Quem me dera ter o prazer de degustar esta gravação pela primeira vez! Acho que está nas minhas mãos há uns trinta anos. No início dos anos oitenta comprei o LP e depois quando vieram os CDs foi uma das primeiras a ser substituídas. Tito Gobbi, o melhor Simon que há memória, está nesta jóia de papel para barítono verdiano cantando o seu papel preferido, como o disse em vários depoimentos. A humanidade que a personagem requer atinge níveis inigualados pelo genial cantor, não só no dueto do primeiro acto como ao longo de toda a ópera. Boris Cristoff, timbre eslavo ao serviço de Verdi, dá imensa autoridade ao papel de Fiesco e os dois são as super-estrelas da gravação. Victoria de Los Angeles, numa rara intervenção verdiana, não está em”casa”, mas é sempre uma grande cantora. Giuseppe Campora é um excelente cantor assim como Walther Monachesi no Paolo, esse ensaio verdiano do Iago, como o li algures na crítica francesa. O “senão” da gravação é a direcção muito rotineira da orquestra, que ainda se torna mais rotineira se a compararmos com a fabulosa ditrecção de Claudio Abbado na versão DG onde o elenco é de superluxo: um rival fabuloso de Gobbi, Piero Cappucilli, o modelo do baixo verdiano, Nicolai Ghiaurov, a perfeita Amelia, Mirella Freni, o grande tenor Jose Carreras e o Paolo sem dúvida "iaguiano" do grande Jose van Dam.
Sorte a sua, Dissoluto. Onde o apanhou?... :-) Para comemorar um longo Julho de trabalho chato, andei às voltas na Net/Imprensa para saber as últimas do Lohengrin/Bayreuth/H. Neuenfels. Não me admira nada o que p´ra lá vai… :-( E também revisitei, por imposição própria e para comemorar o começo de tão merecidas holidays :-) , um dos DVDs novos cá da casa: Verdi - Messa da Requiem Symphonica Toscanini/Lorin Maazel com Anna Smirnova, Francesco Meli, Norma Fantini, and Rafal Siwek . Excelente som, logo o da 1ª pista LPCM Stereo, de pôr a casa abaixo!!... :-) Porque de resto, ninguém está isento de este espectáculo acabar por ser SÓ mais um bom Requiem de Verdi. *** , portanto. Neste momento e em degustação ando com um espectáculo que me escapou tantas vezes de o gravar no Mezzo, que o acabei por comprá-lo em DVD, em Madrid. Digo-lhe já que a curiosidade e a necessidade de o ver era bastante. Falo de Prokofiev – Guerra e Paz / Gary Bertini, Paris Opera. Enc. De Francesca Zambello, François Roussillon - Realizador. O elenco conta com Olga Gouriakova ,Nathan Gunn, Elena Zaremba, colando-se todos eles aos respectivos papéis de Natasha Rostov, Andrei Bolkonski e Princesa Elena tanto cenicamente como vocalmente como raramente vejo. Todos saudáveis do ponto de vista vocal; aqui sim, a vocalidade eslava na sua plena justificação. Jogam em casa. :-) Também por lá anda, e muito bem para a sua já consumada veteranice :-) ( se me permitem, não me ocorre agora a palavra mais adequada)Elena Obraztsova como Madame Akhrossimova. Acho que Zaremba já aqui fez no S. Carlos uma Carmen… Também no elenco estão M. Kit que fez aqui o Wotan da Walkure S. Carlos/G. Vick (prestação para esquecer… :-( ) Mamsirova, R. Brubaker. Ainda estou no início, mas prevejo um 5 em 5. A ver vamos… Aconselho-o vivamente a comprar este DVD, que eu apanhei já em nova edição Arthaus transferida da falecida TDK. Talvez se repita o “nosso” milagre Shostakovich - Lady Macbeth of Mtsensk (2006) Christopher Ventris , Eva-Maria Westbroek, Jansons, Kusej. Talvez… :-) Quanto ao Boccanegra, possuo SÓ em CD uma velha edição RCA Wiener Staatsoper Live Vienna State Opera Orchestra/ Claudio Abbado; Katia Ricciarelli, Veriano Luchetti, Renato Bruson, Ruggero Raimondi. Quanto a DVD é o do Met DG Simon Boccanegra / Levine, Te Kanawa, Plácido Domingo, Vladimir Chernov, Robert Lloyd, Metropolitan Opera (1995). É estranho. Nunca mais voltei a nenhuma destas duas versões e, portanto, ao Boccanegra verdiano. Falha minha, de uma total irresponsabilidade... verdiana, pois então. :-) Mea Culpa, confesso-o e imperdoável! Continuação de um bom verão, Dissoluto. Always, my best regards. LG
Caro Dissoluto, Não sei quanto pagou por estes 2CDs, mas a gravação faz agora parte da Naxos Historical e pode adquerir os CDs por 12 euros na representante da Naxos ao pé do tribunal da Boa-Hora. Hoje estive lá para encomendar o Lohengrin do par Melchior/Lehmann e vi este Simon Boccanegra.
