frescura vocal dos Fifties como Ford para Karajan. Mas isso não o impede de desmerecer atenção nesta versão. Acho que amadurece bem a sua personagem de Falstaff, embora, para o bem e para o mal, estejamos longe do histrionismo de toda a espécie de Tito Gobbi.
    Torno a dizer que a vocalidade de Sharon Sweet não é nada agradável ao ouvido, considerando-se de uma personagem de comédia, como o é a Alice Ford.
    Quanto ao DVD, procuro sempre, ultimamente versões pacíficas, como diz e bem. Como já o aqui referi tantas vezes o Euro-trash é-me insuportável e autêntica perda de dinheiro quando se investe num DVD.
    Tivemos uma sorte com a última versão Glyndebourne Festival2009 R. Jones/V. Jurowski em que não se cai na violência Euro-trash.
    Atenção que para traz ficam uma versão de Solti/Gotz Friedrich com Bacquier (DG) que tem o grande mal de ser uma versão feita em estúdio e (re)cantada em lip-synch, em playback, portanto.
    Uma versão Muti com forças do Alla Scala e gravada, acho eu, num Teatro de Parma não desmerece de todo, bem até pelo contrário. Tem Frontali, Fritolli, Inva Mula e Diego Floréz (a ultima grande sensação da lírica) no elenco.
    Uma versão que ainda só deve existir em vídeo, e uma já dos idos de 80, é a que conta com Giulini no podium, Covent Garden, Ricciarelli, Bruson, Valentini Terrani, Hendricks. Devia-se-lhe dar maior atenção para uma reedição digna desse nome.
    Um Falstaff que o tive várias vezes na mão, mas nunca o adquiri, infelizmente (também não se pode ter tudo :-/ ) e que muita curiosidade sempre me causou: Vienna Philharmonic Orchestra, Dietrich Fischer-Dieskau, Erich Kunz , Rolando Panerai (+ 1 vez), Resnik(mais do que apropriada! :-) ), Ligabue, Oncina, Leonard Bernstein; CDs da CBS. Tenho uma fésada(;-D) que esta versão, sim, me levaria ao altar com Falstaff, embora nunca a tenha escutado. :-(
    Também há, que nunca escutei: G. Evans • Freni • Simionato • R. Merrill • Kraus • RCA Orch. • Solti (Decca)…
    Etc. etc. …
    Bigado pela atenção. :-)
    LG

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  10. Caro Mr.LG,

    em face da sua franca recomendação, ponderarei com maior empenhamento uma eventual aquisição da versão dirigida por Sir Colin Davis.

    No respeitante às demais gravações elencadas:

    Possuo o registo efectuado ao vivo em Viena (14 de Março de 1966) com um luxuriante Leonard Bernstein a dirigir idêntica distribuição. Mau grado um instrumento pouco congenial, Fischer-Dieskau, à semelhança da sua assunção do papel de Rigoletto, sucede na proposição de uma admirável interpretação de uma das mais emblemáticas figuras do cânone lírico italiano.

    Extremamente equilibrado e prazenteiro o elenco agregado por Muti em Busseto, no âmbito das comemorações do centenário verdiano (1901-2001). Um registo a considerar.

    A gravação vídeo oriunda de Covent Garden (1982) encontra-se disponível em suporte DVD com o selo NVC Warner. O inicial entusiasmo gerado pelo elenco artístico reunido, esbate-se ante a insuficiente jocosidade evidenciada pela leitura de Giulini.

    De entre as versões comerciais da ópera, a edição dirigida por Solti é a que, habitualmente, frequento com maior regularidade. O cariz tonítruo, amiúde, característico do maestro húngaro agrada-me sobremaneira nesta obra particular. A um nível diverso, estou em crer que será, porventura, inglório realçar qualquer intérprete face à inapelável excelência lograda pelo conjunto, pese embora, julgue de elementar justiça resgatar a modelar Alice Ford de Ilva Ligabue.

    Concluo, aludindo a uma estupenda gravação “live”, datada de 21 de Março de 1964, que preserva a estreia da célebre encenação da autoria de Franco Zeffirelli no MET, com Bernstein a dirigir um burbulhante Anselmo Colzani, encimando um elenco, em verdadeiro estado de graça, constituído por Mario Sereni, Gabriella Tucci, Regina Resnik, Luigi Alva, Judith Raskin e Rosalind Elias. Indubitavelmente, um dos meus Falstaff de eleição.

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  11. Mr. LG, el Mister28 junho, 2012 01:48

    Ena,
    tanta coisa boa e digna, Hugo Santos.
    esta última gravação que citou são os inícios da Produção Zeffirelli at the Met. Acho que a produção ainda lá anda. É a mesma da gravação DVD Met92 Levine * Plishka, Freni, Horne, Pola 92

    ... e agora, se quiser continuar a conversa, quanto a Tristan Und Isolde? o que me diz?... :-) ou não é de todo um wagneriano?
    Com afecto
    LG

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