A Cavalleria Rusticana de Strehler, apesar de contar com a melhor Santuzza do mundo, é muito datada e pouco empolgante. DECEPCIONOU-ME!
Pior? Ah, ah! Então não é que Zeffirelli, com a maior desfaçatez que conceber se pode, decide - apenas - retirar a Canção do Salgueiro do seu Otello, limitando a prestação de Desdemona à Ave Maria, no acto IV!!!
Há profecias que se cumprem: Zeffirelli é um energúmeno! Privar Desdemona da citada canção é tão imbecil como impedir a Rainha da Noite de interpretar Der Hölle Rache!
Sem mais comentários.
Caro João,
ResponderEliminarquem quiser ter acesso ao registo na íntegra terá que contentar-se com a versão áudio.
Tão linda canção... jamais deveria ser cortada!
ResponderEliminarQual é o interesse de um filme-ópera? Eu acho anti-ópera. Tornar realista toda aquela mágica que o melodrama transmite. Há excepções (Don Giovanni do Losey ou a Flauta Mágica do Bergman), mas isso tem mais que ver com a genialidade do realizador.
ResponderEliminarRaul
Claro que acho mal tirar a canção da árvore! É um ponto importante da ópera: serve de moralizador e o canto demonstra mais uma vez a pureza da Desdemona.
ResponderEliminarRespondendo ao Raul,
Eu não acho filmes-ópera uma má coisa. Se os compositores tivessem sido da hera dos filmes, decerto que contariam mais com aspectos como a conveniência (ou não) de uma ária de 10 minutos; mas isso não implica directamente que filmes-ópera sejam uma má coisa. A única coisa que me irrita é que os cantores de ópera não sabiam fazer playback. Num filme de hoje, toda a gente gozaria com eles. Já naquela Bohème em playback com a Netrebko e o Villazón, vemos mais coordenação.
Caro Plácido Zacarias,
ResponderEliminarDesculpe, mas não concordo em nada no que está dizer, mas cada um fica na sua.
Agora deixou-me à nora, Raul Oo'
ResponderEliminarEu para mim, filmes ópera até podem ser interessantes, tudo depende da forma como são realizados. O cinema permite levar a criatividade do libretista e do compositor a uma nova dimensao mais proxima daquela que imaginou. a Aida, ainda com a jovem sophia loren parece-me muito interessante, bem como a Tosca da Gheorghiu e do Alagna. E a La Boheme com a Netrebko também me parece convincente. Já o mesmo não posso dizer do Otello com o Vickers e a Freni, cujos cenários por vezes assustam. Mas é como em tudo, são gostos e, como diz o Raul, cada um fica na sua.
ResponderEliminarOh! amigo Blogger, essa Aida é ainda pior. A Sofia Loren a "cantar" com a voz da Tebaldi e a Amneris não seiquem a representa, mas a voz é da grande Ebe Stignani, na altura perto dos cinquenta.
ResponderEliminarEra muito novo, talvez 16 anos, e fui ao Coliseu ver o filme Tosca. A cantora era Maria Caniglia, a glória italiana dos anos 30 e 40, e o tenor era o Corelli, o único a não ser dobrado, dado a fotogenia superlativa da pessoa em questão. Para um jovenzinho sedento de ver ópera, nisso serviu os objectivos.
Caro Raul,
ResponderEliminara intérprete de Amneris nesse filme da Aida é a canadiana Lois Maxwell, celebrizada pelo papel de Miss Moneypenny em diversos filmes da saga James Bond - 007.
Duas curiosidades adicionais relativamente à película em discussão: embora o barítono Afro Poli interprete Amonasro, a voz que ouvimos é a de Gino Bechi. De modo análogo, o baixo Antonio Cassinelli assume, perante as camaras, o sacerdote Ramfis, enquanto Giulio Neri empresta a voz à personagem.
Caro Hugo,
ResponderEliminarJá na Tosca, se não estou em erro, o intérprete é também o Afro Poli, mas a voz é a do Giangacomo Guelfi, demasiado novo, penso eu e ao contrário da Caniglia, na altura para a representação.
Há também as Bodas de Figaro com o Fischer Dieskau, Prey, Kiri, Freni e a Buterfly da Freni que me parecem bons exemplos de filmes/ópera honestos, bonitos e didáticos.
ResponderEliminarNo entanto inclino-me a concordar com o Raúl e a preferir a gravação duma récita ao vivo.