Caro J. Ildefonso. Gratíssimo pela atenção prestada. Sei que Boccanegra é uma das criações favoritas de Verdi. Não é por nada que volta a esta Ópera, nos 80 do Séc. XIX, e com a ajuda de Arrigo Boito. Tal como Don Carlo, Verdi queria-lhe atribuir melhor destino, daquele que teve nos fins de 50, 60s e 70s do citado século. Reviu-a e é a versão que normalmente é adoptada nos Teatros e nas Gravações desta mesma Ópera. É a estreada em 1881. Sei que é o “Primus inter pares” do espectro baritonal verdiano; que tem que ter subtileza, finura mas perfeita audibilidade no “… Figlia” que conclui o Dueto do Iº Acto Boccanegra/ Amélia; que a partir de “Morte al Doge? Sta ben…” até ao Fim do Iº Acto, portanto a famosa cena da Sessão do Conselho/ Senado Genovês, Boccanegra é o DONO do palco e da Ópera. Todo este final, o seu “Sia Maledetto !” que conclui esta famosíssima Cena, tem que fazer tremer as paredes. Senão… não dá e não há Boccanegra p´ra ninguém :-D Mas… contrariamente ao DON CARLO… que eu considero a ÓPERA PERFEITA… …e já sei que lá nos recantos da minha mente Tristan UND Isolde, pois então, Brunnhilde, Sieglinde, Waltraute, Calaf, Turandot, Tosca, Mário Cavaradossi, Marechala, Sophie Faninal, Octavian, Nedda, Canio, Turiddu, Santuzza, Manrico, Azucena, Andrea Chénier, Madalena di Coigny, Werther, Charlotte, Parsifal, Gurnemanz, Kundry, CLYTEMNESTRA,ELEKTRA ,CHRYSOTHEMIS, etc., etc. já estão todos a protestar :-D :-D ;-) … mas voltando ao assunto, esta obra-prima verdiana nunca me seduziu a 100%. Atenção: Não só o ouvi duas vezes na vida. Várias vezes na Antena2 transmissões do Met; uma transmissão de Salzbourg, se não estou em erro, com C. Abbado a dirigir; lembro-me de ver também a Versão Solti/ Agache/ Te Kanawa/ Sylvester/ Covent Garden no antigo Canal Muzzik, actualmente o Mezzo. … Nunca me apaixonei pelo Simon, pronto … não sei… :-( … Parece sempre estar consignada à definição de uma Ópera muito Sui generis e desigual a nível de distribuição de vozes. Demasiada voz masculina… talvez. Quem sofre aqui muito é, indubitavelmente, a voz feminina: Maria/ Amélia Grimaldi não chega a ter o carisma de papel vocal feminino como o tem, desde o início da produção Verdiana Abigaille, até à derradeira, frágil e inocente Desdemona. Eu sei que esta “minha negligência” é um pequeno arrufo e falta de tempo para com SIMON, que eu pretiro em relação ao DON CARLO. Tenho que REVER isto, portanto. Mas sei e tenho a certeza de que quando apanhar DG ORIGINALS Verdi - Simon Boccanegra / Freni, Cappuccilli, Carreras, Ghiaurov, van Dam, Foiani, Teatro alla Scala, Abbado Vou pensar em “fazer chiar a minha carteira”. Ai vou, vou… :-D :-D Muito obrigado pelas vossas paciências, J. Ildefonso e você também caro Dissoluto ;-) All the Best. LG
Também eu me sinto fascinado pelo D. Carlos, ópera que prefiro ao Simão. É notório que o idioma musical do 2º acto não é o mesmo do resto da ópera visto não ter sido objecto de grandes alterações. Mesmo assim é uma ópera honesta que entusiasma muito especialmente na gravação referida, feita numa cervejaria!, que é um exemplo de um disco com elenco e direcção perfeita como há poucos a que justamente é conferido um estatuto histórico. Wagner não comento porque sou ignorante e qualquer outro dos elementos assiduos do blog pode dar pareceres muito mais apropriados e informados.