Eu só sei que este sábado vou ouvir a Gheorghiu ao vivo a cantar a traviata! :D
ResponderEliminarBlogger,
ResponderEliminarTive a mesma sorte, há dois meses e algo, on the other side of the Atlantic Ocean :-)
Ainda estou para perceber os méritos dessa Gheorghiu.
ResponderEliminarNão gosto da voz, nem da presença cénica, que acho de uma superficialidade assustadora.
José García Pimentel
Caro José Garcia Pimentel,
ResponderEliminarEstá no seu direito em não gostar da voz da Gheorghiu. Havia quem não gostasse da voz da Callas. O não gostar não impede que o cantor não seja bom. O contrário é que é verdade: ninguém gosta de maus cantores. Na minha opinião a Gheorghiu é uma boa cantora que talvez já tenha passado a melhor fase. Quanto à sua presença cénica acho-a muito satisfatória, daí não perceber a "superficialidade assustadora". Por favor, não interprete mal a minha opinião contrária, mas ela baseia-se no simples "quem cala, consente".
Raul Andrade Pissarra
José,
ResponderEliminarFaço minhas as palavras do Raul! Pode não gostar, mas falar em superficialidade, NÃO!!!
Já tive ocasião de assistir à Violetta da senhora, e considero-a de uma qualidade superlativa, interpretativamente muito amadurecida e profunda!
Angela Gheroghiu terá características de personalidade muito caricaturais - um narcisimo caricatural, envolto num vedetismo, por vezes, patético -, mas é uma artista de mão cheia!
Na actualidade, há duas grandes Violetta: Netrebko (a carnal) e Gheorghiu (a lírica)!
Caros Raul e João,
ResponderEliminarDiscordância absoluta!
Considero-a uma cantora pouco mais que vulgar. E pouco me interessa o plano pessoal. Do ponto de vista artístico, considero-a superficial e vulgar mesmo.
A sua Traviata em Convent Garden (dirigida pelo saudoso Solti), que tanto entusiasmo despertou, não me convenceu minimamente.
Em Puccini, sinto o mesmo.
Relativamente a Violetta Valéry, sem encarnar o papel da forma ideal, considero a Netrebko muitíssimo superior, pelo menos a partir dos dados que tenho para a apreciar (versão vídeo de Salzburgo).
No que respeita à presença cénica, mantenho a minha opinião. Sou suspeito, porque discordo, neste campo, da opinião comum.
A Bartoli, tida por muitos por uma enorme intérprete e actriz, em palco não passa para mim de uma espécie de palhaço, sempre a fazer caretas, parecendo quase anormal, a ponto de se me tornar insuportável do ponto de vista visual (e só visual).
A Callas cantava com as vísceras, buscando uma identificação absoluta entre si e o papel interpretado. A Gheorghiu está muito longe de despertar em mim os mesmos sentimentos.
Quem é que assinou o último comentário ?
ResponderEliminarJosé García Pimentel
ResponderEliminarA mim também não me interessa a vida pessoal dos cantores, não influenciando em nada a minha apreciação relativamente a eles. Quanto ao resto, é melhor pôr um ponto final.
ResponderEliminara senhora cancelou.Vieram-me as lágrimas quando soube disso. Mas a substituta impressionou-me bastante. uma tal de rebeca marina ou que é, da qual nunca ouvido falar.
ResponderEliminarConcordo em parte com o José Garcia Pimentel. Acho a Gheorghiu um BLUF.
ResponderEliminarA 1º Traviata é bastante bem cantada e interessante se bem que interpretativamente seja um "composição" de Traviatas famossas do passado. Um pouco de Callas, um pouco de Cotrubas, um pouco de Olivero....
A Rondine é bastante boa também mas depois dessa gravação não lhe conheço gravação que mereça destaque. Suspeito muitissimo duma cantora que grava a Carmen, Tosca e Trovador e que faz carreira em cena a cantar o Elixir, Amico Fritz e ocasionalmente a Traviata.
A gravação da Traviata do Scalla é ni minimo embaraçosa e acho que o Raul tem toda a razão quando afirma que já passou a melhor fase. É pena porque está na idade em que a experiência e maturidade lhe permitiriam alargar as suas conquistas a outros papeis tal como aconteceu com a Scotto, Freni, Popp, etc.
Salzburgo apresentou ou apresenta este Verão a Norma com a Gruberova (1945) e a DiDonato (1969). Ainda sonho ver a DiDonato, mas na sacerdotiza gaulesa.
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