Um dos principais méritos da parceria Verdi/Boito, no que à revisão do Simon Boccanegra respeita, assenta na produção de uma obra assinalável, em termos dramáticos e musicais, capaz de se sobrepor a um enredo assaz intrincado, o qual Piave não sucedeu em adaptar de modo eficaz.
João Ildefonso, Embora o Prólogo e o Primeiro Acto do Simão Bocanegra sejam do melhor Verdi, é óbvio que a ópera não se pode comparar ao D. Carlos. É a grandiosidade desta, a profusão de árias e duetos soberanos, de que se destaca a extraordinária cena do Rei com o Grande Inquisidor, única na ópera italiana. Não há comparação, embora no Simão Bocanegra a construção do Prólogo, uma das partes criadas depois da revisão, seja genial e o dueto pai-filha e a grande cena do Palácio dos doges estejam entre as grandes criações verdianas. O final da ópera nas mãos do Claudio Abbado é de nos pormos em pé.
Quem me dera ter o prazer de degustar esta gravação pela primeira vez! Acho que está nas minhas mãos há uns trinta anos. No início dos anos oitenta comprei o LP e depois quando vieram os CDs foi uma das primeiras a ser substituídas.
ResponderEliminarTito Gobbi, o melhor Simon que há memória, está nesta jóia de papel para barítono verdiano cantando o seu papel preferido, como o disse em vários depoimentos. A humanidade que a personagem requer atinge níveis inigualados pelo genial cantor, não só no dueto do primeiro acto como ao longo de toda a ópera. Boris Cristoff, timbre eslavo ao serviço de Verdi, dá imensa autoridade ao papel de Fiesco e os dois são as super-estrelas da gravação. Victoria de Los Angeles, numa rara intervenção verdiana, não está em”casa”, mas é sempre uma grande cantora. Giuseppe Campora é um excelente cantor assim como Walther Monachesi no Paolo, esse ensaio verdiano do Iago, como o li algures na crítica francesa. O “senão” da gravação é a direcção muito rotineira da orquestra, que ainda se torna mais rotineira se a compararmos com a fabulosa ditrecção de Claudio Abbado na versão DG onde o elenco é de superluxo: um rival fabuloso de Gobbi, Piero Cappucilli, o modelo do baixo verdiano, Nicolai Ghiaurov, a perfeita Amelia, Mirella Freni, o grande tenor Jose Carreras e o Paolo sem dúvida "iaguiano" do grande Jose van Dam.
Sorte a sua, Dissoluto. Onde o apanhou?... :-)
ResponderEliminarPara comemorar um longo Julho de trabalho chato, andei às voltas na Net/Imprensa para saber as últimas do Lohengrin/Bayreuth/H. Neuenfels. Não me admira nada o que p´ra lá vai… :-(
E também revisitei, por imposição própria e para comemorar o começo de tão merecidas holidays :-) , um dos DVDs novos cá da casa: Verdi - Messa da Requiem Symphonica Toscanini/Lorin Maazel com Anna Smirnova, Francesco Meli, Norma Fantini, and Rafal Siwek . Excelente som, logo o da 1ª pista LPCM Stereo, de pôr a casa abaixo!!... :-)
Porque de resto, ninguém está isento de este espectáculo acabar por ser SÓ mais um bom Requiem de Verdi.
*** , portanto.
Neste momento e em degustação ando com um espectáculo que me escapou tantas vezes de o gravar no Mezzo, que o acabei por comprá-lo em DVD, em Madrid. Digo-lhe já que a curiosidade e a necessidade de o ver era bastante. Falo de Prokofiev – Guerra e Paz / Gary Bertini, Paris Opera. Enc. De Francesca Zambello, François Roussillon - Realizador.
O elenco conta com Olga Gouriakova ,Nathan Gunn, Elena Zaremba, colando-se todos eles aos respectivos papéis de Natasha Rostov, Andrei Bolkonski e Princesa Elena tanto cenicamente como vocalmente como raramente vejo. Todos saudáveis do ponto de vista vocal; aqui sim, a vocalidade eslava na sua plena justificação. Jogam em casa. :-)
Também por lá anda, e muito bem para a sua já consumada veteranice :-) ( se me permitem, não me ocorre agora a palavra mais adequada)Elena Obraztsova como Madame Akhrossimova.
Acho que Zaremba já aqui fez no S. Carlos uma Carmen…
Também no elenco estão M. Kit que fez aqui o Wotan da Walkure S. Carlos/G. Vick (prestação para esquecer… :-( ) Mamsirova, R. Brubaker.
Ainda estou no início, mas prevejo um 5 em 5. A ver vamos…
Aconselho-o vivamente a comprar este DVD, que eu apanhei já em nova edição Arthaus transferida da falecida TDK. Talvez se repita o “nosso” milagre Shostakovich - Lady Macbeth of Mtsensk (2006) Christopher Ventris , Eva-Maria Westbroek, Jansons, Kusej. Talvez… :-)
Quanto ao Boccanegra, possuo SÓ em CD uma velha edição RCA Wiener Staatsoper Live Vienna State Opera Orchestra/ Claudio Abbado; Katia Ricciarelli, Veriano Luchetti, Renato Bruson, Ruggero Raimondi. Quanto a DVD é o do Met DG Simon Boccanegra / Levine, Te Kanawa, Plácido Domingo, Vladimir Chernov, Robert Lloyd, Metropolitan Opera (1995).
É estranho. Nunca mais voltei a nenhuma destas duas versões e, portanto, ao Boccanegra verdiano. Falha minha, de uma total irresponsabilidade... verdiana, pois então. :-)
Mea Culpa, confesso-o e imperdoável!
Continuação de um bom verão, Dissoluto.
Always, my best regards.
LG
Caro MR.LG
ResponderEliminarExperimente então a gravação referida pela Raul. Pessoalmente não consigo imaginar melhor.
Caro Dissoluto,
ResponderEliminarNão sei quanto pagou por estes 2CDs, mas a gravação faz agora parte da Naxos Historical e pode adquerir os CDs por 12 euros na representante da Naxos ao pé do tribunal da Boa-Hora. Hoje estive lá para encomendar o Lohengrin do par Melchior/Lehmann e vi este Simon Boccanegra.
Caro J. Ildefonso.
ResponderEliminarGratíssimo pela atenção prestada. Sei que Boccanegra é uma das criações favoritas de Verdi. Não é por nada que volta a esta Ópera, nos 80 do Séc. XIX, e com a ajuda de Arrigo Boito. Tal como Don Carlo, Verdi queria-lhe atribuir melhor destino, daquele que teve nos fins de 50, 60s e 70s do citado século. Reviu-a e é a versão que normalmente é adoptada nos Teatros e nas Gravações desta mesma Ópera. É a estreada em 1881.
Sei que é o “Primus inter pares” do espectro baritonal verdiano; que tem que ter subtileza, finura mas perfeita audibilidade no “… Figlia” que conclui o Dueto do Iº Acto Boccanegra/ Amélia; que a partir de “Morte al Doge? Sta ben…” até ao Fim do Iº Acto, portanto a famosa cena da Sessão do Conselho/ Senado Genovês, Boccanegra é o DONO do palco e da Ópera. Todo este final, o seu “Sia Maledetto !” que conclui esta famosíssima Cena, tem que fazer tremer as paredes. Senão… não dá e não há Boccanegra p´ra ninguém :-D
Mas… contrariamente ao DON CARLO…
que eu considero a ÓPERA PERFEITA…
…e já sei que lá nos recantos da minha mente Tristan UND Isolde, pois então, Brunnhilde, Sieglinde, Waltraute, Calaf, Turandot, Tosca, Mário Cavaradossi, Marechala, Sophie Faninal, Octavian, Nedda, Canio, Turiddu, Santuzza, Manrico, Azucena, Andrea Chénier, Madalena di Coigny, Werther, Charlotte, Parsifal, Gurnemanz, Kundry, CLYTEMNESTRA,ELEKTRA ,CHRYSOTHEMIS, etc., etc. já estão todos a protestar :-D :-D ;-)
… mas voltando ao assunto, esta obra-prima verdiana nunca me seduziu a 100%.
Atenção: Não só o ouvi duas vezes na vida. Várias vezes na Antena2 transmissões do Met; uma transmissão de Salzbourg, se não estou em erro, com C. Abbado a dirigir; lembro-me de ver também a Versão Solti/ Agache/ Te Kanawa/ Sylvester/ Covent Garden no antigo Canal Muzzik, actualmente o Mezzo.
… Nunca me apaixonei pelo Simon, pronto … não sei… :-( … Parece sempre estar consignada à definição de uma Ópera muito Sui generis e desigual a nível de distribuição de vozes. Demasiada voz masculina… talvez. Quem sofre aqui muito é, indubitavelmente, a voz feminina: Maria/ Amélia Grimaldi não chega a ter o carisma de papel vocal feminino como o tem, desde o início da produção Verdiana Abigaille, até à derradeira, frágil e inocente Desdemona.
Eu sei que esta “minha negligência” é um pequeno arrufo e falta de tempo para com SIMON, que eu pretiro em relação ao DON CARLO. Tenho que REVER isto, portanto.
Mas sei e tenho a certeza de que quando apanhar DG ORIGINALS Verdi - Simon Boccanegra / Freni, Cappuccilli, Carreras, Ghiaurov, van Dam, Foiani, Teatro alla Scala, Abbado
Vou pensar em “fazer chiar a minha carteira”. Ai vou, vou… :-D :-D
Muito obrigado pelas vossas paciências, J. Ildefonso e você também caro Dissoluto ;-)
All the Best.
LG
Raul,
ResponderEliminarI got you ;-)
Claro que comprei a reedição da louvável NAXOS!!! Por tuta e meia :)
E estes Naxos Historical tem lá muitas gemas a 6 euros cada uma!!!
ResponderEliminarCaro LG
ResponderEliminarTambém eu me sinto fascinado pelo D. Carlos, ópera que prefiro ao Simão. É notório que o idioma musical do 2º acto não é o mesmo do resto da ópera visto não ter sido objecto de grandes alterações. Mesmo assim é uma ópera honesta que entusiasma muito especialmente na gravação referida, feita numa cervejaria!, que é um exemplo de um disco com elenco e direcção perfeita como há poucos a que justamente é conferido um estatuto histórico.
Wagner não comento porque sou ignorante e qualquer outro dos elementos assiduos do blog pode dar pareceres muito mais apropriados e informados.
Um dos principais méritos da parceria Verdi/Boito, no que à revisão do Simon Boccanegra respeita, assenta na produção de uma obra assinalável, em termos dramáticos e musicais, capaz de se sobrepor a um enredo assaz intrincado, o qual Piave não sucedeu em adaptar de modo eficaz.
ResponderEliminarJoão Ildefonso,
ResponderEliminarEmbora o Prólogo e o Primeiro Acto do Simão Bocanegra sejam do melhor Verdi, é óbvio que a ópera não se pode comparar ao D. Carlos. É a grandiosidade desta, a profusão de árias e duetos soberanos, de que se destaca a extraordinária cena do Rei com o Grande Inquisidor, única na ópera italiana. Não há comparação, embora no Simão Bocanegra a construção do Prólogo, uma das partes criadas depois da revisão, seja genial e o dueto pai-filha e a grande cena do Palácio dos doges estejam entre as grandes criações verdianas. O final da ópera nas mãos do Claudio Abbado é de nos pormos em pé.